Arthur W. Pink: Nascido para Escrever

por

Felipe Sabino de Araújo Neto

 



Confesso de antemão o plágio do título do livro “Arthur W. Pink: Born to Write” [Arthur W. Pink: Nascido para Escrever], de Richard P. Belcher. Apesar de não ter lido o livro ainda, essa é uma conclusão a qual cheguei simplesmente lendo os escritos de Pink. Ouso dizer que, sem exagero e sem sombra de dúvidas, é impossível que alguém leia os seus livros e não concorde com tal descrição.

Nascido em 1° de Abril de 1886, em Nottingham (Inglaterra), Arthur Walkington Pink abandonou o teosofismo de Annie Besant em 1908, quando experimentou a conversão ao evangelho. Em 1910 aceitou o chamado para trabalhar como pregador num campo de minas em Silverton (Colorado, USA). Chegou a pregar mais de 300 vezes ao ano. Mais tarde viajou para Austrália, onde suas pregações foram muito bem recebidas. [1] Ali pastoreou uma igreja Batista até que em 1928 regressou à sua terra natal, onde, devido à perseguição que sofreu por causa da sua fidelidade às Escrituras, se viu obrigado a se dedicar à escrita e ao aconselhamento de crentes por correspondência, sendo que em 1946 já havia escrito 20.000 cartas à mão. [2]

Leitor incansável que era, em 1932 já havia lido toda a Bíblia mais de 50 vezes e milhares de livros teológicos, especialmente de autores reformados e puritanos.

Pink é o que todo bom leitor de teologia procura: erudição misturada com piedade. Os seus comentários são inspiradores, não somente demonstrando a reverência do autor para com Deus e a Escritura, mas também incitando o leitor ao mesmo. A sua maneira cativante de descrever as verdades divinas, a sua capacidade extraordinária de expor as mais difíceis passagens, e o seu rico e belo linguajar dificilmente encontram paralelo em toda a história do Cristianismo.

Apesar de Charles H. Spurgeon ser muito mais conhecido e lido do que Pink — principalmente aqui no Brasil —, é impossível que um apreciador de Spurgeon não fique encantado com Pink: não somente a teologia deles é a mesma (batistas calvinitas!), mas o próprio estilo é muito parecido. Além do mais, os livros de Pink são recheados com diversas citações do grande Príncipe dos Pregadores.

Um outro fator impressionante em Pink é a sua humildade e o seu compromisso inegociável com a verdade. Assim como Agostinho, ele veio a rejeitar várias das suas doutrinas e crenças anteriores, após um estudo mais cuidadoso do tema à luz das Escrituras. Entre as crenças abandonadas por Pink podemos citar o pré-milenismo e o dispensacionalismo, para não citar a sua mudança de uma Igreja Congregacional para uma Batista. Numa carta ele chega a dizer que não recomendaria o seu livro “The Antichrist” [O Anticristo] para ninguém; além disso, ele escreveu mais tarde um livro combatendo o dispensacionalismo (A Study of Dispensationalism), o qual, como já dito, foi anteriormente defendido por ele. [3] Com certeza não teríamos tantas heresias em nosso meio se os pastores, líderes e membros em geral das igrejas tivessem a humildade de Pink para reconhecerem os seus erros.

Falecido em 15 de Julho de 1952, Pink ainda nos fala hoje, tanto através do seu caráter e postura, como ainda mais através dos seus preciosos escritos. É a nossa sincera oração que os seus escritos sejam traduzidos e amplamente divulgados no Brasil, para a glória de Deus e o crescimento espiritual do seu povo.

 

NOTAS:

[1] - Na verdade Pink teve dois tipos de recepção na Austrália, uma hostil e outra amigável (ver capítulo 06 de “The Life of Arthur W. Pink” [versão revisada e ampliada], de Iain Murray).

[2] - Aqui vemos o mistério da providência, onde o isolamento relativo de Pink lhe deu a oportunidade de escrever incansavelmente, deixando-nos um acervo inestimável de livros. Um bom exemplo é o seu comentário sobre Hebreus, um dos melhores disponíveis sobre o livro, que possui 127 capítulos, perfazendo mais de 1.000 páginas de cuidadosa exegese e exposição bíblica.

[3] - Contudo, segundo Iain Murray, em “The Life of Arthur W. Pink” (versão revisada e ampliada), página 297, Pink nunca se desvencilhou completamente do dispensacionalismo, de forma que esse sistema influenciou seu pensamento sobre a igreja, considerando assim as igrejas cristãs em geral como estando em estado de apostasia, de tal modo que nunca procurou levar uma vida de membresia regular.



Livros publicados em português (excetuando aqueles disponibilizados aqui no Monergismo.com):

Deus é Soberano
Atributos de Deus
Enriquecendo-se com a Bíblia
Outro Evangelho


Algumas frases de A. W. Pink:

 

 

 


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