Batismo pelos Mortos

por

Ra McLaughlin



Pergunta

Como você entende o batismo pelos mortos?


Resposta

Eu não acho que possamos ter muita certeza de que saibamos o que seja isso. O batismo pelos mortos é mencionado somente uma vez na Escritura (1 Coríntios 15:29), e ele não é descrito. Além do mais, a linguagem usada para falar dele é vaga.

Ainda, comentaristas especulam sobre ele durante todo o tempo (como eu estou a ponto de fazer!). Muitos pensam que ele envolvia um batismo vicário em favor daqueles que tinham morrido, embora os benefícios que a igreja primitiva cria que eram conferidos por tal batismo não sejam claros. O vocabulário grego aqui relembra aquele de 2 Macabeus 12:43-45 nos apócrifos da Septuagint, que se refere a uma oferta pelo pecado feita em favor dos mortos, e que louva essa ação à luz da futura ressurreição. Eu não quero dizer que 2 Macabeus deveria ser aceito como canônico – ele não deve! Eu simplesmente quero apontar a forma como o vocabulário é usado num contexto relacionado.

A maioria dos comentaristas cristãos sugere que Paulo falava de uma prática que ele não aprovava. De forma argumentável, Paulo aponta que sua audiência já (embora inconsistentemente) cria no que ele está dizendo com respeito à ressurreição. Especificamente, a prática dos coríntios do batismo pelos mortos, errônea como ela era, pressupunha a ressurreição final. Paulo claramente tinha oponentes em Corinto (cf. 1 Coríntios 1:12; 9:3; 2 Coríntios 11:13), e não é irracional crer que alguns deles ensinavam doutrinas estranhas e desconhecidas, talvez incluindo o batismo pelos mortos. Não é irracional pensar também que o batismo pelos mortos se desenvolveu num contexto cristão-judaico como o equivalente neo-testamentário às ofertas pelo pecado mencionadas em 2 Macabeus 12:43-45.

Assim como o Antigo Testamento não advoga ofertas em favor dos mortos, o Novo Testamento não advoga batismo em favor dos mortos. Todavia, parece que tanto o batismo com as ofertas pelos mortos eram praticados. Em minha avaliação, tais práticas representam bons motivos, mas uma pobre teologia e aplicação das Escrituras.

Os bons motivos podem ser a razão de Paulo não repreendê-los duramente (cf. 2 Crônicas 30:18-20). Outras razões para Paulo não ter tratado do problema aqui podem ser que esse não era o ponto do seu argumento, nem uma fonte de conflito significante dentro da igreja. Sem dúvida muitos outros problemas não somente não foram tratados nessa carta, mas também não foram mencionados.

 


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 20 de Setembro de 2005.

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