A Vida Extraordinária de Jonathan Edwards

por

Iain Murray


Na Conferência Westminster na Capela de Westminster em dezembro último o papel de abertura foi dado por Iain Murray sobre o título acima. O que segue são suas palavras, e a lembrança desta fascinante palestra que tem sido agora impressa com as outras cinco palestras em “Conhecendo a Mente de Deus”, publicado pela Conferência Westminster e disponível pela Secretaria da Conferência, John Harris, 8 Back Knowl Road, Mirfield, WF14 9SA:

Eu mergulharei uma vez por todas na explicação da palavra “extraordinário”:

  1. Não é extraordinário para ministros encontrarem-se pouco queridos em suas congregações, e ter de deixá-las. Mas é extraordinário para um homem servir a igreja em tempos de avivamento, fazer o nome daquela igreja famoso, e então ser despedido por seu próprio povo depois de vinte e três anos de serviço. Isso aconteceu com Jonathan Edwards.
  2. É extraordinário para o caráter e reputação de um ministro ser conhecido com algumas avaliações contraditórias sobre sua própria vida como aconteceu com Edwards. Na opinião de alguns de seus contemporâneos ele foi: “Um grandessíssimo fanático”; “soberbo e rabugento”; e “uma pessoa muito antipática.” Outros disseram praticamente o contrário. George Whitefield escreveu dele, “um cristão sólido e excelente, acredito que não vi nada como ele em New England.” Outro que permaneceu na casa de Edwards disse: “a família mais agradável que eu já conheci. Há muito da presença de Deus aqui.”
  3. Há uma extraordinária diferença de opinião sobre o que era o tema central da pregação de Edwards. Alguns são da opinião de que o elemento principal para sua pregação era o medo e como evidência eles apontavam para seu mais conhecido sermão, “Pecadores nas mãos de um Deus irado.” No entanto, quem fez deste seu sermão mais conhecido é uma questão que merece consideração. A igreja de Edwards em Northampton comemorou o tricentenário de seu nascimento em outubro de 2003 com uma conferência em que todos estavam distribuindo pequenas canetas com as seguintes palavras escritas, “O Deus que mantém você sobre o buraco do inferno, assim como alguém segura uma aranha... sobre o fogo, odeia você.” O que uma nova igreja liberal deve querer destacar destas palavras é insignificante. Mas Edwards diz, “é manifesto que o amor é a mesma essência do cristianismo,” e um dos últimos biógrafos de Edwards escreveu: “Que Deus era amor em essência não é novidade na teologia cristã ou calvinista ou em outro pensamento da era, todavia a ênfase de Edwards sobre esse tema em um rigoroso contexto reformado era o centro de sua revitalização naquela tradição.” (George Marsden, p. 191).
  4. Outra coisa extraordinária é o fato de que Edwards pode ser visto como o manancial de dois diferentes extremos de influência que seguiram na história antiga. Um extremo tem muito interesse em que pode ser chamado uma semi-filosofia, aproximação especulativa para a teologia. Homens neste extremo – tais como Samuel Hopkins – apresentaram-se a si próprios como discípulos e apologistas de Edwards, mas seus escritos tinham valor limitado e temporário. Andrew Fuller, escrevendo para Hopkins em 1798, disse daqueles que seriam sucessores de Edwards: “Parece-me que muitos de seus jovens possuem uma raiva de imitar suas maneiras metafísicas, até alguns deles tornaram-se metafisicamente loucos.” Mas outro extremo de homens que admiravam Edwards e o leram de perto receberam uma impressão muito diferente dele e se tornaram evangelistas, pregadores e missionários. Alguns dos mais honrados nomes da historia da igreja subseqüente pertenceram a este extremo que inclui Edward Payson, Robert McCheine, Willian Carey e Henry Martin, para mencionar apenas alguns nomes. A diferença entre aqueles dois extremos era também bem ilustrado no século dezenove quando o Princeton Seminary se opôs acertadamente a então chamada “Teologia de New England,” defendida pelos professados sucessores de Edwards.
  5. É uma coisa extraordinária que um homem que morreu na idade de cinqüenta e quatro anos, e conseguiu vivendo como um pastor, deixar tanto material escrito. Outra figura do século dezoito acreditava que os livros de Edwards iriam nos anos seguintes simplesmente acumular poeira nas estantes das bibliotecas dos colégios. Ao contrário, os dois importantes volumes de seus Trabalhos publicados em 1834 são impressos ainda hoje, enquanto a Yale University Press tem atualmente alcançado o volume vinte e dois em outra edição que inclui uma boa quantia de material não publicado até agora. A verdade é que há um fenomenal interesse hoje em Edwards como autor, e um escritor disse recentemente que “por volta de 1950 trezentos livros, dissertações e artigos têm sido escritos sobre Edwards.”

 

Por Iain Murray

 


Traduzido por: Leandro Bachega

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