A Verdadeira Oração Exige Arrependimento

por

João Calvino

 

I. Com esta regra se fecha completamente a porta, à hipocrisia e a todas as astúcias e sofismas que os homens inventam para mentir à Deus. Promete o Senhor que estará próximo de todos os que O invocarem sinceramente (ou em verdade), e diz que o acharão àqueles que de coração O buscarem. ( Sal. 145:18 Jo 9:31).

II. Não atentam para isso os que se contentam com sua impureza.

III. Assim pois, a legítima oração requer penitência.

IV. Daqui, ( vemos) aquilo que tão freqüentemente ( é encontrado) nas Escrituras: Que Deus não ouve aos maus; que suas orações são abomináveis, como também ( o são) seus sacrifícios, porque é justo que achem fechados os ouvidos de Deus os que fecham os seus corações e os que com sua dureza e obstinação provocam o rigor de Deus, o sintam inexorável ( = que não se move a rogos).

V. Deus, pelo profeta Isaías os ameaça desta maneira: “ (...) Quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue... e clamarão a mim, e eu não os ouvirei ( Jer. 11:7-8.11) porque Ele considera como mui grave injúria que os ímpios, que durante toda a sua vida mancham Seu nome sacrossanto, se gloriem de ser um dos Seus. Por conta disso, se queixa por Isaías, dizendo que os judeus se aproximam d’Ele com a boca e com seus lábios lhe honram, mas seus corações estão longe d’Ele. ( Is. 29:13).

VI. O Senhor não limita isto somente às orações, mas afirma que aborrece todo fingimento em qualquer parte de seu culto e serviço. A isto se refere o que diz São Tiago: “Pedi e não recebeis, porque pedis mal, para gastar em vossos deleites.” ( Tiago 4:3). É verdade(...) que as orações dos fiéis não se apóiam em sua dignidade pessoal; não obstante não é sem razão o aviso de São João: “ Qualquer coisa que pedirmos a receberemos d’Ele, porque guardamos seus mandamentos.”( 1 Jo 3:22), já que a má consciência nos fecha a porta. Donde se segue que nem oram bem, nem são ouvidos, exceto os que com coração limpo servem a Deus.

VII. Portanto, todo o que se dispõe a orar que se arrependa de seus pecados e se revista da pessoa e afeto de um pobre que anda de porta em porta, o qual ninguém poderá fazer sem penitência.


Fonte: Institutas , Livro III capítulo XX parte VII
Traduzido e adaptado por Marcos Siqueira.


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