Qual é Mais Hierárquica:
A Forma de Governo de Igreja Presbiteriana ou Reformada?

por

G. I. Williamson




Legenda:

CRC: Christian Reformed Church [Igreja Reformada Cristã]
NRC: Netherlands Reformed Church [Igreja Reformada Holandesa]
OPC: Orthodox Presbyterian Church [Igreja Presbiteriana Ortodoxa]
RPCNA: Reformed Presbyterian Church of North America [Igreja Presbiteriana Reformada da América do Norte]


Tem sido alegado que a forma Presbiteriana de governo é inerentemente hierárquica, enquanto eu a Reformada não o é. Por exemplo, o Rev. Bruce Hoyt (um ministro das Igrejas Reformadas da Nova Zelândia), num documento apresentado numa conferência de ministros na Nova Zelândia — e mais tarde publicado na Lux Mundi — diz: “O regime Presbiteriano é inerentemente hierárquico em sua gradação de cortes” (nossa sublinhação). E como prova desta declaração, ele oferece o seguinte, extraído de duas denominações Australianas:

O governo da igreja é garantido legalmente em cortes designadas respectivamente Sessões ou Concílios Paroquiais, Presbitérios, Sínodos e Assembléia Geral, na gradação regula de autoridade e na ordem mencionada (Pres. Ch. de NZ-BO, Cap. 1, Seção. C.3).

É legítimo e está de acordo com a Palavra de Deus que haja subordinação de assembléias congregacionais, clássicas, provinciais e nacionais, para o governo da igreja (WA-FPCG, p. 405).

É minha contenção, contudo, que, embora reconhecendo que sempre há o perigo de desenvolvimento hierárquico em toda igreja, esta é uma avaliação incorreta. Se há algo nela, é a forma continental de governo de igreja que tem pelo menos um princípio inerentemente hierárquico incorporado nela, que tem causado sérios danos na história destas igrejas.

Eu falo do artigo 31 da Ordem da Igreja de Dordt, onde se lê (no Saltério da NRC):

Se alguém reclamar que ele foi prejudicado pela decisão de uma assembléia menor, ele terá o direito de apelar à uma assembléia eclesiástica maior, e o que quer que possa ser assentido pela maioria dos votos será considerado resolvido e obrigatório, a menos que seja provado estar em conflito com a Palavra de Deus ou com os Artigos formulados neste Sínodo Geral, enquanto eles não forem mudados por outro Sínodo Geral.

Para um Presbiteriano isto certamente soa hierárquico, mesmo embora reconheçamos, sem nenhuma dúvida, que o Sínodo de Dordt não pretendeu ser. Mesmo assim, minha contenção é que esta formulação não trabalha contra — mas pelo contrário, ela age a favor — do desenvolvimento de hierarquia.

Tome a decisão de 1924 da CRC sobre a Graça Comum como um exemplo conhecido. Ao discutir isto recentemente com um ministro aposentado, foi apontado que a intenção desta decisão era silenciar a agitação e a tensão na CRC sobre o assunto. Foi-me dito que os líderes da Igreja apelaram pessoalmente para Herman Hoeksema simplesmente deixar a questão de lado — por um tempo pelo menos — com a garantia de que se ele assim o fizesse, haveria paz, e ninguém o perturbaria. Todavia, com todo o respeito devido, este aviso bem intencionado não me parece se adequar a este artigo. Esta foi uma decisão feita por um Sínodo Geral. Foi “assentida pela maioria dos votos”. Eu devo manter, portanto, que o Rev. Hoeksema, neste ponto, estava agindo corretamente quando ele imediatamente entrou em ação contra esta decisão de 1924. Eu digo isto porque este artigo somente providencia duas opções: ou (1) se aceita como “resolvida e obrigatória” a decisão da maioria, ou (2) começa a se provar que a decisão está em conflito com a Palavra de Deus. Visto que o Rev. Hoeksema não podia tomar a primeira em boa consciência, ele — com razão, em minha visão — não teve outra alternativa, a não ser começar a provar que esta decisão estava errada. Do que ele tem sido culpado, em minha opinião, é precisamente aquilo pelo que ele merece louvor! Ele tomou seriamente o que é dito no artigo 31 com respeito à ordem da igreja.

Agora, o ponto que estou tentando estabelecer é que, num autêntico governo de igreja presbiteriano, o sapato está, por assim dizer, no outro pé. O que eu quero dizer é que o peso da prova para que algo e tudo seja “resolvido e obrigatório” descansa sobre a maioria, não sobre a minoria.

E aqui, novamente, eu dou um exemplo. Na história primitiva da OPC, foi reconhecido que o hinário da antiga Igreja Presbiteriana dos USA era seriamente deficiente. Assim, um comitê foi apontado para trabalhar num novo livro para a Igreja. À medida que a obra progrediu, ficou claro que a relativamente pequena minoria sustentava que somente os Salmos inspirados deveriam ser cantados na adoração a Deus. A maioria, contudo — embora reconhecendo que a visão consensual da Assembléia de Westminster, e a visão expressa na Confissão de Fé de Westminster — optou pelo uso contínuo de hinos não-inspirados. O resultado foi o agora conhecido Trinity Hymnal. Ele é certamente o livro de cântico da vasta maioria das congregações OPC. E o conteúdo e produção deste livro foram decididos pela vasta maioria de votos na Assembléia de Denver em 1960, na qual eu estava pessoalmente. Todavia, ela nunca requereu que qualquer congregação usasse este livro — ou este livro somente. Há algumas congregações que não o usam de forma alguma, mas usam somente o Saltério (usualmente na versão RPCNA). E há outras congregações que suplementam o Trinity Hymnal com um Saltério completo.

Que contraste existe entre, por exemplo, as Igrejas Reformadas do Canadá (CanRC). Uma de nossas congregações anteriores — a congregação Blue Bell, na Pensilvânia — deixou a OPC para se unir à CanRC. Eles estavam usando, naquele momento, o Book of Psalms for Singing [Livro de Salmos para Cântico] (que eu considero como o mais acurado na linguagem inglesa). Todavia, foi-lhes requerido que abandonassem o Saltério e se conformassem à maioria, usando um bem mais fraco, o Anglo-Genevan Psalter [Saltério Anglo-Genovês].

Outro exemplo vem da minha congregação anterior na Nova Zelândia. Foi decidido, naquele tempo, que ela seria chamada Reformed Presbyterian Church of Silverstream [Igreja Reformada Presbiteriana de Silverstream. Mas o Sínodo Geral decidiu que somente a palavra Reformada poderia ser usada, e as igrejas locais “foram obrigadas a entrar na linha”.

Na OPC, somente três coisas são consideradas como “resolvida e obrigatória” em vários graus: (1) a primeira — e mais alta — autoridade é Deus. [1] (2) A segunda é o que chamado de Símbolos de Westminster [2] — a Confissão de Fé de e os Dois Catecismos de Westminster, Largo e Breve. [3] (4) Decisões da Assembléia Geral, contudo, não são “resolvidas e obrigatórias” a menos que elas sejam judiciais em natural, ou [b] envolvam a modificação dos padrões secundários pelo devido processo.

Como um caso exemplar, a recente discussão de uma Assembléia Geral sustentou a deposição do Dr. Terry Gray, o professor do Calvin College que queria que lhe fosse permitido, como presbítero governante que era, sustentar que Adão podia ter ancestrais pré-humanos — está resolvida e obrigatória. Ela foi decidida e obrigatória porque a Assembléia Geral determinou, pelo devido processo, que a visão do Dr. Gray era contrária aos Padrões da Igreja (tanto supremos como secundários) e porque não havia nenhuma assembléia mais ampla a qual o Dr. Gray pudesse apelar aqui na terra.

Houve um tempo quando foi incumbido sobre os oficiais Presbiterianos nas comunidades Presbiterianas Americanas, o sustentar que o Papa é O ANTICRISTO. Mas isto foi desafiado,e com sucesso, e a Confissão de Westminster foi mudada, a fim de eliminar isto, que é uma visão resolvida e obrigatória.

A OPC tem sido extremamente cuidadosa, durante os mais de quarenta anos que eu conheço a igreja e sirvo nela, para evitar impor qualquer coisa como resolvida e obrigatória, sem um processo anterior prolongado e complexo, envolvendo três passos importantes. (1) A Assembléia Geral tem que determinar que algo deve ser obrigatório por uma maioria de votos de dois terços. (2) Então, ela enviará o assunto para os Presbitérios considerarem, debaterem e aprovarem. (3) Então, se dois terços dos Presbitérios da Igreja apoiar o que está proposto, volta-se à próxima Assembléia Geral para aprovação final. Se, neste ponto, houver novamente uma maioria de votos de dois terços ou mais para a mudança proposta, ela se torna uma parte (assim corrigida) dos padrões oficiais secundários da Igreja e, portanto, “resolvida e obrigatória”,

Voltando, os esforços de 1960 estavam a caminho de buscar a união orgânica entre a OPC e a CRC. Naquela época, a CRC apontou um Comitê para se encontrar com o nosso Comitê para buscar localizar as diferenças mais importantes nos assuntos de governo de Igreja e para resolvê-las. O relatório do Comitê ao Sínodo de 1963 teve o seguinte dizer:

“...concluímos que há uma clara desavença entre a OPC e a CRC com referência à relação que é pensada existir entre a autoridade das assembléias principais e a suficiente e única autoridade da Palavra de Deus. Pelas razões dadas acima, a OPC está mais do que indisposta para unir sua membresia, especialmente nas áreas de fé e adoração, com qualquer coisa que não está diretamente prescrita pela Escritura. E, por outro lado, a OPC não pode aceitar a disposição da CRC para unir sua membresia com preceitos que, embora possam não contradizer a Escritura, estão além da Escritura, e isto nas áreas da fé e da adoração. Referências a alguns dos itens na revisão proposta da Ordem da Igreja podem servir para ilustrar o tipo de coisa que a OPC espera virar exceção.

    1. Art. 50 — O Sínodo deve designar as versões da Bíblia a serem usadas nos serviços de adoração.
    2. Art. 51 — A congregação deve se reunir para adoração pelo menos duas vezes no Dia do Senhor para ouvir a Palavra de Deus.
    3. Art. 54 — Os serviços de adoração devem ser mantidos na comemoração dos dias específicos.
    4. Art. 55 — O Sínodo estipula as versões, as formas litúrgicas e os cânticos que devem ser usados nos serviços de adoração.
    5. Art. 56 — Num dos serviços de cada Dia do Senhor, a Palavra deve ser pregada como sumarizada no Catecismo de Heidelberg.
    6. Art. 58 — Os sacramentos devem ser administrados com o uso das formas eclesiásticas.
    7. Art. 63 — Especifica a freqüência com a qual a Ceia do Senhor deve ser administrada.
    8. Art. 63 — Especifica que a Ceia do Senhor deve ser precedida por um sermão preparatório, e seguida por um sermão aplicativo.
    9. Art. 64 — Especifica o conteúdo das orações públicas.
    10. Art. 68 — Especifica a visitação anual das casas.
    11. Art. 72 — O casamento deve ser solenizado com o uso da forma eclesiástica.

A lista acima não é exaustiva. Muitas ilustrações podem ser citadas. Muitas decisões obrigatórias sinodicamente cairiam sob a s mesmas objeções da OPC. A questão para a OPC não é se tais práticas, como as referidas acima, são boas ou não, mas se tais práticas podem ser exigidas das congregações locais. A OPC julga que tais práticas não podem ser feitas obrigatórias para as igrejas, visto que tais práticas não são prescritas pela Palavra de Deus, a única fonte de autoridade na igreja. A OPC conclui que aqueles assuntos sobre os quais a Palavra de Deus é silente, deveriam ser designados à esfera da adiáfora eclesiástica (isto é, coisas que nem são requeridas, nem proibidas por Deus), e como tal, não deveriam ser exigidas das igrejas.

Agora, pode ser argumentado que a igreja pode exercitar autoridade na esfera da adiáfora, para que “todas as coisas sejam feitas decentemente e com ordem” (cf. 1 Coríntios 14:40). O Artigo 1 da atual Ordem da Igreja aparentemente tem isto em mente quando declara “Para a manutenção da boa ordem na Igreja de Cristo é necessário que haja...”. A OPC, bem como a CRC, está comprometida com este princípio porque ele é declarado claramente na Palavra de Deus com referência, como o contexto indica, à adoração da igreja. O ponto a se considerar, contudo, é se a aplicação deste princípio pode permitir eclipsar princípios mais fundamentais da Escritura, a saber, aqueles que tem a ver com a singular e suficiente autoridade da Escritura, a liberdade da consciência individual e a natureza da igreja e sua autoridade. Tais questões importantes não podem ser deixadas de lado por um simples apelo à 1 Coríntios 14:40. A referência a este ponto pode ser feita pela Confissão de Fé de Westminster, Capítulo 1, Seção 6:

Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas.

Esta seção da Confissão nos aponta à direção na qual a OPC entende que a harmonia deve ser alcançada entre (1) o princípio de que a Palavra de Deus é a única e suficiente autoridade na igreja, e (2) o princípio de que todas as coisas devem ser feitas decentemente e com ordem. À fé e à vida do indivíduo, nada deve ser adicionado como obrigatório além da Palavra de Deus. Nos assuntos da igreja institucionalizada “a luz da natureza, e a prudência cristã”, podem, contudo, sugerir que certas coisas devam ser feitas comuns às igrejas. Neste ponto, deve ser notado, a Confissão coloca um limite sobre tais decisões, visto que as circunstâncias envolvidas devem ser “comuns às ações e sociedades humanas”. Isto é o mesmo que dizer que tais decisões devem se submeter e tomar em consideração a natureza católica (universal) da igreja. A igreja, em tais decisões, deve dar a devida consideração às necessidades e circunstâncias variadas nas quais as congregações se encontram. Assim, por exemplo, o consistório local pode especificar que dois serviços de adoração devam ser realizados todo Dia do Senhor, porque ele pode fazer tal decisão dando a devida consideração ao que é “comum às ações e sociedades humanas”, enquanto que seria mais questionável se o Sínodo, que representa uma extensão muito maior de necessidades e circunstâncias, estaria numa boa posição para fazer um julgamento como este. Ou, por exemplo, a igreja local pode determinar por si mesma quantos membros deveriam estar presentes no consistório, que horas do dia os serviços de adoração devem ser realizados, etc., porque ela está na melhor posição para fazer tais decisões, visto que somente ela tem conhecimento das “ações e sociedades humanas” que estão envolvidas.

Na Parte III deste relatório de 1963 ao Sínodo da CRC, intitulado “Resolução das Diferenças”, passa a se dizer isto:

Se temos corretamente analisado a natureza das diferenças entre o regime da CRC e da OPC com respeito à autoridade dada às principais assembléias, devemos concluir que a posição da OPC é mais correta do que a nossa. Isto se torna evidente quando consideramos os assuntos que temos mencionado acima, a saber, 1) a suficiente e singular autoridade da Escritura, 2) a liberdade da consciência individual, e 3) a natureza da igreja.

Este comitê conclui, portanto, que nossas discussões ecumênicas com a OPC trouxeram a um foco mais claro o fato que uma resolução, a qual é talvez mais básica do que todas as diferenças no regime (a autoridade dada às principais assembléias), depende da disposição da CRC em reconsiderar sua posição. É difícil conceber como pudemos em boa consciência pedir à OPC que aceitasse nossos costumes e hábitos como obrigatórios sobre a sua membresia. Por qual autoridade podemos pedir-lhes que aceitem como obrigatórios preceitos e práticas sobre os quais a Escritura está silente?

...Se a CRC puder fazer ajustes neste assunto, então, este comitê pode esperar por um progresso definido no futuro de nossas relações ecumênicas com a OPC. Sem este tipo de ajuste, os prospectos de unir as duas denominações, que têm estado diante de nós com um ideal por muitos anos, não são promissores”;

 

Este relatório do Comitê de 1963 foi, de muitas formas, extraordinário. Ele se sobressai como o único que teve a coragem de desafiar a tendência do crescimento da hierarquia na CRC. Que ele foi ignorado — que o Comitê para encontro com a OPC foi imediatamente eliminado — é apenas outra evidência do fato que este relatório acertou na mosca.


Conclusão

É certamente verdadeiro que tanto as comunidades Presbiterianas como as Reformadas sucumbiram ao sempre-presente perigo da tirania hierárquica. Mas eu considero este relatório de 1963 como um poderoso testemunho contra a comumente repetida alegação de que o regime da igreja Presbiteriana é inerentemente mais hierárquico do que o regime da igreja Reformada. A verdade, na minha opinião, é o exato oposto. O que eu quero dizer é que por fazer meras decisões majoritárias de assembléias principais serem consideradas como “resolvidas e obrigatórias” (a menos e até que elas sejam provadas estar erradas), as sementes da hierarquia já estavam presentes no Artigo 31 da Ordem da Igreja de Dordt. O processo de três fases requerido pelo regime autêntico da igreja Presbiteriana, por outro lado, tem sido sabiamente designado como inerentemente anti-hierárquico.



Notas:

[1] Somente a Escritura tem autoridade final, ou suprema.

[2] Estes podem ser corrigidos, mas eles são autoritativos, a menos e até que eles sejam corrigidos.

[3] Ninguém é obrigado a subscrever a estes documentos em detalhes, mas sim a aprová-los e agir por eles no Governo da Igreja.

 


Original: Ordained Servant vol. 8, no. 2

 


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 29 de Abril de 2005.


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