Dorothy Leigh Sayers (1893–1957)

por

Carolyn Chambers Clark

 


Dorothy Leigh Sayers nasceu em 13 de Junho de 1893, na cidade de Oxford, filha única do Rev. Henry Sayers, de descendência Anglo-Irlandesa. Sua pai era naquele tempo o diretor da Christ Church Cathedral School [Escola Catedral Igreja de Cristo], e ela nasceu na casa do diretor. Ela foi educada na Bluntisham Rectory [Paróquia Bluntisham], Cambridgeshire, e foi para a Godolphin School, Salisbury, onde ganhou uma bolsa de estudos para o Somerville College, Oxford. Em 1915 ela se graduou com excelentes honras em idiomas modernos. Não gostando da rotina e isolamento da vida acadêmica, ela se uniu aos Blackwell, os publicadores de Oxford, trabalhou com seu amigo Eric Whelpton, de Oxford, no L'École des Roches na Normandia (região do Norte da França), e de 1922 até 1931 serviu como redatora na firma de propaganda Bensons, em Londres.

Em 1923 ela publicou seu primeiro romance, Whose Body [Cujo Corpo] , que introduziu Lord Peter Wimsey, seu herói por quatorze volumes de romances e breves estórias. Ela também escreveu quatro outros romances em colaboração e duas estórias de seriado para transmissão. Escrevendo em tempo integral, ela se tornou uma das escritoras de crime mais experientes e, no devido tempo, presidente do Clube de Detecção. Sua obra, cuidadosamente investigada e amplamente variada, incluía poesia, a edição de coleções com suas introduções eruditas sobre o gênero, e a tradução do Tristan de Tomás, do francês medieval para o inglês. Ela admirava E. C. Bentley e G. K. Chesterton e tinha entre os seus amigos T. S. Eliot, Charles Williams e C. S. Lewis.

Ela se casou com Arthur Fleming em 1926. Em 1928 seu pai morreu na Christ Church, em Fens, sua última paróquia, e ela comprou uma pequena casa em Witham, Essex, para acomodar sua mãe. Um ano após a morte da sua mãe, ela se mudou e comprou a casa ao lado, No 22 Newland Street, para unir as duas casas em uma. Ali ela trabalhou até sua morte, em 1957.

Escrevendo aproximadamente um livro por ano, suas novelas de mistério incluíam Clouds of Witness [Nuvem de Testemunhas] 1926, Unnatural Death [Morte Não Natural] 1927, Lord Peter Views the Body [Senhor Pedro Vê o Corpo] (breves estórias) 1928, The Unpleasantness at the Bellona Club [O Desagrado no Clube Bellona] 1928, The Documents in the Case [Os Documentos no Caso] 1930, Strong Poison [Veneno Forte] 1930, Five Red Herrings [Cinco Peixes Vermelhos] 1931, Have His Carcase [Tem Sua Carcaça] 1932, Hangman's Holiday [O Feriado do Carrasco] (breves estórias) 1933, Murder Must Advertise [Assassinato deve ser publicado] 1933, The Nine Tailors [Os Nove Alfaiates] 1934, Gaudy Night [Noite Vistosa] 1935, Busman's Honeymoon [Lua-de-mel do motorista de ônibus] 1937.

Gaudy Night [Noite Vistosa] foi a culminação da saga Wimsey, mas seu amigo Muriel St Clare Byrne a persuadiu para colaborar e colocar Lord Peter no palco em Busman's Honeymoon. A peça foi lançada com sucesso em Dezembro de 1936, e ela desistiu de escrever sobre crime, exceto para o livro da peça e três estórias curtas. Com sua nova segurança financeira, ela se tornou grata à obra para a qual ela tinha sido treinada.

O palco a fascinava. Ela já tinha sido solicitada a escrever uma peça, The Zeal of Thy House [O Zelo da Tua Casa], para o Festival Canturbury. Ela seguiu essa com mais seis, até a peça The Emperor Constantine [O Imperador Constantino], em 1951, para o Festival Colchester. A mais momentosa foi The Man Born to be King [O Homem Nascido para ser Rei], escrita para transmissão no horário infantil, mediante solicitação da BBC (British Broadcasting Company; Corporação de Emissão (tv) Inglesa). Sua apresentação da voz de Cristo, falando num inglês moderno, levantou uma tempestade de protestos e revolucionou escritos religiosos. A oposição lhe estimulou. Ela nunca cedeu onde sua arte estava envolvida.

Sua teologia era tradicionalmente Anglicana, com ênfase em doutrina. Cada momento disponível de seu tempo ela gastou escrevendo, às altas horas da manhã. Cartas, artigos e ensaios jorravam de sua caneta. A guerra levou-a a escrever Begin Here [Comece Aqui], seguido por The Mind of the Maker [A Mente do Criador], nos quais ela compara o humano com o criador Divino. Ela explorou os caminhos do conhecimento, se deleitava em quebra-cabeças e enfrentou muitas brigas, as quais ela conduzia com sábio e bom humor. Sua presença formidável, sua mente magnificente e sua apresentação lógica, a colocou em grande demanda como uma palestrante. Ela trabalhou como o Rev. Patrick McLaughlin no centro St Anne para discurso cristão e se tornou, em 1952, oficial da paróquia St Thomas-cum-St Annes, em Londres.

Ela encontrou seu função culminante após a guerra. Os escritos de Dante tinha lhe intrigado há tempos. Agora, ela aprendeu sozinha o Italiano antigo e fez uma tradução em terza rima [1] da The Divine Comedy [A Divina Comédia] que é inigualável, por sua popularidade e pela clareza de suas notas. Ela também encontrou tempo para terminar sua tradução sobre o Song of Roland [Cântico de Roland] do francês antigo. Mas ela morreu de modo inesperado, de insuficiência cardíaca, em 17 de Dezembro de 1957, enquanto estava engajada no terceiro volume de Dante, Paradiso [Paraíso], e sua amiga drª. Barbara Reynolds completou sua obra.

Durante toda a sua vida, Dorothy Leigh Sayers trabalhou duro, vivendo a filosofia que ela expressou nessas palavras:

“A única obra crista é a boa obra, bem feita”.


Dorothy Leigh Sayers

 

[Leia As Ferramentas Perdidas da Aprendizagem].


NOTA DO TRADUTOR:

[1] - A Divina Comédia possui uma impressionante simetria matemática baseada no número três. É escrita utilizando uma técnica original conhecida como terza rima, onde as estrofes de dez sílabas, com três linhas cada, rimam da forma ABA, BCB, CDC, DED, EFE, etc. Ou seja, a linha central de cada terceto controla as duas linhas marginais do terceto seguinte. Veja um exemplo (primeiras estrofes do Inferno):

 

1 Nel mezzo del cammin di nostra vita A
2 mi ritrovai per una selva oscura B
3 ché la diritta via era smarrita. A
 
4 Ahi quanto a dir qual era è cosa dura B
5 esta selva selvaggia e aspra e forte C
6 che nel pensier rinova la paura ! B
 
7 Tant'è amara che poco è più morte; C
8 ma per trattar del ben ch'i' vi trovai, D
9 dirò de l'altre cose ch'i' v'ho scorte. C
 
10 Io non so ben ridir com'i' v'intrai , D
11 tant'era pien di sonno a quel punto E
12 che la verace via abbandonai . D

 



Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 13 de Agosto de 2005.


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