Os “144.000” e a Hora do Julgamento

por

William Diehl



Nossos princípios de interpretação bíblica das porções apocalípticas simbólicas da palavra de Deus devem estar em harmonia com os claros ensinamentos da Bíblia com respeito a como todos os pecadores são salvos. Desde Adão até o último pecador arrependido salvo, todos somos salvos pela graça de Deus através da fé. Até mesmo Abraão foi justificado pela fé, como todos os que serão salvos.

Muitos intérpretes da Bíblia perfecionistas crêem de maneira equivocada que esse grupo chamado de “144.000” é um grupo especial, que tem uma unção especial, e que se tornaram Sacerdotes-Reis sem pecado. Há supostamente um grupo santo extra que habita no céu com Deus, enquanto o de “segunda classe” habita na terra. Isso está completamente fora de harmonia com o claro ensino do Evangelho de que “todos somos irmãos” e, portanto, somos iguais no reino de Deus.

O simbolismo do Apocalipse é geralmente explicado a partir das imagens dadas no próprio texto.

O texto nos mostra o castiçal do lugar santo do tabernáculo hebraico e nos diz que aquelas lâmpadas representam as Igrejas de Deus espalhadas na província da Ásia Menor.

A partir do simbolismo dos Anjos e o Pergaminho e a Lâmpada e os quatro seres viventes e os 24 anciãos dando testemunho ao julgamento, podemos facilmente ver que a cena é aquela do Dia da Expiação, quando o dia do Julgamento começa, e todo o mundo, chamado Babilônia, é julgado pelo Evangelho de Jesus Cristo.

Deus envia pragas, fome, espada e feras selvagens da terra (os quatro cavaleiros) como maldições sobre todos aqueles que quebram o pacto com Deus; enquanto ele envia bênçãos para todos os que estão dentro do acampamento do santuário e que estão selados com o selo do Deus vivo — os “144.000”— o Israel espiritual.

Aqueles que recusam o “selo de Deus” recebem a “Marca da Besta”.

A Besta é o reino terreno de Roma que se senta sobre sete colinas e mais tarde recebe uma ferida mortal; e a ferida é curada e ela se torna a besta (semelhante a Cordeiro) do Anticristo da Roma Papal, o falso profeta, que faz guerra contra o verdadeiro remanescente de Israel, que não se ajoelha diante de Baal.

O simbolismo do Falso Profeta vem do relato do Antigo Testamento de Elias e o remanescente fiel de 7.000 pessoas. O falso profeta “faz descer à terra fogo do céu, diante dos homens” e engana o mundo por meio dos milagres que realiza.

O simbolismo dos “3 anos e 1/2” também vem do tema de Elias, quando ele reteve a chuva por 3 anos e 1/2 por causa da apostasia de Acabe de Jezabel. Foi durante os 3 anos e 1/2 que Elias esteve no deserto, fugindo da ira de Acabe e Jezabel.

Daniel também usou o simbolismo dos “3 anos e 1/2” para a perseguição do Israel espiritual de Deus, durante a qual o “chifre pequeno” procura substituir a adoração do verdadeiro Deus pela adoração de Baal ou a “abominação desoladora”.

Assim, voltando para a interpretação do símbolo dos “144.000”, devemos interpretar isso como representando todos os redimidos da terra, ou como João mostra, a interpretação desse símbolo é a “inumerável multidão de toda nação, e tribo, e língua, e povo”. Esses são todos aqueles que são filhos espirituais de Abraão, os quais, como Abraão, foram justificados pela fé na “justiça [imputada] que é pela fé”.

“Mas o justo viverá da fé” (Hebreus 10:38)

e

“Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos” Romanos 4:7

 


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 08 de Novembro de 2005.

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