Os Movimentos Pró-Gay e Neonazista

por

Rozangela Alves Justino

E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12.2

O movimento pró-gay (movimento sócio-político-cultural empenhado na transformação do mundo em gay) está mudando os costumes brasileiros. Filmes e novelas já mostram cenas de relações entre casais que “estão” homossexuais, tanto masculinos quanto femininos. Há revistas que exaltam a “beleza” do “tipo gay”. As passeatas gays estão se transformando em festa folclórica brasileira. Como o movimento de defesa das mulheres e de crianças e adolescentes tem trabalhado contra o “marketing” do cenário brasileiro associado às “mulatas rebolantes”, devido ao tráfico e à prostituição, as passeatas gays se transformaram na bola da vez para atrair o turista nacional e internacional. Famílias levam seus filhos para se divertirem às custas da miséria humana, embora os ativistas gays acreditem que as passeatas sejam medidas efetivas para uma melhor aceitação social de sua condição.

O termo “gay” é o adotado pelo movimento pró-gay, que considera discriminatórias e preconceituosas as palavras homossexualidade e, especialmente, homossexualismo. Prefiro usar a palavra homossexualidade, pois designa o estado da pessoa, passível de mudança, e não homossexualismo, porque o sufixo “ismo” sugere doença. [1] Os termos atuais mais utilizados para falar sobre a homossexualidade são “comportamento homossexual” (atos) e “orientação sexual” (impulsos, fantasias e desejos homo, hetero e bissexuais).

Pessoas com orientação sexual hetero, em situações específicas de ausência de outras do sexo oposto, tais como prisão, serviço militar e outras, eventualmente, podem praticar relação sexual com as do mesmo sexo. Em função dessas experiências, algumas podem desenvolver a orientação bissexual. Assim como a bissexualidade poderá ser desenvolvida a partir de relações homossexuais na idade adulta, a homossexualidade poderá ser aprendida e desenvolvida ao longo da vida.

É mais fácil mudar o “comportamento” homossexual do que a “orientação” homossexual. É possível tanto deixar de namorar homo e de freqüentar “points” gays como namorar e casar com alguém do sexo oposto. Podemos dizer que a orientação é mais “visceral”, conforme compartilhou uma pessoa que vivencia a homossexualidade. Mas a mudança da orientação homossexual também é possível, embora possa levar mais tempo que a mudança do comportamento.

Quando alguém abandona a homossexualidade, a mídia divulga que a pessoa sofreu lavagem cerebral, que foi obrigada pela igreja, família e sociedade. Ela sofre discriminações e é estimulada a se rebelar contra o seu próprio sistema de crenças e valores. Se a pessoa é “corajosa” e apresenta publicamente o seu depoimento de mudança, a tendência é levantar suspeitas sobre a autenticidade da mudança. Por isso é necessário ampliar o nosso entendimento, observando o contexto em que vivemos.


Contexto brasileiro

Vivemos num mundo em que nos deparamos, por um lado, com o movimento dos ativistas gays e, por outro, com o movimento dos neonazistas. Ambos influenciam a sociedade.

Os ativistas gays propagandeiam as maravilhas da vida gay. Conquistaram a mídia e usam o mundo acadêmico (parte das “Ações Afirmativas das minorias sociais para a garantia dos Direitos Humanos”) para realizarem o projeto de “homossexualização da sociedade”. Os neonazistas atuam de forma a limpar, purificar e higienizar. Prontos para exterminar da face da terra os que vivenciam a homossexualidade, é possível que sejam os responsáveis por diversos assassinatos de gays.

No passado, os neonazistas estiveram mais fortalecidos. Serão “exterminados” pelo movimento pró-gay? Não. Tanto as idéias neonazistas quanto as pró-gays continuam vivas no contexto social, atravessam os diversos contextos grupais e individuais e se influenciam mutuamente. De que maneira podemos identificar essas manifestações?

Dentro dos grupos pró-gays, quando alguém se mostra insatisfeito com a homossexualidade, há uma constante pressão para que se mantenha fiel ao movimento gay. Há grupos de mútua ajuda para as pessoas se fortalecerem e vencerem as pressões sociais e familiares, e aceitarem a homossexualidade como algo que faz parte da sua natureza. Existem trabalhos apoiados até mesmo pelo Ministério da Saúde para que as pessoas “saiam do armário” — assumam a homossexualidade. Os gays que não concordam com o trabalho e a filosofia do movimento pró-gay são considerados traidores. O movimento construiu a idéia de que aqueles que vivenciam a homossexualidade nasceram assim e não vão mudar. A estratégia é fundamentar conceitos de forma que o maior número possível de pessoas que “estão” homossexuais acreditem que “são” homossexuais.

Notícias sobre os neonazistas são veiculadas nos meios de comunicação. Gangues de jovens aterrorizam pessoas que vivenciam a homossexualidade, especialmente nas grandes cidades brasileiras. O Disque-Defesa, idealizado pelos ativistas gays, recebe diariamente diversas denúncias de agressão física e verbal. As ações violentas dos neonazistas são mostradas de forma bem ampliada pela imprensa para justificar a necessidade que o movimento gay tem de direitos especiais.

Sócrates Nolasco [2] realiza estudos sobre a violência masculina em sociedades contemporâneas ocidentais e faz um alerta quanto ao sistema sócio-político-cultural que vem sendo construído, em que o homem (macho e heterossexual) é apresentado como um ser violento, representante do próprio mal. Pautado em diversos autores, entre eles o francês Jean Baudrillard (considerado um dos mais provocativos pensadores da contemporaneidade), declara que o homem heterossexual está sendo enfraquecido — o que, de fato, já constatamos. Nolasco aponta como possíveis responsáveis por detonar o homem neste momento da história mundial os grupos feministas e o movimento ativista gay: “O homem heterossexual, considerado herdeiro direto do sistema patriarcal, foi colocado como inimigo do propósito de liberação sexual representado pelo movimento de mulheres e gays” [3] Também nos alerta para o perigo de a humanidade ser destruída, pois, se o homem heterossexual for destruído, toda a humanidade também o será, uma vez que a destruição do outro sempre gera a sua própria.


Contexto evangélico

O preconceito não se restringe aos neonazistas. A igreja também o evidencia quando convive com pessoas que vivenciam a homossexualidade e não abre espaço para que possam falar sobre os seus conflitos — o que pode gerar a “morte” para essas pessoas. Nega-se a realidade de que nas igrejas existem pessoas precisando de libertação da homossexualidade.

A discriminação é patente também nas pregações, nas quais todos os que apresentam fantasias e desejos homossexuais ou vivem vida dupla são condenados ao fogo do inferno.

Outra forma é quando se evita o contato com as pessoas que vivenciam a homossexualidade, com medo de “contaminação”. Os homens têm medo de conviver com aqueles que estão sob suspeita de vivência homossexual ou que apresentam trejeitos homossexuais. Afinal, se forem amigos dessas pessoas, o que vão pensar a seu respeito?

Além disso, ocorre a exclusão de membros, quando a sua homossexualidade se torna pública. Sem qualquer preocupação em ajudar essas pessoas, elas simplesmente são colocadas para fora, a fim de limpar o espaço, como se dentro das igrejas não houvesse outros pecadores que persistem em seus pecados, como a injustiça, a idolatria e outros tantos.

Por outro lado, a igreja também sofre influência do pensamento ativista gay. Isso acontece quando ela declara que todo pecado é passível de perdão, mas, na prática, não acredita que o pecado da homossexualidade possa ser abandonado e perdoado. É como se as Escrituras não se aplicassem a esse tipo de pecador.

A influência pró-gay na igreja geralmente é sutil, velada. A forma declarada ocorre por meio do movimento gay cristão, que reúne os que não acreditam que a homossexualidade pode ser abandonada; muito pelo contrário, procuram respaldo bíblico para ela.

O desejo de ser aceito e amado por Deus, o fato de não ter encontrado espaço na igreja para compartilhar suas angústias, as incertezas de que seria acolhido com afeto se abrisse o seu coração para os irmãos, tudo isso associado ao fato de que, para deixar sua condição homossexual, teria de sofrer com o enfrentamento dos fatos que motivaram sua homossexualidade — é desanimador; se a pessoa não for persistente, ela desiste de lutar contra a homossexualidade. Como deseja muito a comunhão com Deus e carece do seu amor, passa a tomar como verdade que a graça e a aceitação de Deus são suficientes, sem necessidade de mudança em seu comportamento, que o que Deus quer é a nossa felicidade. Aí pode enveredar para outro extremo e concluir que não há mal na homossexualidade.


O que nos aguarda?

O mundo está sendo preparado para negar a importância da sexualidade natural (heterossexual), estabelecida conforme o propósito do Criador, e entrar na era da liberação sexual e individualização. O que importa é o máximo de prazer individual que cada pessoa pode obter — a auto-realização, segundo a qual tudo é permitido, como vários pensadores e estudiosos dos movimentos sociais já têm denunciado.

Não é casual a união entre os movimentos feministas (que querem exterminar os homens heterossexuais do modelo patriarcal), os movimentos pró-gays e a revolução científica, como nos chama a atenção Jean Baudrillard:

A primeira fase da liberação sexual envolve a dissociação da atividade sexual da procriação [...]. A segunda fase, na qual começamos a entrar agora, é a dissociação entre a reprodução e o sexo. Primeiro, o sexo foi liberado da reprodução; hoje é a reprodução que é liberada do sexo, por meio de modos de reprodução assexuais e biotecnológicos, tais como a inseminação artificial ou a clonagem total do corpo. [4]

Muitas pessoas entendem a homossexualidade como uma forma de se rebelar contra Deus. Baudrillard entende que

A morte de Deus representa mais do que a eliminação do princípio religioso como um princípio de organização social; ela corresponde à restrição de uso do universo simbólico ao tecnológico e ao mercadológico. Temos então a recriação do humano segundo a imagem e semelhança da máquina. Surge o transexual, o transeconômico, o transgênico e o transestético como representações pós-modernas do sujeito contemporâneo. [5]

Notas:

1. O manual de Classificação Internacional de Doenças (CID) aboliu a palavra “doença”, substituindo-a por “transtorno”, para designar um conjunto de sintomas ou comportamentos associados a sofrimento com disfunção pessoal.

2. NOLASCO, Sócrates. “De Tarzan a Homer Simpson”; banalização e violência masculina em sociedades contemporâneas ocidentais. Rio de Janeiro, Rocco, 2001.

3. Id. ibid. p. 187.

4. BAUDRILLARD, Jean. A “Ilusão Vital”. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2001. p. 16.

5. BAUDRILLARD, Jean. “Simulacros e Simulações” (1991); “Tela Total” (1997); “A Transparência do Mal” (1992). In: NOLASCO, Sócrates. “De Tarzan a Homer Simpson”; banalização e violência masculina em sociedades contemporâneas ocidentais. Rio de Janeiro, Rocco, 2001. p. 115.

 


Rozangela Alves Justino é psicóloga, especialista em psicologia clínica e educacional, uma das fundadoras do Exodus Brasil e membro do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC). rjustino@urbi.com.br


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