Batismo por Aspersão e Infantil

por

Rev. Anísio Malta

 


Muitos cristãos novos têm se filiado às igrejas imercionistas simplesmente porque  não  compreenderam  o  significado pleno do batismo “com água”. A  defesa  deste  tipo  de  batismo  provém  de uma má compreensão de  algumas  afirmações  bíblicas como: “...desceram à água, batizados no rio  Jordão,  sepultados  com  Cristo, muitas águas...”; expressões que parecem  significar  imersão  para  aqueles  que  não  estudaram  a bíblia em sua  verdadeira luz e significado.

Muitos  não  sabem  que o batismo tinha sido ministrado por mais de 1500 anos  por aspersão e derramamento antes de João Batista nascer. Não sabem que  não  havia  outra  Bíblia até o ano 100 A. D., exceto a velha Bíblia chamada  Escrituras,  Torá.  Não sabem que a “lei e os profetas” requer a aspersão e derramamento como forma de batizar, e que a água usada nestes cerimoniais  tinha que ser pura e de ribeiros de água corrente. Não sabem que  um  sacerdote  devia ter trinta anos de idade antes de sua dedicação para  o sacerdócio.  Não sabem que o lugar em que o eunuco foi batizado era deserto  e  não  havia  rio  ali.  Não sabem  que “sepultado com Cristo” significa  literalmente  sepultado com ele “na morte”, e não na água. Não sabem  que  “no  Jordão”  tem  o mesmo significado que “na Galiléia”, “em Samaria”. Nnão sabem que “muitas águas” em grego significa “muitas fontes” e não muita água (volume).


Batismo, o Sinal da Aliança da Graça

O Batismo é o sinal visível, da graça invisível na aliança “concerto, pacto” com  Abraão e  seus filhos na fé. É um sinal externo, de um concerto eterno, com o Deus eterno.

O  que  é  batismo?  O  Batismo é o sinal visível, da graça invisível.

Batismo  é  o  rito  de ingresso na Igreja Visível de Jesus Cristo, sem o  qual  não  se  entra  para  a comunidade visível dos que professam a fé Cristã. Quanto a isso, todos os evangélicos concordam. Para  o reformador João  Calvino,  batismo é o :  “Sinal  visível  da graça invisível”.  Primeiro  vem  a  graça,  pela  operação interna do Espírito Santo,  depois  a  aplicação de seu símbolo externo, o ato do batismo com água.

A Confissão de fé de HEIDELBERG fevereiro de 1563 assim se expressa:

“Cremos  e  confessamos  que  Jesus Cristo, o qual é “o fim da lei” (Rm. 10:4),  derramou  seu  sangue,  acabou com qualquer outro derramamento de  sangue  que se possa ou queira realizar para a propiciação e santificação  dos  pecados.  Tendo  abolido a circuncisão, que se praticava com sangue,  ele instituiu em lugar dela o sacramento do batismo”.

“Por isso, Cristo mandou batizar todos os seus “em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo” (Mt.28:19) Somente com água. Dessa forma, ele nos da a entender  que  assim  como  a água tira a impureza do nosso corpo, quando derramada  em  nós,  ...  , assim o sangue de Cristo, através do Espírito Santo,  lava  a  alma, purificando-a e limpando-a de todas as impurezas e iniqüidades...”. “Por  isso, cremos que quem quer entrar na vida eterna, deve ser batizado uma  só  vez.  O batismo não pode ser repetido, porque também não podemos nascer  duas  vezes  e  porque  esse batismo tem utilidade não somente no momento em que o recebemos, mas durante a vida inteira”.

“Portanto,  rejeitamos o erro dos anabatistas, que não se contentam com o batismo  que uma vez receberam , e que além disso, condenam o batismo dos filhos  pequenos  dos  crentes.  Nós  Cremos,  porém,  que eles devem ser batizados  e  selados  com  o sinal da aliança, assim como as crianças em Israel  eram circuncidadas com base nas mesmas promessas que foram feitas a nossos filhos”.  


W.G.  SWIFT : “Depois de haver estudado a bíblia e os escritos de homens eruditos  por  mais  de  quarenta  e  cinco  anos, tempo este que fiz uma excursão  pelas  terras da Bíblia, estou completa e claramente convencido de  que  o  derramamento ou aspersão com água sobre uma pessoa em nome do Pai,  do  Filho e do Espírito Santo, é o modo próprio de batismo, uma vez que  derramamento e aspersão provêm da mesma palavra grega”.

Para reforçar essa  opinião  vou  apresentar  algumas  afirmações  de  alguns  dos mais eruditos mestres do Grego.

1.  A  primeira é do Léxico Grego e Inglês, de Robson, considerado um dos melhores  sobre  o  NT.  Diz  ele: “Nas primeiras versões latinas do Novo Testamento,  como  por  exemplo,  a Ítala, que Sto. Agostinho considerava  como a melhor de todas e que remota ao segundo século e ao uso ligado com a  era  apostólica, o  verbo  grego é apresentado uniformemente na forma latina  nunca  é  traduzido  por  imergo  ou  por  qualquer  outra  forma semelhante;  demonstrando  com  isso  que  havia  alguma coisa no rito do batismo com que a última não correspondia”.

2. As fontes batismais que ainda se encontram entre as ruínas das igrejas   gregas mais antigas na palestina, como em Técoa e Gofna, e que remontam a   tempos  muito  primitivos,  não  são  suficientemente  grandes  de modo a   admitir  o  batismo por imersão de uma pessoa adulta; e obviamente jamais foram designadas para este uso.

3.  O  Dr. Rice (em sua Polêmica com Campbell) diz: "já examinei todas as passagens na bíblia e nos escritos apócrifos dos judeus, onde a palavra é usada  em sentido literal, sem referencia à ordenança do batismo cristão,  e  a  minha convicção clara é que não há um único exemplo em que se possa provar signifique imergir; que todos os exemplos, exceto talvez um, quiçá duvidoso,  pode-se  provar,  e tem sido provado, expressam a aplicação de água à pessoa ou coisa por derramamento ou aspersão”.

4. Extraí o seguinte do The Christian Standard, um dos principais jornais da  Igreja  Cristã,  datada  de 13 de fevereiro de 1932: “Parece-me que a palavra  imersão  nunca  deve  ser usada em uma discussão sobre o batismo Cristão.  Eis  a prova: em primeiro lugar não é um termo bíblico; nunca é usada  na  Versão  Americana  nem  na  edição  revista”. Aqui, na própria fortaleza  dos imercionista, entre os discípulos de Alexandre Campbell, é admitido o meu ponto de vista.

5. O  Dr.  Jacob Ditzler, um dos maiores mestres gregos dos dias modernos, diz  enfaticamente  em seus escritos que não existe nenhuma palavra grega para imersão no Novo Testamento.

6. W. G. Swift : “Quando eu era rapaz fui batizado por aspersão, e fiquei inteiramente  satisfeito.  Depois  de ouvir muitas pregações que mandavam para  o  inferno os que não eram imersos, fui forçado a crer que  eu  estaria  perdido  se  não  mudasse  minha opinião sobre batismo. Ninguém  pode  imaginar  a  tortura inútil que tive de suportar por muito tempo.

Resolvi  deixar  a  bíblia  solucionar  o  assunto, e não o homem. Fiquei convencido,  pelo  estudo  do  Velho  Testamento,  a  única Bíblia que os profetas,  João  Batista,  Jesus  e os apóstolos possuíam, que não há uma única passagem nas escrituras, quer no Velho quer no Novo testamento, que prove ser a imersão o modo certo de batizar; que a imersão não simboliza o que Deus e o Filho do Homem pretendiam. A  palavra  “imergir”  ou  “imersão”  não  se encontra na Tradução do Rei Tiago, da Bíblia, considerada pelas maiores autoridades inglesas como a  maior tradução que já foi dada ao mundo.

W. G. Swift : “Tendo estudado por mais de 40 anos as tradições bíblicas e  tendo  feito  uma viagem pelas terras bíblicas, posso referir cerca de 40 tradições  e  costumes da palestina que estavam em uso antes de Cristo, e muitos  continuam hoje, tais como duas mulheres moendo num moinho, aração feita  com  arado  de  um  só  cabo, homens saudando-se com ósculo santo, transporte  de  água  e  leite  em  odres  de couro, cambistas, etc. Se o batismo  fosse  por  imersão  no  período de Cristo, porque a maioria dos cristãos do mundo praticam a aspersão ainda hoje? Acompanha este trabalho uma   pintura   tipo  desenho  dos  cristão  primitivos  encontrados  nas  catacumbas  de  Roma,  uma  das quais eu mesmo atravessei com uma candeia  acesa.  Muitos  cristãos  primitivos  foram enterrados sob o solo durante aqueles  dias  terríveis  de perseguição, nos três primeiros séculos este foi  descoberto nas escavações das catacumbas e datam do primeiro século, duas destas obras, vê-se João Batista em terra seca derramando água sobre a  cabeça  de  Jesus,  e o desenho da pomba do Espírito sobre sua cabeça. Neste  que  acompanha  este livreto, João está com água até os tornozelos derramando  água  sobre  a cabeça do batizado. Este quadro é uma das mais antigas relíquias dos primeiros cristãos”.

Estas  relíquias  trazem  a  idéia  clara  insofismável  do  batismo  dos primeiros cristãos.

“...Foram  tais  descobertas  na palestina que levaram o Dr. Whitsit, por  muito  tempo  professor  no  Seminário  Batista de Lousville, Kentucky, a  renunciar à imersão como verdadeiro modo de batismo”.

“Feirfield,  um  outro  batista  eminente,  fez  a  mesma  cousa. Ambos escreveram livros sobre esse assunto”.

“Durante  minha viagem pela Palestina vi este quadro pendurado em algumas das igrejas. E cheguei mesmo a vê-lo pendurado no viaduto de uma estrada. Na  Igreja  de  São  Paulo,  em Valleta, capital da ilha de Malta, vi uma estátua  de  Paulo e Públio, em tamanho natural logo no interior da porta da  igreja. Paulo esta batizando Públio, derramando água na sua cabeça. O quadro  do  batismo  de  Cristo  estava  dependurado  nos fundos da mesma igreja.  Trouxe  comigo  das margens do rio Jordão, uma pedra em que este quadro está reproduzido. Em todas as terras da Bíblia por onde andei, não vi um só quadro que retratasse o batismo de Jesus que indicasse imersão.

Deus  mandou Moisés que aspergisse água como símbolo de purificação e por toda  a  era  profética  os  profetas  ensinaram e praticaram a aspersão, porque João mudaria isso? Com certeza não mudou!

Os que praticam a imersão crêem que o Batismo representa o sepultamento e a  ressurreição  de  Cristo.  A  morte  e  ressurreição  são  os fatos, o resultado é a purificação dos pecados. É isso possível ? Com base no fato da purificação dos pecados em Isaías  43:25,  que  é  em  nós  aplicado  pelo  Espírito  Santo? Particularmente eu  creio,  que  está  mais  relacionado  com  a obra do Espírito Santo, que opera em nós a purificação dos pecados.

“O batismo com Espírito Santo; aplicando em nós a obra de Cristo nos lava e  nos  purifica  de  todo pecado”. João Batista afirma “Eu vos batizo com  água,  ( rito de purificação ) mas após mim vem um que é maior do que eu,  ...  ele  vos batizará com o Espírito Santo e com Fogo...”. O profeta JOEL “derramarei do meu Espírito sobre toda carne”. O Espírito purificador foi derramado, se a realidade foi derramada logo o símbolo também deve ser; e  não é mera lógica, leia: Lucas 3:16 “disse João, eu na verdade batizo “com  água”,  ...  mas  ele  vos batizará “com o Espírito Santo”; se o mesmo verbo é usado nos  dois batismos, por que com o Espírito é derramar, mas com água é “imergir”?  Detalhe:  pegue  sua  Bíblia,  vá  ao  rodapé da página e veja o detalhe
(1.=com,  ou “em” ); por que esta tentativa de mudança? Se o texto original diz  “Com!”  (que neste caso é uma conjunção que indica modo, forma; e com   jamais  significaria  “dentro  de”,  que  daria  a idéia de imersão, e sim usando  água,  “derramando  água”,  por  isso  esta  tentativa de salvar o sentido  desejado, em  lugar  do sentido original, que é “derramar água”, “com água” e não “em água”. O símbolo, o batismo “com água”, traz a idéia da realidade que é o batismo “com Espírito Santo”.

Em  Atos  11:15-16, Pedro, neste passo, lembra-se que o batismo de João foi  por  aspersão,  porque se em Jerusalém o batismo com Espírito Santo, foi por aspersão, “com o Espírito”, como  “com  água”  pode  significar  imersão,  se  “com  o Espírito Santo” significa derramar, aspersão? Atos 1:5, “O Espírito Santo veio sobre vós”, e Isaías 32:15, “Até que se “derrame sobre nós” o espírito lá do alto”.

O  modo  dos  judeus  se  purificarem  era por “aspersão”, derramamento, e significa  purificar.  Era tão comum que a bíblia menciona derramamento e aspersão  mais  de  200  vezes. Os judeus aspergiam as pessoas, os vasos, utensílios  e  o próprio santuário. Hebreus 9:19-21. E isto simbolizava a purificação  do  Espírito  Santo.  Em  João  2:6  lemos,  “Ora estavam ali colocadas  seis  talhas de pedra, que os judeus usavam nas purificações”. Na  bíblia  não  vemos multidões de crentes indo ao rio para ser batizadas pelos  discípulos,  não  fala  de tanque, nem batistérios, são invenções modernas.

Os  rituais  de  purificação  dos judeus nos trazem alguma luz aos fatos. Assim  como o cordeiro era um tipo de Cristo, o batismo com água tipifica o batismo com o Espírito santo.

Vejamos  Isaías 44:3, “Derramarei água sobre o sedento, derramarei o meu Espírito  sobre  a  sua  posteridade,  e  a  minha  benção  sob  os  teus descendentes”,  etc.  João Batista disse: “Para que ele fosse manifesto a  Israel,  é  que  eu vim batizando com água”. Manifestado como? Que tipos era comum aos israelitas? 1ª Pedro 1:2 diz, “...para a obediência e a aspersão do  sangue de Jesus Cristo”. Por que se mudaria a forma do ritual, quando a realidade   ritualística   judaica  requer  aspersão?  Isaías  diz:  “Ele borrifará   muitas   nações”.   Isto  denota  a  forma  clara  dos  ritos purificadores  dos  israelitas,  aspergindo  ou  batizando  “com água”. E significa que o Cristo purificaria as nações.

Um  argumento lógico:
Deus jamais estabeleceria para sua igreja uma ordem que  não  pudesse ser cumprida em todo lugar. Como praticar a imersão nos Pólos no Alasca? Se alguém for imerso nesta região, quando sair de dentro da água morre congelado! O que fazer nos grandes desertos, onde não há água “nem para beber”? Já para a aspersão isso é muito simples.

Um  fato lógico e evidente: Em Atos 10:31-45 Pedro dava testemunho na casa  de Cornélio: “...Enquanto Pedro ainda falava estas coisas, desceu o  Espírito  Santo  sobre  todos  os  que ouviam a palavra. Admiraram os crentes  que  eram da circuncisão, quando vieram com Pedro, porque também sobre  os  gentios  foi  derramado  o  dom  do Espírito Santo...” e Atos 11:15-16  “...Quando,  porém comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre Eles,  como  também  sobre  nós  no  princípio.  Lembrei-me da palavra do senhor,  como  disse:  João, na verdade batizou com água, mas vós sereis batizados  com  o  Espírito  Santo”. Se  isso ainda não for suficiente para mostrar  a  relação  do  batismo  com  água com o batismo com o Espírito Santo (“derramarei” e “desceu sobre eles”) não sei se poderei ajudá-lo, mas  não  desistirei.  Sepultados e  batismo  não  tem relação; sepultamento é símbolo de morrer com Cristo e não de batizar.

 


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