Muitos pré-tribulacionistas crêem que o rapto pré-tribulacional
não foi ensinado por Jesus, mas foi dado a Paulo como uma revelação
especial. Portanto, é importante para nós ver se o que Paulo
ensinou sobre o rapto é distinto do ensino de Jesus. Se há diferenças
mutuamente exclusivas entre o que Jesus ensinou sobre a Sua segunda vinda,
e o que Paulo ensinou sobre o rapto, podemos concluir que eles estavam
falando sobre eventos diferentes, como os pré-tribulacionistas supõe.
Contudo, se o ensino de Paulo sobre o rapto é compatível
com o ensino de Jesus sobre a segunda vinda, não há razão
para supor que Paulo ensinou uma vinda distinta de Cristo, aparte da vinda
mencionada por Jesus.
Os pós-tribulacionistas crêem que o ensino de Paulo concernente
ao rapto é completamente compatível com, e construído
sobre, o ensino de Jesus no Discurso da Oliveira. Há alguns novos
detalhes adicionados por Paulo, mas a seqüência geral de eventos é idêntica.
Em 1 Coríntios 15, Paulo escreveu primariamente da ressurreição
dos crentes, e o fato que seremos ressuscitados “incorruptíveis”.
Não temos espaço aqui para uma exegese profunda desta passagem.
Contudo, gostaria de apontar três coisas que creio unir este evento
com a vinda pós-tribulacional de Jesus em Mateus capítulo
24.
1. Paulo diz que a razão pela qual nossos corpos serão mudados é porque; “carne
e sangue não pode herdar o Reino de Deus” (1 Coríntios
15:50). O futuro “Reino de Deus” que ele está falando é o
Reino Milenial. Visto que o propósito deste revestimento de incorruptibilidade é que
nossos antigos corpos não podem herdar o Reino Milenial para reinar
com Cristo, isto implica que a mudança ocorrerá no começo
desse Reino. Não há nada aqui sobre ir para o céu.
O céu nunca é mencionado como o “Reino de Deu”.
O contexto também claramente indica que Paulo estava se referindo
ao Milênio, (veja versículos 22-28).
2. Paulo diz que isto ocorrerá “ante a última trombeta” (1
Coríntios 15:52). Se devemos assumir um cenário pré-tribulacional,
esta “última trombeta” não pode ser a última,
porque Jesus disse que Ele soaria a trombeta para ajuntar Seus eleitos “imediatamente
após a tribulação” (Mateus 24:31). Com o fim
de fazer com que esta trombeta seja realmente a “última”,
ela deve ser visto como idêntica à trombeta da qual Jesus
falou, colocando-se a ressurreição dos crentes após
a tribulação.
3. Quando esta transformação ocorrer, Paulo diz que uma
profecia do Antigo Testamento será cumprida.
1 Coríntios 15:54
E, QUANDO isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade,
e isto que é mortal se revestir da imortalidade, ENTÃO cumprir-se-á a
palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.
Esta é uma citação direta de Isaías 25:8.
E, a profecia de Isaías está claramente falando da vinda
do Reino Milenial de Cristo. Paulo diz que esta profecia particular Milenial
será cumprida na ressurreição da Igreja. Portanto,
o rapto deve ocorrer no começo do Reino, que é pós-tribulacional.
Há três coisas conecta esta passagem com a vinda pós-tribulacional
de Cristo. O que os pré-tribulacionistas podem apontar para esta
passagem a fim de tentarem excluir esta conexão, ou demonstrar a
singularidade do “rapto” Paulino que os pré-tribulacionistas
alegam? Nada! Os escritos de Paulo concordam e se harmonizam perfeitamente
com o que Jesus ensinou no Discurso da Oliveira.
Nota do tradutor: Concordamos com o argumento pós-tribulacionista
do autor, mas não com a sua defesa de um reino milenar após
a segunda vinda. Seguimos a visão amilenista do milênio!
Traduzido por: Felipe
Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 08 de Maio de 2004.