Unidos pelo Evangelho

por

Vincent Cheung



Não importa o que aconteça, exerçam a sua cidadania de maneira digna do evangelho de Cristo, para que assim, quer eu vá e os veja, quer apenas ouça a seu respeito em minha ausência, fique eu sabendo que vocês permanecem firmes num só espírito, lutando unânimes pela fé do evangelho, sem de forma alguma deixar-se intimidar por aqueles que se opõem a vocês. Para eles isso é sinal de destruição, mas para vocês, de salvação, e isso da parte de Deus; pois a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele, já que estão passando pelo mesmo combate que me viram enfrentar e agora ouvem que ainda enfrento” (Filipenses 1:27-30).

As pessoas freqüentemente falam sobre unidade –– sobre quão boa e quão importante ela é. Mas em torno de que supostamente devemos estar unidos? Em quais similaridades devemos insistir? Ou não devemos insistir em nenhuma? Quais diferenças supostamente devemos ignorar, e quais diferenças são inaceitáveis? Ou são todas as diferenças aceitáveis? Algumas pessoas tentaram se unir em torno da Torre de Babel, mas Deus as espalhou.

Assim como Paulo recomenda aos filipenses que coloquem o evangelho primeiro, e assim como ele mostra que ele também coloca o evangelho primeiro, ele urge para que todos os crentes se unam em torno deste único objeto e propósito –– isto é, o evangelho e o seu avanço. Para muitas pessoas, a teologia é o fator menos importante quando diz respeito à unidade, de forma que todos os tipos de pessoas são urgidas a se unir, mesmo quando suas teologias contradizem umas às outras. Por outro lado, a unidade cristã coloca a teologia cristã em primeiro lugar. Se não pudermos concordar sobre assuntos teológicos, então, não tem nexo discutir outros assuntos que estão relacionados à unidade. Se você afirma e prega um evangelho diferente do que eu afirmo e prego, então, como nos uniremos? Por que deveríamos nos unir? Qualquer “unidade” que ignore a teologia é superficial e sem sentido.

Contudo, uma vez que concordamos sobre o que constitui a mensagem do evangelho, e uma vez que concordamos sobre o propósito comum do avanço deste evangelho, então, temos uma base bíblica e significativa para a unidade. Esta unidade deveria ser tão forte que permaneceríamos “unânimes pela fé do evangelho”. E por causa deste evangelho, ordenaríamos nossas vidas de forma que traga a ele honra ao invés de descrédito (v. 27).

Pecadores se oporão a nós. Assim como a unidade dos verdadeiros cristãos tem uma teologia bíblica comum como seu fundamento, embora os pecadores pareçam ter crenças e culturas diversas, todos eles têm somente um propósito de fato –– isto é, opor-se ao evangelho. Assim, Jesus diz: “Aquele que não está comigo, está contra mim; e aquele que comigo não ajunta, espalha” (Mateus 12:30). Certamente, os incrédulos parecem unidos, visto que suas diferenças são somente superficiais, enquanto que os verdadeiros cristãos diferem de todos os outros num nível fundamental. No final das contas, há realmente duas opiniões –– unir-se para promover o evangelho, ou unir-se para se opor ao evangelho.

A posição deles contra aqueles de nós que se unem em torno do verdadeiro evangelho é sinal de nossa salvação e da condenação deles. Que nos unamos em torno da verdadeira mensagem do evangelho e até mesmo neguemos nossos interesses próprios para promovê-lo, é um sinal de que Deus nos escolheu para salvação e nos transformou para o serviço. Isto é porque sabemos que é Deus que soberanamente nos concede graça para crer no evangelho e, então, soberanamente nos concede graça para sofrer por causa do evangelho.

Por outro lado, que incrédulos se oporão àqueles de nós que estão unidos em torno do evangelho, os expõe como réprobos, designados por Deus para a eterna condenação. Certamente, alguns deles podem ser como Paulo, que perseguiu a igreja primeiro, mas foi mais tarde transformado soberanamente por Deus. Mas a menos que isto aconteça, qualquer se oponha àqueles que estão unidos em torno do evangelho, expõe a si mesmo como não-salvo, e condenado à destruição. Portanto, quando pecadores se opõe à sua destemida postura para com o evangelho, regozije-se de que Deus te concedeu fé para crer no evangelho, e graça para sofrer pelo evangelho. Onde quer que o levemos, o evangelho é vida para o eleito, e morte para o réprobo (2 Coríntios 2:14-16). Diferentemente da unidade humanista pecaminosa, nossa unidade em torno do evangelho não aumenta nossa capacidade de auto-preservação; o contrário é verdadeiro, pois estamos abrindo mão da nossa auto-preservação por causa do evangelho (Marcos 8:35).

 


Nota sobre o autor: Vincent Cheung é o presidente da Reformation Ministries International [Ministério Reformado Internacional]. Ele é o autor de mais de vinte livros e centenas de palestras sobre uma vasta gama de tópicos na teologia, filosofia, apologética e espiritualidade. Através dos seus livros e palestras, ele está treinando cristãos para entender, proclamar, defender e praticar a cosmovisão bíblica como um sistema de pensamento compreensivo e coerente, revelado por Deus na Escritura. Ele e sua esposa, Denise, residem em Boston, Massachusetts. http://www.rmiweb.org/

 



Extraído e traduzido de Commentary on Philippians, de Vincent Cheung, páginas 34-35.

Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 31 de Março de 2005.


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