John Gresham Machen (1881–1937)

por

D. F. Kelly

 


Machen foi um influente teólogo conservador americano, erudito do Novo Testamento e controversalista eclesiástico. Machen nasceu em Baltimore, de uma distinta família presbiteriana do sul. Ele se graduou com honras na Universidade Johns Hopkins, onde sob a orientação do famoso erudito grego B. L. Gildersleeve, se sobressaiu em estudos clássicos. Após um ano de estudo graduado em Johns Hopkins, Machen entrou no Seminário Teológico de Princeton para estudar sob a orientação de eruditos calvinistas, tais como Warfield, Patton, Vos e R. D Wilson.

Durante seu último ano como ainda não graduado, Machen teve a distinção de ter uma série de artigos publicados no Princeton Theological Review intitulada “A Critical Discussion of the NT Account of the Virgin Birth of Jesus” [Uma Discussão Crítica do Relato do Novo Testamento do Nascimento Virginal de Jesus]. Ao se graduar em Princeton em 1905, ele ainda estava incerto de um chamado para o ministério e assim, ele foi para a Alemanha para um ano de pós-graduação nas universidades de Marburg e Göttingen. Embora impressionado e atraído pela teologia liberal de Wilhelm Herrmann, Machen se esforçou em direção a um profundo comprometimento à infalibilidade da Escritura e às ênfases tradicionais da teologia reformada histórica.

Em 1906 Machen retornou a Princeton como um instrutor no departamento de Novo Testamento. Ele continuou nessa posição até que ele foi instalado como professor de Novo Testamento em 1915. Somente em 1913 ele finalmente decidiu buscar a ordenação ao ministério. Após 1912 ele se tornou mais amplamente conhecido como um erudito através da publicação de vários artigos, revisões e traduções.

Durante a Primeira Guerra Mundial ele gastou vários meses nas linhas de frente da França, servindo como um obreiro da YMCA (Young Men's Christian Association; Associação de Jovens Cristãos). Após a guerra, a atmosfera teológica na Igreja Presbiteriana do Norte e no Seminário de Princeton foi mudando do Calvinismo tradicional para uma interpretação mais liberal ou “modernista” do Cristianismo. Nas intesnas lutas entre fundamentalistas e modernistas durante a década de 1920 e 1930, Machen emergiu como um campeão mundial da autoridade bíblica e da teologia evangélica.

A faculdade do Seminário de Princeton se dividiu em alguns desses assuntos, e no final, as forças liberais na Igreja Presbiteriana “reorganizaram” o Seminário de Princeton em 1929, de tal forma que o ponto de vista deles prevaleceu administrativamente. Isso levou à resignação de Machen, Van Til, Allis, Wilson e outros, os quais, sob a direção de Machen, fundaram o Seminário Westminster na Filadélfia, em 1929.

Devido à sua preocupação com as tendências liberais entre os missionários Presbiterianos, Machen fundou o Independent Board for Presbyterian Missions [Comissão Independente para Missões Presbiterianas], em 1933. Esse passo lhe custou seu relacionamento com a igreja. Ele foi julgado pelo Presbitério de New Brunswick, em Trenton, Nova Jersey, em 1935, por desobedecer à ordem da Assembléia Geral de deixar o Independent Board. Não foi permitido a Machen o se defender à partir da Escritura ou fazer qualquer referência às implicações teológicas de seu caso. Ele foi suspenso do ministério e perdeu seus apelos ao sínodo e à Assembléia Geral de 1936.

Em 11 de Junho de 1936, Machen liderou a organização da Igreja Presbiteriana da América (que em breve teve o seu nome mudado para Igreja Presbiteriana Ortodoxa). Esse novo corpo não cresceu como tinha sido esperado, e dentro de um pouco de tempo experimentou divisões dentro de seus próprios limites. Talvez parte do problema resida na decisão de Machen de dissolver a Covenant Union (União do Pacto), que era uma organização de cristãos que criam verdadeiramente na Bíblia, dentro da Igreja Presbiteriana. O Rev. Walter Watson de Syracuse, Nova Iorque, pediu que Machen mantivesse relações com esse grupo na igreja antiga, embora ele estivesse iniciando um corpo separado. Se isso fosse feito, Watson sentia que, a tempo, muitos milhares poderiam decidir se unir com aqueles que já tinham saído com Machen. A Covenant Union, contudo, foi dissolvida, e assim, os evangélicos na nova igreja e aqueles remanescentes na igreja antiga falharam em se beneficiar de comunhão e propósitos comuns com o passar dos anos. Todavia, o Cristianismo evangélico no mundo Ocidental deve um grande débito para com Machen e a organização que ele fundou por causa de sua explanação inteligente e corajosa da e em favor da verdade cristã história.

Machen morreu numa excursão de pregação em Dakota do Norte. Entre os seus livros mais influentes estão The Origin of Paul's Religion [A Origem da Religião de Paulo] (Palestras Sprunt para o Seminário União em Virgínia, em 1921); NT Greek for Beginners [Grego do Novo Testamento Para Iniciantes] (1923); Christianity and Liberalism [Cristanismo e Liberalismo] (1923); What Is Faith? [O que é fé?] (1925); The Virgin Birth of Christ [O Nascimento Virginal de Cristo] (Palestras Smyth para o Seminário Columbia, em 1927); The Christian Faith in the Modern World [A Fé Cristã no Mundo Moderno] (1936). Dois dos seus livretos foram muito importantes: The Attack upon Princeton Seminary—A Plea for Fair Play [O Ataque contra o Seminário de PrincetonUm Apelo ao Jogo Justo] (1927) e Modernism and the Board of Foreign Missions [Modernismo e a Comissão para Missões Estrangeiras] (1933). Machen também fundou dois periódicos, Christianity Today [Cristianismo Hoje] e, mais tarde, The Presbyterian Guardian [O Guardião Presbiteriano] (ambos cessaram a publicação muitos anos depois).


Bibliografia: Machen, “Westminster Theological Seminary: Christianity in Conflict,” em Contemporary American Theology, I, ed. V. Ferm; N. B. Stonehouse, J. Gresham Machen: A Biographical Memoir; H. W. Coray, J. Gresham Machen: A Silhouette; P. Woolley, The Significance of J. Gresham Machen Today; W. D. Livingston, The Princeton Apologetics Exemplified by the Work of B. B. Warfield and J. Gresham Machen, a Study in American Theology 1880–1930; F. A. Schaeffer, The Church Before the Watching World, capítulo 3.

 


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 11 de Agosto de 2005.


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