Gesticulação e Coreografia

por

Rev. Cleónimes A. de Figueiredo

Muito propriamente ligado ao ritmo, está a questão da palmas, gesticulação e danças. O que fazer? Não será isto apenas uma questão cultural?

Na verdade ao evangelizarmos os povos não vamos impor uma carga cultural em nome do Cristianismo que nada tem a ver com o Evangelho de fato. Mas parece-me estamos indo longe demais. Um eminente escritor evangélico chega quase a defender o nudismo, como expressão cultural, crendo que não importa o tipo de roupa que veste o cristão, até no serviço adorativo. Ora bem sabemos que Deus vestiu o homem, e a vestimenta é sinal de honra: Gênesis 3:21 ?Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.? Lucas 15.22 ?O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti ?o? (Parábola do Filho Pródigo). O nudismo não pode ser visto como apenas uma questão de cultura, é uma questão de atraso cultural, proveniente do pecado. Roupa é proteção, honra: 1 Coríntios 12:23 ?e os (membros do nosso corpo) que nos parecem menos dignos, a estes damos muito maior honra; também os que em nós não são decorosos revestimos de especial honra?

Crentes na dispensação da graça geral sabemos ser a cultura uma bênção de Deus, entretanto, como todas as bênçãos após a queda, a cultura também não se isentou da contaminação do pecado. Assim de novo é necessário lembrar o lugar da Palavra de Deus para tudo dirigir no que concerne ao culto e seus elementos.
Ai se levantam os que defendem esta ou aquela inovação e citam versículos bíblicos tomados aqui e ali sem exame criterioso ou exegese legítima. E resolvem adicionar ao culto isto ou aquilo achado na sociedade ou na cultura.

Não se pode esquecer que para o Novo Testamento, o Culto foi espiritualizado, tendo sido à luz de Cristo, despojado de cerimonialismo. Mas pontuou alguém que toda vez que a Igreja perde o poder aumenta a pompa... É o que estamos assistindo de novo: muito aparato, muito movimento, muita celebração, mas vida mesmo, nenhuma. O sal da terra está sem sabor. Cada dia a Igreja mais parecida com o mundo e sem poder de confrontá-lo. Imitando-o, copiando-o e sendo influenciada ao invés de influenciar.

Se você examinar os textos que os defensores das inovações usam verá que o uso destes elementos coreográficos são tomados de textos onde nada é prescritivo, e sim descritivo. Por exemplo o uso de palmas. Em 14 textos da Escritura em que a Palavra ocorre, em nenhum pode se aplicar ao culto. São na vasta maioria uso absolutamente contrário à recomendação, palmas são usadas como vaias, em quase todas as vezes e em apenas duas como figuras de linguagem ou simbolismo (as arvores batem palmas... etc.).

Quanto às danças, exceto nas festas onde o espírito era dançarino e solto, no Velho testamento as danças são mencionadas sempre em cultos idolátricos: 1. O culto do bezerro de ouro: Êxodo 32:19? Logo que se aproximou do arraial, viu ele o bezerro e as danças; então, acendendo-se-lhe a ira, arrojou das mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte;? 2. O culto de Baal:

1 Reis 18.26: ?então pulavam ao redor do altar que tinham feito? As
danças de Mirian, Davi, e outros não foram em momentos cúlticos, mas em épocas de vitórias e festivas.

O culto no Novo Testamento desconhece formalismo. Ele é feito em espírito e em verdade. Seguir alguns padrões do Velho Testamento para o culto pode nos levar de novo ao culto católico com unções, águas bentas, cinzas na cabeça, prostração de rosto em terra, confissões auriculares... e outras. Se alguém crê que pode servir a Deus com estas coisas, nós que conhecemos as Escrituras procuraremos servi-lo de acordo não com o que achamos mas seguindo a Palavra.

Alguns justificam estes usos mais porque o povo gosta... e aí caímos na condenação dos profetas falando pelo Senhor: fazei os vossos cultos? por que disto gostais...? (Amós 4.4,5).

A música que agrada ao Senhor dentro do parâmetro da Escritura, deve vir de um discernimento espiritual, produzida numa dimensão de santidade, na motivação exclusiva da Glória de Deus, resultado de um aperfeiçoamento que busca o excelente para o Senhor, em expressões e ritmos que sirvam a Palavra e o espírito do Culto que é de solenidade, reverência e temor; por causa do espírito do Novo Testamento onde o culto é mais introspectivo, espiritual, a música deve ser despida de marcação exagerada que conduz a coreografias e cerimonialismos dos quais o culto cristão fugiu desde
o início; deve ainda a música de Deus ser dissociada da mundana sensualidade, e
saudável no que concerne a sua sonoridade, não agressiva.

É preciso que se busque a diferença entre o templo e o teatro, que os servos do Senhor o adorem em Espirito e em verdade. Já viu num tribunal um juiz vestido de palhaço e gritando, em estilo de zombaria, brincadeira: agora, tadinho dele! Bem vamos à pena: ele está... ele está.... adivinhem...ah, ah...condenado à...? Isto seria um absurdo! Há lugar de brincar, lugar de adorar, lugar de trabalhar.

Profanar é não saber fazer as distinções... Nunca prescindiremos de nossa cultura. Ela nos é essencial para expressarmos o nosso louvor, mas deve ser a cultura vista como graça que Deus nos deu, bem como também contaminada pela queda.

Deste modo, procuraremos aperfeiçoar nossos ritmos alegres, (Que o nosso culto seja de imensa alegria espiritual, e não confundir entusiasmo com louvor...) de sorte que possam exprimir um louvor que agrade ao Senhor e que seja diferente daquele que procura agradar a si mesmo e ao Diabo.

Possa o Senhor nos conduzir em graça e glória até ao dia de sua Vinda. Pois estejamos certos: a verdadeira Igreja muito sofrerá na iminência da volta de nosso Senhor, pois sendo Satanás solto, conforme diz a Bíblia, quase seriam enganados os escolhidos.

Nos últimos dias os homens serão: “egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes,...” 2 Timóteo 3.2

“Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor” Hebreus 12:28.


Trecho de um artigo do Rev. Cleómines Figueiredo, intitulado: LITURGIA E MÚSICA NO CULTO CRISTÃO.



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