Números 26

por

C. H. Mackintosh



Este capítulo, embora seja um dos mais extensos do nosso livro, não requer muitos comentários ou exposição. Nele temos o relato da segunda numeração do povo, quando estava a ponto de entrar na terra prometida. Como é triste pensar que dos seiscentos mil homens de guerra, que foram contados no princípio, só restam dois – Josué e Caleb!

Todos os demais estão reduzidos a pó, sepultados na areia do deserto – desapareceram todos. Os dois homens de fé simples ficaram para receber o galardão da sua fé. Quantos aos incrédulos, o apóstolo inspirado diz-nos que “Os seus cadáveres caíram no deserto”.

Como isto é solene e cheio de instrução para nós! A incredulidade impediu a primeira geração de entrar na terra de Canaã, e ocasionou a sua morte no deserto. Este é o fato em que o Espírito Santo baseia um dos avisos mais penetrantes encontrado em todo o volume inspirado. Escutemo-lo. “Vede irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel para se apartar do Deus Vivo; antes exortai-vos uns aos outros, todos os dias, durante o tempo que se chama HOJE, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado; porque nos tornamos participantes de Cristo se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até o fim, enquanto se diz: hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações como na provocação. Porque, havendo-a ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de Moisés. Mas, com quem se indignou por quarenta anos?  Não foi, porventura, com os que ficaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no seu repouso senão aos que foram desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da incredulidade. Temamos pois que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fica para trás; porque também a nós foram pregadas as boas novas como a eles, mas a palavra de pregação nada lhes aproveitou porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram” (Hebreus 3:12-19; 4:1,2).

Aqui está o grande segredo prático. A Palavra de Deus misturada com a fé. Preciosa mistura! A única coisa que pode realmente aproveitar a cada um. Podemos ouvir muito, falar muito, professar muito, mas podemos ficar certos de que a medida do verdadeiro poder espiritual – poder para superar as dificuldades, poder para vencer o mundo, poder para avançar, poder para nos apropriarmos do que Deus nos tem concedido – a medida deste poder é simplesmente a de misturar a Palavra de Deus com a fé. A Sua Palavra está estabelecida para sempre no céu; e se está fixada em nossos corações pela fé há um laço divino que nos liga com o céu e tudo que lhe pertence; e, na proporção em que os nossos corações estão assim ligados com o céu e com Cristo que ali está, estaremos praticamente separados deste presente século e elevados acima das suas influências. A fé toma possessão de tudo que Deus tem dado. Penetra dentro do véu; mantém-se como vendo Aquele que é invisível; ocupa-se com o que é invisível e eterno e não com o que é temporário. Os homens pensam que as possessões terrenas estão seguras; a fé nada conhece seguro senão Deus e a Sua Palavra. A fé aceita a Palavra de Deus e guarda-a no recôndito da alma como um tesouro escondido – a única coisa que merece ser chamada de tesouro. O feliz possuidor desse tesouro torna-se independente de todo o mundo. Pode ser pobre quanto às riquezas desta cena passageira; mas se é rico na fé, é possuidor de riqueza incontável – “riquezas duradouras e justiça” – “as riquezas incompreensíveis de Cristo”.

Prezado leitor, estes não são traços de fantasia – meras visões da imaginação. Não; são verdades substanciais, realidades divinas, que hoje você pode gozar em toda a sua preciosidade. Se confia em Deus, segundo a Sua Palavra – se crê o que Ele diz porque é Ele Quem o diz – pois isto é fé – então , verdadeiramente, você tem este tesouro, que torna o seu possuidor independente de tudo nesta cena onde os homens vivem só por vista. Os homens deste mundo falam do que é positivo e real , querendo dizer com isso o que podem ver e experimentar; por outras palavras, as coisas do tempo e dos sentidos – o que é tangível, palpável. A fé não conhece nada positivo, nada real, senão a Palavra de Deus.

Ora, foi a falta desta fé bendita que impediu Israel de entrar na terra de Canaã e ocasionou a queda de seiscentos mil cadáveres no deserto. E é a falta desta fé que mantém milhares do povo de Deus na escravidão e nas trevas, quando deveriam andar em liberdade e na luz – essa falta de fé os mantém deprimidos e tristes, quando deveriam andar no gozo e poder da plena salvação de Deus; essa falta de fé os mantém no temor do juízo, quando deveriam andar na esperança da glória: os mantêm na dúvida se escaparão à espada do destruidor no Egito, quando deveriam fazer festa com o trigo do ano precedente na terra de Canaã.

Oh, se o povo de Deus considerasse estas coisas no secreto da Sua presença e à luz da Sua Palavra! Então verdadeiramente conheceriam melhor e apreciariam plenamente a rica herança que a fé encontra na Palavra eterna de Deus – compreenderiam claramente quais são as coisas que nos são dadas livremente por Deus no Filho do Seu amor.

Que o Senhor envie a Sua luz e a Sua verdade e conduza o Seu povo à plenitude da Sua possessão em Cristo, afim de que eles possam tomar o seu verdadeiro lugar e render um fiel testemunho Dele enquanto esperam o Seu glorioso aparecimento.

 


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