Idiotas Profissionais

por

Vincent Cheung



CONTEÚDO

1. IDIOTAS E IDIOTAS PROFISSIONAIS
2. ENSINANDO TOLICES PARA UMA VIDA
3. VOCÊ NUNCA CHEGARÁ LÁ A PARTIR DAQUI

4. CRISTO, NOSSA RAZÃO - RAZÃO, NOSSA ARMA


IDIOTAS E IDIOTAS PROFISSIONAIS

De acordo com a Escritura, todos não-cristãos são idiotas. [1] Mesmo alguns cristãos professos ofendem-se diante de tal caracterização dura e negativa dos inimigos de Deus e, assim, eles me repudiam e me criticam por falar desta maneira. Contudo, não importa o quanto eles tentem retratar isto como algo que eu tenha tirado de mim mesmo para afirmar; eu estou meramente repetindo o que a Escritura ensina. Se eles têm um problema com isso, então, antes de me repudiar e me criticar, eles devem encarar a realidade e repudiar Cristo e criticar a Escritura.

Alguns escritores cristãos são muito corteses. De fato, eles tão corteses que permitem que os seus críticos assombrem-os até a morte, enquanto eles, pacientemente, explicam repetidamente suas visões impopulares, porém bíblicas. Certamente creio no discurso cordial, especialmente em contextos nos quais a Escritura ordena isso. Contudo, estes críticos freqüentemente não estão interessados em ouvir o que a Escritura realmente diz, mas em proteger suas próprias visões e crenças anti-bíblicas, ao mesmo tempo em que insistem que são crentes genuínos.

Minha política é que, embora eu respeite e até mesmo prefira discussões teológicas polidas, quando meus críticos tentam me usar para atacar a Escritura por tabela, eu os exponho como os hipócritas espirituais que eles são, e os golpeio pelo poder de Cristo, o Logos, isto é, pela própria Escritura e Razão que eles tentam minar.

É importante para nós perceber que os não-cristãos são idiotas e que eu tenho o direito de declarar isto como uma parte integral da abordagem bíblica na apologética. Isto é o porquê, se vamos enfrentar nossos inimigos intelectuais com a Escritura como nossa arma, então, faremos melhor em aceitar primeiramente a própria descrição que a Escritura dá dos incrédulos, ou seja, que eles são estúpidos e depravados. Não é de se estranhar que muitos cristãos sejam apologistas tão fracos! Eles têm rejeitado a própria descrição da Escritura sobre a situação, desde o início.

Eu tenho freqüentemente dito que a pessoa que afirma a cosmovisão bíblica e que pratica a apologética bíblica pode facilmente e conclusivamente derrotar qualquer não-cristão. Não importa se o não-cristão é um ateu, um muçulmano, um budista ou um católico, e não importa nem mesmo se o não-cristão é altamente educado. De fato, eu já tenho declarado que até mesmo uma criança pequena, que tenha sido treinada em apologética bíblica, pode esmagar qualquer cientista ou filósofo. Aqui, eu iria até mais longe. Eu afirmaria que até mesmo uma pessoa que seja mentalmente limitada ou que tenha algum tipo de problema mental, mas que possa, todavia, se comunicar em declarações fragmentadas (por exemplo, uma pessoa com Síndrome de Down), ainda assim poderia derrotar qualquer cientista ou filósofo não-cristão.

Certamente, alguns de nós são mais capazes de argumentar com mais fineza do que outros. E, se você é uma criança, ou uma pessoa com graves deficiências mentais, ou apenas uma pessoa que não esteja familiarizada com as expressões técnicas, você poderia ter que pedir ao seu oponente não-cristão para expressar suas idéias e argumentos numa linguagem mais simples. Todavia, quando chega à substância do debate, contanto que você possa captar os princípios fundamentais da cosmovisão bíblica e da apologética bíblica, você também pode ser um apologista invencível da fé cristã contra qualquer oponente não-cristão.

Com relação a isso, eu tenho dito também que, embora um cientista ou filósofo não-cristão possa dar uma apresentação melhor de suas visões, a substância de seus argumentos nunca são realmente melhores do que a de qualquer outro não-cristão, incluindo os retardados e insanos. Isto é, um erudito não-cristão pode ser capaz de argumentar seu caso com grande precisão, coerência e minúcia, mas no que diz respeito aos méritos racionais de seus argumentos, seu caso é tão tolo e falacioso quanto o de qualquer não-cristão não educado e até mesmo mentalmente incapacitado.

Isto é verdade não somente quando eles estão falando sobre Deus ou religião, mas é verdade sobre tudo o que eles dizem. A visão de alguém sobre a realidade última, sendo última, necessariamente afeta cada área de sua cosmovisão; portanto, porque o não-cristão está equivocado com respeito à realidade última, ele está equivocado sobre tudo.

Eu digo tudo isso não porque eu simplesmente tenha prazer em insultar e depreciar os incrédulos (embora isto também tenha o seu lugar; 1 Reis 18:27); antes, este é um ensino escriturístico que poucos cristãos são fiéis em enfatizar. Aqueles que dizem algo sobre isso de alguma forma, geralmente obscurecem o ensino pela sua linguagem quase poética, fazendo a depravação e a impiedade humana, e os efeitos do pecado sobre a mente, soarem quase como belos. Mas a Bíblia é dura e não-ambígua sobre este assunto. Ela ensina que Deus fez de todos os filófosos e sábios não-cristãos “idiotas”, juntamente com suas idéias (1 Coríntios 1:20). Sobre esta palavra, até mesmo a básica e popular Concordância de Strong oferece a definição, “fazer tolo”, de forma que não há escusa para falhar em entender o verso desta forma. Portanto, sob a autoridade da Escritura, eu acuso todo cristão que distorce ou oculta este ensino, ou que tenta minar os esforços de outros em proclamá-lo, de estar em pecado.


ENSINANDO TOLICES PARA UMA VIDA

Visto que eu interajo quase que exclusivamente com as obras de profissionais, em meus escritos eu já providenciei vários exemplos de como até mesmo os mais educados dos não-cristãos nunca se elevam acima da estupidez da humanidade, na substância de seus argumentos. Aqui eu oferecerei, todavia, outro exemplo, a partir de um debate entre William Lane Craig e Walter Sinnott-Armstrong.

Sinnott-Armstrong é professor de Filosofia e professor de Estudos Legais na Faculdade de Dartmouth [Nota do tradutor: faculdade americana de prestígio situada na cidade de Hanover (New Hampshire, E.U.A.)]. Mesmo que ele não esteja entre os melhores pensadores contemporâneos, suas credenciais e realizações são, ao menos, iguais a de muitos filósofos profissionais. Em adição, alguém com a fama e estatura de William Lane Craig considerou valer à pena debater com ele. Assim, que ninguém diga que eu deliberadamente escolhi um espécime inferior para criticar.

Para mim, refutar um ateu é tão fácil quanto refutar outro, assim, eu não preciso usar Sinnott- Armstrong como um exemplo. Mas, deixe-me dizer o porquê eu o escolhi. Eu adquiri o livro contendo o debate algum tempo atrás, e entre outras coisas, notei as declarações falaciosas escritas por ele, as quais mostrarei brevemente para você aqui. Eu pensei que poderia usá-las em algum projeto futuro como ilustrações.

Então, um dia, minha esposa chegou em casa e disse que ela tinha ouvido William Lane Craig numa entrevista num programa de rádio cristão. A entrevista era principalmente para promover este livro, e o anfitrião do programa perguntou a Craig sobre vários dos assuntos que eram discutidos no debate. Minha esposa achou que as respostas de Craig foram muito incertas, muito hesitantes, e ela se perguntou se tais respostas fracas causariam mais dano ou benefício para a causa cristã.

Eu posso entender o seu sentimento, pois, mesmo quando não percebemos as falhas da apologética clássica, eu sempre achei que os argumentos e conclusões de Craig são tipicamente tão “modestos”, que eles são, na melhor das hipóteses, sub-bíblicos, e falham em exibir a confiança e a certeza que um líder cristão deveria exibir, tanto em suas atitudes como em seus argumentos, e, além de tudo, instilando esta mesma confiança e certeza em outros cristãos. De qualquer modo, eu não permitirei que este artigo de torne uma crítica à apresentação de Craig; estou apenas explicando o porquê minha esposa e eu ficamos insatisfeitos com ela.

De qualquer forma, como eu folheei todo o debate novamente, eu percebi que seria muito ineficiente escrever uma resposta alternativa completa aos argumentos de Sinnott-Armstrong. E isto porque muitos de seus desafios são direcionados aos argumentos da apologética clássica ou evidencial, e não tem nada a ver com os argumentos bíblicos ou pressupocionais, de forma que, mesmo se seus argumentos fossem bem sucedidos, eles não afetariam de forma alguma a abordagem bíblica que eu ensino e pratico. Além do mais, seus ensaios são apresentados no contexto de seu debate contra Craig, de forma que, a menos que meus leitores já tenham lido o debate, eu teria que explicar o contexto desde o início antes de apresentar minha própria resposta.

Portanto, embora eu desejasse fazê-lo, não apresentarei uma crítica completa aos argumentos de Sinnott-Armstrong. Ao invés disso, eu criticarei um aspecto particular de seu pensamento e apresentação; principalmente no que diz respeito aos seus argumentos que envolvem o problema do mal. Embora o produto não amontoe uma total destruição de todos os seus argumentos, ele é suficiente para mostrar que, embora ele seja um professor de filosofia, sua capacidade de raciocínio não se eleva acima do ateu mediano, e, assim, um idiota profissional continua sendo um idiota. Com tudo isto em mente, consideremos agora o caso de Walter Sinnott-Armstrong.

Em certo lugar, ele explica o porquê ele se preocupa o suficiente sobre o assunto para participar de um debate público. Ele escreve o seguinte:

Minha resposta é que sou um professor, assim, meu trabalho é educar. Eu sou um filósofo também. Filósofos questionam suposições comuns e inspecionam as razões a favor e contra aquelas suposições. Este é o porquê eu quero ajudar os meus leitores a terem claras as evidências a favor e contra a existência de Deus, de forma que eles possam decidir por si mesmos. [2]


Esta afirmação sobre seu motivo é muito útil para nossa análise, pois o coloca numa certa posição intelectual contra a qual podemos comparar seus argumentos reais. E quando ele falha em fazer o que ele declara acima, isto fará sua hipocrisia e incompetência ainda mais óbvias.

Nós, então, observamos que, embora sua posição declarada seja “questionar suposições comuns”, ele, todavia, depende de numerosas premissas subjetivas/intuitivas e suposições comuns durante toda a sua apresentação.

Por exemplo, na página 34, ele escreve:

“Craig ainda poderia perguntar, 'O que há de imoral em causar sérios danos a outras pessoas sem justificativa?' Mas, parece natural responder, 'Simplesmente acontece. Objetivamente. Você não concorda?'”.

Não, eu não concordo. Sua resposta equivale a dizer, “Ela parece objetiva”, mas se uma crença é baseada somente no que “parece”, então, ela é, por definição, subjetiva, e não objetiva. Quando você diz “parece” num contexto como este, você está nos contando algo sobre você mesmo, e não sobre algo que está fora de sua própria mente.

Eu exijo mais do que um “parece natural”; eu exijo uma justificativa racional. O que acontece se o que “parece natural” para você, parece não-natural para mim? O que acontece se o que parece natural para uma pessoa normal, parece não-natural para uma pessoa insana? Agora, o que é normal e o que é insano? E, quem é normal e quem é insano? Como sabemos? “Parece natural” é uma justificativa adequada para qualquer argumento? Se não, quando ela é adequada e quando ela é inadequada? Como sabemos? Este “parece natural” parece totalmente irracional, para não mencionar absolutamente indolente.

Então, ele escreve, “Similarmente, se olharmos por muito tempo e duramente para o mal natural, tal como uma obstrução intestinal, não encontraremos nada para sugerir como uma compensação adequada, então, estamos justificados em crer que não há compensação adequada para este mal” [3] Este padrão de argumento ocorre por toda a sua apresentação; isto é, nossos investimentos intelectuais subjetivos na situação são supostamente suficientes para produzir uma justificativa racional, e então fazer uma inferência sobre a realidade objetiva. Sinnott-Armstrong parece pensar que justificativa racional consiste de nossa satisfação subjetiva, e não de inferências necessárias.

Em outro lugar, ele escreve, “Estou tentando mostrar que o senso comum te leva às premissas do meu argumento” [4] Se é verdade ou não que o “senso comum” nos leva às suas premissas, como ele sabe que o que cremos de acordo com o nosso “senso comum” é verdade? Ele nem desafia e nem estabelece o nosso “senso comum” como um modo confiável para a verdade, mas simplesmente o assume em seus argumentos.

Na página 145, ele diz, “Pode soar bonito dizer que Deus não está sujeito aos nossos padrões, mas esta tática não deixa claro o que é que faz Deus ser bom. No final, precisamos usar nossos próprios padrões, pois não podemos entender quaisquer outros”. Mas, não é automaticamente verdadeiro que, se Deus não está sujeito aos nossos padrões, então não está claro o que é que faz Deus ser bom. A doutrina bíblica da bondade de Deus responde a questão, e Sinnott-Armstrong deve confrontar a doutrina antes de fazer tal declaração; isto é, ele deve estabelecer que a Bíblia não é a revelação escrita de Deus.

Então, observe que ele diz que “precisamos usar nossos próprios padrões, pois não podemos entender quaisquer outros”. Mas esta é uma razão puramente pragmática, e não lógica. Equivale a dizer, “Precisamos fingir que isto é verdade porque não temos mais nada”. E, quem é ele para falar por todos nós? Apenas porque ele não pode “entender quaisquer outros”, isto não significa que o restante de nós não possa; apenas porque ele é estúpido e ignorante, não significa que ele possa arrastar o restante de nós para junto dele. Mas, mesmo se realmente não pudéssemos “entender quaisquer outros”, isto não significa que devemos fingir que o que temos é verdade. Por que não nos resignamos ao cepticismo e à ignorância? Além do mais, antes de mais nada, os filósofos constantemente argumentam sobre quais deveriam ser os “nossos padrões”. Eu sustento que os padrões bíblicos deveriam ser os “nossos padrões”.

Sinnott-Armstrong conclui o debate dizendo, “Em contraste, tento basear meus argumentos sobre padrões de bom senso de crença racional e compensação adequada”[5] Assim, durante todo o debate ele parece completamente esquecido do fato que ele tinha dito, “ Eu sou um filósofo. Filósofos questionam suposições comuns e inspecionam as razões a favor e contra aquelas suposições”.

O único modo de reconciliar sua posição intelectual declarada (questionar suposições comuns) com sua real estratégia de debate (apelar ao senso comum) é supor que ele faz uma distinção aguda entre suposições comuns e senso comum. Isto é, suposições comuns se refere a certas crenças compartilhadas, enquanto senso comum refere-se a uma capacidade ou intuição intelectual compartilhada que é, em si mesma, sem conteúdo. Mas, se isto é o que ele faz, então, para um filósofo profissional deixar este ponto sem explicação, quando os dois são tão facilmente confundidos ou até mesmo identificados, é ainda inescusável.

Em todo caso, numerosos problemas ainda permanecem, mesmo que ele faça uma distinção aguda entre suposições comuns e senso comum. Por exemplo, se senso comum refere-se somente a uma capacidade ou intuição intelectual compartilhada, sem conteúdo, então, como este “senso”, que é tão comum, produz estas “suposições” comuns, que ele agora desafia, usando o “senso” comum? Isto é, se o “senso” e as “suposições” contradizem um ao outro, então, como ambos podem ser “comum”?

Talvez as suposições comuns (que Sinnott-Armstrong desafia) foram adotadas porque as pessoas falham em usar o senso comum, em cujo caso, senso comum refere-se a uma capacidade ou intuição que não é comumente usada. Ou, as suposições comuns foram produzidas por uma falha comum no pensamento que fez com que as pessoas se desviassem do seu senso comum. Mas, então, que “falha” é esta? Não é a “falha” parte do “senso”? Por que sim e por que não? E como ele sabe? Estas duas visões têm problemas, mas já complicamos demais o assunto.

A verdade é que Sinnott-Armstrong não faz uma clara distinção entre suposições comuns e senso comum. Ele escreve:

Em contraste, tento basear meus argumentos sobre padrões de bom senso de crença racional e compensação adequada. Estes princípios não são peculiares aos ateus. Muitos cristãos também usam os mesmos padrões em suas vidas diárias. Mais importante ainda, estes princípios são aceitos por quase qualquer pessoa que não esteja comprometida antecipadamente em provar ou não a existência de Deus. Isto os deixa em pontos de partida neutros. [6]


Ele identifica os “padrões de bom senso” com “estes princípios”. Em outras palavras, por senso comum, ele não está se referindo a um potencial ou capacidade intelectual compartilhada, aparte de qualquer conteúdo, mas ele está se referindo às crenças comuns reais. Em outras palavras, em sua mente, os padrões de bom senso são suposições comuns. Mas, se a tarefa do filósofo é “questionar suposições comuns”, então, por que ele não questiona as próprias suposições comuns (“princípios”, “padrões”, etc.) que ele está usando, e das quais seus argumentos dependem?

Ele declarou que está argumentando contra a existência de Deus porque é o seu trabalho como filósofo questionar suposições comuns, mas então, ele volta atrás e argumenta como se a verdade fosse uma questão de consentimento e opinião popular. Em outro contexto, ele poderia desafiar a mesma falácia em seu oponente, mas quando ele não tem nenhuma justificativa, ele emprega a estratégia do “todo mundo sabe”. Observe que o seu erro não está oculto, mas ambos os lados de sua auto-contradição são explicitamente declarados. Por um lado, para ele, o próprio propósito do debate é questionar suposições comuns, mas por outro lado, ele baseia partes essenciais dos seus argumentos em princípios comuns (“suposições” , “padrões”, etc.) sem primeiro questioná-los ou justificá-los.

Embora erros evidentes impregnem toda a sua apresentação, este apelo ilegítimo à opinião popular é a única tolice filosófica que eu pretendo documentar. Contudo, visto que o parágrafo acima citado contém reivindicações adicionais feitas por ele, eu brevemente tratarei com elas antes de continuar.

Ele diz que os princípios comuns sobre os quais ele baseia os seus argumentos são afirmados não somente por ateus, mas também por cristãos. Mesmo se isto fosse verdade, o mesmo não mostra que seus argumentos sejam verdadeiros, visto que ele ainda tem que estabelecer os seus argumentos, de forma que eles podem, na melhor das hipóteses, servir como a base para um argumento ad hominem. Isto é, talvez estes princípios comuns sejam falsos, de forma que, tanto ateus como cristãos estejam errados em crer neles. Mas eu disse que eles podem “na melhor das hipóteses” sustentar um argumento ad hominem, pois não podem fazer nada além disto, visto que são apenas princípios que supostamente concordamos em nossas “vidas diárias”. Ele ainda tem que estabelecer que aqueles princípios que aplicamos em nossas “vidas diárias” necessariamente se aplicam ao debate corrente.

Mas sua justificativa é mais fraca do que isto. Visto que ele apela a estes princípios supostamente comuns como premissas essenciais de seus argumentos (e não como mera opinião pessoal que não afeta a validade de seus argumentos), isto significa que é também essencial aos seus argumentos que estes princípios sejam deveras comum. Isto ele falha em demonstrar ou até mesmo estabelecer; antes, ele apenas afirma repetidamente o quanto comum suas premissas são. Em outras palavras, ele diz “todo mundo sabe” quando de fato ninguém sabe se todo mundo sabe. Ele sabe o que a “maioria dos cristãos” sabe? Ele ao menos sabe o que a maioria dos ateus sabe?

Pelo menos igualmente problemática é a próxima declaração, “Mais importante ainda, estes princípios são aceitos por quase qualquer pessoa que não esteja comprometida em provar ou não a existência de Deus. Isto os deixa em pontos de partida neutros”.

Ele diz que suas premissas são aceitas por quase toda pessoa neutra. Como ele sabe isto? E quem são estas pessoas neutras? Onde elas estão? Como ele sabe que é possível ser neutro sobre a existência de Deus? E como ele sabe que estas pessoas são neutras? Além disso, se há muitos ateus e pessoas neutras lá fora, então, porque as crenças dos cristãos são consideradas “suposições comuns”, que ele reivindica ser sua tarefa desafiar como filósofo?

Ele fala como se quase 100% da população humana já afirmasse suas premissas essenciais, mas se é assim, isto faz das suas premissas muito mais do que comuns. Mas então, não deveria ele começar desafiando estas suposições comuns, ao invés das suposições cristãs, que agora não parecem tão comuns de forma alguma? E, mesmo se houvessem tais coisas como “pontos de partida neutros”, por que eles estão isentos de um exame crítico? Não são eles muito mais perigosos, visto que eles são tão comuns e aparentemente neutros, e assim, facilmente negligenciados?

Asseverar que alguém deveria argumentar a partir de pontos de partida neutros implica outro problema, a saber, podemos perguntar se a visão de alguém com respeito à neutralidade é, ela mesma, neutra. Para Sinnott- Armstrong, ser “neutro” é não estar “comprometido antecipadamente” (pelo menos com respeito ao tópico do debate corrente), mas ele é neutro sobre neutralidade, ou ele está “comprometido antecipadamente” com respeito à neutralidade? Se ele está “comprometido antecipadamente” com respeito à neutralidade, então, por que deveríamos confiar nele quando ele fala sobre neutralidade?

Se eu fizer deste o próprio ponto do debate –– isto é, se eu propuser argumentar sobre se deveríamos ser neutros sobre neutralidade, e se eu propuser primeiro assentar este assunto como uma pré-condição lógica necessária para o debate sobre a existência de Deus –– então irá Sinnott- Armstrong apelar novamente aos pontos de partida neutros para estabelecer sua preferência pelos pontos de partida neutros? Isto é, ele apelará às suposições comuns das pessoas que são neutras (não “comprometidas antecipadamente”) sobre neutralidade (se é que há tais pessoas) para então argumentar por sua preferência à neutralidade?

De acordo com seu padrão, ele deve encontrar as pessoas que são neutras sobre neutralidade, e então, descobrir o que estas pessoas crêem sobre coisas que são relevantes à neutralidade, e então usar estas crenças, assim chamadas de pontos de partida neutros, para argumentar por sua preferência por pontos de partida neutros. Mas, você sabe o que acontecerá após isso? Eu proporei que, como uma pré-condição lógica necessária ao debate sobre ser neutro para com a neutralidade, devemos primeiro argumentar sobre se aqueles que são neutros para com a neutralidade são neutros sobre ser neutro para com a neutralidade, e assim por diante. Isto causa um retrocesso infinito, e também significa que, antes de mais nada, Sinnott-Armstrong não tem direito racional aos seus assim chamado pontos de partida neutros, quando debatendo sobre a existência de Deus.

Observe quão longe a raça humana caiu, e como alguém pode ser tão estúpido! Como todos os outros eruditos não-cristãos, Sinnott-Armstrong é uma fraude intelectual. Ele se apresenta como um filósofo profissional, e reivindica ser alguém que examina as suposições atrás das crenças das pessoas. Todavia, nos pontos essenciais de seus argumentos, ele se utiliza de intuição subjetiva, senso comum e opinião popular. Professor de filosofia? Eu não confiaria nele nem mesmo para ensinar num debate de escola primária. Ele faria melhor se estivesse perambulando pelas ruas e catando latas de soda –– pelo menos estaria ganhando a vida honestamente. Onde então os eruditos? Onde estão os filósofos? Onde estão os professores deste mundo? Porventura não fez Deus picadinho destes intelectuais?

Você poderia exclamar, “O que?! Ele se auto-denomina um filósofo, e é assim que ele argumenta? O que há de errado com ele?!” Eu já lhe respondo –– ele é um idiota. E lembre-se, ele é um filósofo treinado e experiente, e não simplesmente algum vagabundo bêbado. Mas, enquanto ele permanecer como um incrédulo e rejeitar a sabedoria divina, tudo o que ele pode fazer é vestir a sua estupidez com um pouco de elegância. Embora alguns filósofos possam conseguir uma apresentação mais cuidadosa, nenhum deles é racionalmente superior na substância de seus argumentos. Se eu posso demoli-los, você também pode. O que você precisa aprender é como pensar biblicamente e logicamente, e ganhar confiança na superioridade da sabedoria divina.



VOCÊ NUNCA CHEGARÁ LÁ A PARTIR DAQUI

Por que os não-cristãos argumentam como Sinnott-Armstrong e pensam que eles ainda estão praticando uma argumentação válida? É porque eles não podem alcançar suas conclusões desejadas por inferência, e assim, eles simplesmente concordam entre si em redefinir o padrão de argumentação racional para algo mais baixo, isto é, algo que seja completamente inválido. A argumentação “válida” é, dessa forma, definida por consentimento, e não por necessidade lógica.

Logo no início do seu debate contra Craig, Sinnott-Armstrong escreve:

Se não fossemos autorizados a alcançar qualquer conclusão sem estarmos completamente certos, então, nunca seríamos autorizados a alcançar qualquer conclusão sobre qualquer assunto importante, visto que nunca podemos estar completamente certos sobre algo importante (pelo menos se ele for controverso). A demanda por certeza leva à ignorância e inação. [7]

Esta é uma confissão importante. Ele concorda que ele “nunca pode estar completamente certo sobre algo importante”. [8] Isto é, as conclusões de seus argumentos nunca são alcançadas pelas inferências necessárias a partir de premissas, mas por saltos lógicos, e isto é o que faz suas conclusões serem “incertas”, ou como eu diria, inválidas e irracionais, e inúteis num debate irracional.

Embora ele adicione, “pelo menos se ele for controverso”, isto não o ajuda de forma alguma; antes, ele confirma que ele considera validade e certeza como diretamente relacionados à consentimento, e não à necessidade lógica. A implicação é que, quanto mais uma conclusão for concordada e não-controversa, mais ela será “certa”; sua certeza não é medida pelo rigor lógico pelo qual ela é alcançada. Por outro lado, ele mais tarde diz que um filósofo é necessário para “questionar suposições comuns”!

Certamente, alguns não-cristãos ainda insistem na definição de argumentos válidos por necessidade lógica, mas então, eles enfrentam o problema de não serem capazes de formular argumentos válidos. Alguns daqueles que estão cientes deste dilema desistem da possibilidade de alcançar conhecimento positivo de algo, e se tornam cépticos e agnósticos. Contudo, como tenho demonstrado em outro lugar, eles não podem permanecer logicamente nestas posições, visto que o cepticismo e o agnosticismo são auto-contraditórios. Antes, eles devem adotar a cosmovisão bíblica ou se tornarem insanos. Muitos escolhem a última alternativa.

Sinnott-Armstrong percebe que ele não pode estabelecer logicamente “nada importante”,[9] e, então, ele faz da lógica e da certeza uma questão puramente pragmática. Isto é, ele diz que, se devemos estar completamente seguros, então, nunca alcançaríamos qualquer conclusão sobre qualquer assunto importante. Então, ao invés de dizer, “Portanto, não podemos alcançar nenhuma conclusão sobre qualquer assunto importante”, ele, de fato, diz, “Mas, desejamos alcançar algumas conclusões, não importa quais; assim, apenas mudemos as regras”. Isto é, “Se seguirmos as regras, então, nunca chegaremos lá; se desejamos chegar lá, então, mudemos as regras”. Embora ele não possa escapar logicamente do cepticismo, ele permanece fora do cepticismo apenas porque não gosta dele, e porque ele quer reter o direito de fazer afirmações sobre várias coisas, mesmo quando ele não tem tal direito.

Os não-cristãos não estão apenas praticando esta redefinição pragmática de racionalismo, mas eles estão ativamente ensinando-o. Novamente, estamos cientes que alguns não-cristãos ainda pensam que eles podem estabelecer suas conclusões por necessidade lógica, mas, na realidade, eles não podem. De fato, nenhum dos seus argumentos é racionalmente superior aos argumentos de Sinnott-Armstrong em substância. A diferença é que eles recusam admitir isso; é um tipo de auto-engano diferente daquele que pessoas como Sinnott-Armstrong estão praticando. Portanto, uma das coisas que deveríamos fazer quando debatendo contra eles é mostrar que seus argumentos são igualmente falaciosos. Contudo, agora estamos discutindo com aqueles não-cristãos (muito mais do que você possa imaginar) que admitem que não podem estabelecer “nada importante” (eu diria “nada, de forma alguma”) por necessidade lógica, mas que ainda desejam considerar a si mesmos como racionais, de forma que eles simplesmente redefinem o racionalismo e a argumentação válida.

No que se segue, eu usarei David Zarefsky como um exemplo. Entre suas numerosas credenciais e realizações, Zarefsky é Professor de Argumentação e Debate e Professor de Estudos de Comunicação na Universidade de Northwestern. Portanto, como com Sinnott-Armstrong, que ninguém diga que eu deliberadamente escolhi um espécime inferior como um exemplo de tolice não-cristã.

Em suas lições para um curso sobre argumentação [10], ele se refere à dedução e indução, e expressa sua visão sobre a validade lógica nos termos abaixo; assim, será útil brevemente redefini-los e revisar suas diferenças.

Dedução é o processo de raciocinar pelo qual a conclusão é inferida a partir de premissas por necessidade lógica; por outro lado, indução é o processo de argumentação pelo qual a conclusão não é inferida a partir de premissas por necessidade lógica. Na dedução, a conclusão inclui somente informação que já está contida nela e necessariamente implicada pelas premissas; mas na indução, a conclusão inclui nova informação que ainda não está contida nela e nem necessariamente implicada pelas premissas. [11]


Em outras palavras, um argumento indutivo produz uma conclusão que é supostamente, mas não necessariamente, implicada pelas premissas. Por esta razão, a indução é sempre uma falácia formal; isto é, a conclusão nunca é certa, nunca é racionalmente estabelecida. De fato, visto que a conclusão não é necessariamente implicada pelas premissas, não há nenhuma forma, de maneira nenhuma, de mostrar logicamente que há alguma relação necessária entre a conclusão e as premissas.

Com o acima em mente, ele escreve, “O raciocínio formal não é visto como o protótipo de argumentação na erudição recente” [12] Por “raciocínio formal” ele está se referindo à dedução, quando “alguém realmente raciocina numa forma silogística”.[13] Em sua visão, “A maioria das argumentações não são representadas por uma forma na qual a conclusão não contém nenhuma informação nova”.[14] Mas ele não conclui, como eu disse, “Portanto, a maioria das argumentações são falaciosas”. Ao invés disso, ele diz que a argumentação “envolve o capacitar uma audiência a se mover do que já é conhecido e crido para alguma nova posição”, e “Este movimento envolve um salto de fé que o argumentador procura justificar”. [15]

Ele continua a dizer, “O julgamento é necessário porque a prova absoluta não é possível, todavia, decisões devem ser feitas[16] . Em outras palavras, a subjetividade é introduzida no processo por causa do interesse pragmático, isto é, porque “decisões devem ser feitas”. Ele continua, “O julgamento é procurado dando-se razão suficiente para que um ouvinte crítico se sinta justificado em aceitar a reivindicação”.[17] Ao invés de ser objetivamente e logicamente demonstrada, a reivindicação é “aceita” se o ouvinte “sentir” que ela está justificada. Assim, para Zarefsky, “A aderência do ouvinte crítico torna-se o substituto para a prova absoluta”.

Em outras palavras, percebendo que para eles a dedução é irrealista e freqüentemente impossível, os filósofos não-cristãos têm escolhido abandonar a dedução, e, no lugar dela, têm decidido confiar em julgamentos subjetivos em direção a argumentos indutivos.

Mas então, isto significa que todos os seus argumentos são logicamente inválidos. Zarefsky admite, “Aplicar o conceito de validade além da lógica formal é enganador”. [18] Por quê? “Porque a reivindicação não emana da evidência com certeza, não podemos dizer que, se a evidência é verdadeira, então a reivindicação deve ser verdadeira”. [19] Podemos perguntar, “Se ela não emana com certeza, então, ela sequer emana?” De qualquer forma, o que ela faz? Então ele escreve, “Portanto, devemos concordar que nossos argumentos são inválidos, e devemos ser honestos e admitir que nossas conclusões são meras especulações subjetivas não-racionais ou até mesmo opiniões irracionais”?

De forma alguma! Ao invés de dizer que todos os seus argumentos diários são inválidos, ele diz, com efeito, “Redefinamos a validade! Concordemos que mesmos nossos saltos de fé são logicamente válidos!”. [20] Você pode dizer, “Mas nós ainda devemos ter uma verificação sobre o processo de raciocínio”,[21] não devemos? “Certamente”, Zarefsky replica, “Esta função é alcançada focando-se antes na experiência do que na forma” [22] Isto é, ao invés de pensar sobre validade como um assunto de inferência necessária, ele propõe que “Uma tendência geral desenvolvida com o tempo para certos padrões de raciocínio produz resultados bons ou maus”.[23] Como Sinnott-Armstrong, ele faz do raciocínio um esforço puramente pragmático, e não racional. É também sugestivo que seu curso é intitulado, “Argumentação: O Estudo do Raciocínio Eficaz”, enquanto que, se eu fosse ensinar um curso sobre argumentação, eu, em vez disto, o intitularia, “Argumentação: O Estudo da Inferência Necessária”.

Veja, os não-cristãos têm desistido da racionalidade, porque eles não podem cumprir suas demandas. Ainda assim, eles querem ir junto com a maré do raciocínio, e eles querem se considerar racionais. Assim, eles têm redefinido racionalidade como uma questão de consentimento, antes do que de necessidade lógica. Eles não podem chegar “lá” a partir “daqui”, mas eles ainda querem chegar “lá”, assim, eles decidem apenas dar um salto de fé. Se isto soa como irracional e inválido, então, eles apenas concordam em defini-lo como racional e válido.

Portanto, para colocar claramente, sua estratégia é que, “Se você não pode chegar lá a partir daqui, apenas trapaceie. E se todo mundo trapacear, então, todos olharemos bem uns para os outros. Embora nossas conclusões sejam alcançadas por saltos de fé, ainda gostaríamos de pensar sobre nós mesmos como racionais, assim, apenas concordemos que somos racionais, não importa como”. Em outras palavras, é racionalmente por consentimento ou por pura fantasia, e não por necessidade lógica ou inferência necessária.

Você pode exclamar, “O que?! Eles são estúpidos ou algo parecido?” Sim, eles são estúpidos, e estes são os mesmos idiotas que atacam a sua fé e te chamam de irracional. Eles são desesperados e desonestos. Eles estão descobrindo que é impossível permanecer racional aparte da confiança na revelação de Deus, mas eles recusam admitir. A tentativa pragmática deriva desde a compreensão que eles não podem chegar às conclusões que eles desejam provar por dedução, pois, dada suas epistemologias não-cristãs, seria impossível começar a partir de premissas auto-auteticadoras, a partir das quais poderiam deduzir conclusões verdadeiras por necessidade lógica. E, embora ainda haja alguns não-cristãos que tentam cumprir o padrão da dedução, eles não o podem sobre a base de suas epistemologias e princípios básicos não-cristãos. Portanto, de qualquer forma, nós ganhamos.



CRISTO, NOSSA RAZÃO –– RAZÃO, NOSSA ARMA

A Bíblia nos diz que Cristo é o Logos de Deus –– isto é, Ele é a Palavra, a Sabedoria, a Lógica, ou a Razão de Deus (João 1:1). Portanto, todo aquele que rejeita Cristo, rejeita a própria razão. Aqueles que atacam o Cristianismo lutam contra a Razão, assim, que nunca seja dito novamente que os incrédulos empregam a razão ou a lógica para desafiar o Cristianismo –– isto nunca acontece. Antes, sua estratégia é atacar nossa fé com afirmações e especulações irracionais e sem garantia. Por outro lado, Cristo é o nosso campeão, e a Escritura/Razão é a nossa arma.

Os não-cristãos reivindicarão que a Razão pertence a eles, e isto confunde muitos cristãos mal-informados. Mas, como ilustramos acima, embora eles possam tentar colocar a Rocha da Razão em seus ombros, e proclamá-la como seu Deus e eles como os seus servos, eles não podem arcar com as suas demandas, e, no final das contas, a Rocha sufoca e esmaga-os. Eles deslizam por debaixo delas [as demandas] e tentam se escusar delas e redefini-las. Então, eles concordam com a idéia de que eles podem, juntos, remendar uma bola gigante de estrume e chamar esta de Razão e Lógica –– ela é muito mais leve, e certamente ninguém notará! Mas, o apologista bíblico esmagará tanto eles como a sua bola de estrume com a Rocha da Razão, da qual eles tentam tão duramente escapar.

Eu tenho usado Sinnott-Armstrong e Zarefsky somente como exemplos, mas todos os outros pensadores não-cristãos são da mesma forma fracos mentalmente. Se ele for Michael Martin, Kai Nielsen, ou qualquer outro não-cristão do passado ou presente, não faz diferença. Seu irracionalismo está necessariamente relacionado com sua rejeição da cosmovisão bíblica; qualquer pessoa que brinca com estrume federia. E, visto que sua forma de argumentação não é apenas praticada sem conhecimento, mas deliberadamente e sistematicamente ensinada aos seus estudantes, as gerações futuras de não-cristãos podem somente se tornar cada vez piores.

Isto nos trás a um ponto importante mencionado no começo. Mesmo uma criança pode derrotar estes professores não-cristãos num debate? Elas certamente podem, se elas forem apropriadamente treinadas por seus pais e pastores. Deus já fez de todos os incrédulos tolos (1 Coríntios 1:20), e Ele se deleita em usar as coisas humildes para humilhar as orgulhosas (v. 28). Embora todos devamos participar, quem melhor para embaraçar os eruditos não-cristãos do que as crianças, os mentalmente incapazes e os sem-educação? Mas, para terem sucesso, eles devem abraçar a Cristo como sua Razão e eles devem afirmar toda a Escritura como revelação de Deus. Assim, eles devem ser ensinados de maneira apropriada.

Pais, ensinem a seus filhos teologia sistemática e apologética bíblica. Vocês devem começar tão logo eles comecem a entender o nosso idioma. Treine-os a pensar biblicamente e logicamente. Desde o começo de suas vidas, ensine-os a estimar o que Deus estima, e a desprezar o que Deus despreza.

Pastores preguem sobre a tolice dos incrédulos –– exponha-os! Use-os como exemplos públicos e mostre ao seu povo como os demolir racionalmente e reduzi-los a nada. Você encontrará os piores argumentos até mesmo nas melhores obras deles. Transmita ao seu povo a destreza, o conhecimento e a confiança que eles necessitam para enfrentar os incrédulos e vencer. Nosso objetivo é a total humilhação e aniquilação da erudição não-cristã; nosso propósito é golpear as suas costas e esmagar a sua cabeça com a Razão até que se curvem diante do trono de Cristo. Para fazer isto, devemos labutar para levantar um exército de apologistas bíblicos, capazes de demolir qualquer não-cristão num debate, num piscar de olhos.

Certamente, alguns de vocês ainda estão hesitantes; vocês ainda estão algemados pelos padrões do discurso e conveniência social que os não-cristãos impuseram sobre vocês. [23] Este é um mecanismo de defesa que eles instalaram em suas mentes para se protegerem contra a Razão. Parem de ser estúpidos! Parem de ser fracos! Parem de lisonjear e romancear aquilo que Deus condenou. Ao invés disto, estejam em linha com o método bíblico e o tom da proclamação e defesa do evangelho. Levantem-se e tomem seus lugares no exército de Deus, e lutem por Sua causa.


NOTAS:

[1] - Todavia, a resposta não representa uma exposição bíblica completa sobre o assunto. Para maior informação, veja Vincent Cheung, Systematic Theology, Ultimate Questions, Presuppositional Confrontations, Apologetics in Conversation, Commentary on Ephesians, e “Professional Morons”; Douglas Wilson, The Serrated Edge: A Brief Defense of Biblical Satire and Trinitarian Skylarking (Canon Press, 2003); Robert A. Morey, “And God Mocked Them” (audio); e James E. Adams, War Psalms of the Prince of Peace: Lessons From the Imprecatory Psalms (Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1991). [voltar]

[2] - William Lane Craig and Walter Sinnott-Armstrong, God? A Debate Between a Christian and an Atheist (Oxford University Press, 2004), p. 81. [voltar]

[3] - Ibid., p. 95. [voltar]

[4] - Ibid., p. 144. [voltar]

[5] - Ibid., p. 149. [voltar]

[6] - Ibid. [voltar]

[7] - Ibid., p. 95. [voltar]

[8] - Ele aplica o “nós” a todos nós, mas eu replico, “Fale por si mesmo!”. Ele não nos representa quando nossa cosmovisão e argumentos são diferentes dos seus e imunes ao problema. [voltar]

[9] - Eu desejo lembrar ao leitor que ele pode falar somente por si mesmo. [voltar]

[10] - David Zarefsky, Argumentation: The Study of Effective Reasoning, Part 1 and Part 2 (The Teaching Company, 2001). [voltar]

[11] - Zarefsky concorda com estas definições (Argumentation, Part 1, p. 13-15). [voltar]

[12] - Part 1, p. 15. [voltar]

[13] - Ibid. [voltar]

[14] - Ibid. [voltar]

[15] - Ibid. [voltar]

[16] - Ibid., p. 17. [voltar]

[17] - Ibid. [voltar]

[18] - Part 2, p. 8. [voltar]

[19] - Ibid. [voltar]

[20] - Ibid., p. 8-10. [voltar]

[21] - Ibid., p. 8. [voltar]

[22] - Ibid., p. 9. [voltar]

[23] - Ibid. [voltar]

[24] - Veja Vincent Cheung, “A Moron by Any Other Name”. Clique aqui e leia a tradução.[voltar]



Nota sobre o autor: Vincent Cheung é o presidente da Reformation Ministries International [Ministério Reformado Internacional]. Ele é o autor de mais de vinte livros e centenas de palestras sobre uma vasta gama de tópicos na teologia, filosofia, apologética e espiritualidade. Através dos seus livros e palestras, ele está treinando cristãos para entender, proclamar, defender e praticar a cosmovisão bíblica como um sistema de pensamento compreensivo e coerente, revelado por Deus na Escritura. Ele e sua esposa, Denise, residem em Boston, Massachusetts.

 


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 04 de Março de 2005.


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