Ressuscitado para Nossa Justificação

por

Lee Irons

A vida do Filho de Deus encarnado é comumente dividida na teologia em dois estados. Os teólogos reformados chamam-nos de estado de humilhação e de exaltação.

A humilhação de Cristo começa com sua encarnação, quando a divina Palavra de Deus deixou a bênção da glória de Seu Pai e voluntariamente formou-se carne para nossa salvação. Seu nascimento deu-se em circunstâncias humildes – sua mãe colocou o bebê divino em um local de alimentação para animais. Seu desenvolvimento e educação não foram acompanhados das demonstrações de posse de riqueza que normalmente ocorrem com a realeza deste mundo. Ele sofreu como um camponês comum que vivia no interior da Galiléia durante a ocupação romana. Além da parte humana comum decorrente da maldição, o Messias das antigas esperanças de Israel sofreu a ignomínia adicional de ser rejeitado pela maioria de Sua família e de seus compatriotas. Além disso, ele foi julgado por blasfêmia, acusado de falso testemunho, torturado cruelmente pelos soldados romanos e finalmente executado como um criminoso mais perigoso para sociedade do que o revolucionário Barrabás. Mas ainda isso não foi o auge de Seu sofrimento. Ele enfrentou o excruciante abandono de Seu Pai, tendo sido julgado e amaldiçoado de Seu Pai, tendo sido julgado e amaldiçoado por causa de nossos pecados por um Deus Santo: “Deus meu, Deus meu, porque me abandonaste?” Então Ele foi sepultado, encarcerado no ventre de um baleia pior do que a de Jonas (Mt.12:40).

Mas este não é o fim da história! “A Mensagem Parte II” está sendo apresentada em todas as igrejas por toda a parte. Bem cedo, no primeiro dia da semana, enquanto ainda estava escuro, brilhou o primeiro dia de uma nova criação. Algo muito profundo aconteceu à textura fundamental do próprio cosmos. O Filho de Deus reivindicou Sua glória inicial e o mundo nunca foi, nem será, o mesmo novamente. A exaltação de Cristo começou com a gloriosa ressurreição do Primogênito dentre os mortos. Durante 40 dias Ele apresentou-se aos Seus discípulos com provas convincentes, até que foi recebido pela nuvem do Shekinah da glória divina. Ele subiu ao céu, aproximou-se do Ancião de Dias para receber Seu reinado, tomou assento à mão direita do Pai e quebrou os selos do pergaminho da história. Ele reina agora dos céus, com toda autoridade e domínio, esperando até que Seus inimigos estejam sob Seus pés. E Ele voltará para julgar os vivos e os mortos, para apresentar a Si mesmo a Sua noiva, a igreja, transformada corporalmente na Sua semelhança sem mácula ou ruga. A exaltação de Cristo começou com a ressurreição e continua eternamente no futuro. É, na verdade, um tema grande e magnífico.

A divisão da vida de Cristo nessas duas partes possui precedentes na própria Escritura. Pedro nos diz que o tema principal dos profetas do Velho Testamento era: “o testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo, e sobre as glórias que os seguiram” (I Pe.1:10-11). Paulo concorda. Em seu discurso perante o Rei Agripa ele argumentou que “permaneço até o dia de hoje, dando testemunho, tanto a pequeno como a grande, nada dizendo senão o que os profetas e Moisés disseram haver de acontecer, isto é, que o Cristo devia padecer, e, sendo o primeiro da ressurreição dos mortos, anunciaria a luz ao povo e aos gentios” (At.26:22-23). Trata-se de um tema constante: os sofrimentos e depois a glória; a humilhação e a exaltação.

Como aconteceu com os discípulos, é muito triste, porém verdadeiro que, muito freqüentemente, temos uma melhor compreensão dos sofrimentos do que da glória de Cristo. Nós compreendemos em certa medida que Cristo morreu por nossos pecados. Mas por que é tão importante a exaltação de Cristo? Por que Cristo teve que ressurgir dentre os mortos? Qual é o significado teológico da exaltação de Cristo? Se é verdade que a Bíblia coloca igual ênfase sobre a exaltação e a humilhação de Cristo, devemos perguntar: “por quê”?

• catecismo de Heidelberg nos ajuda a começar a responder à pergunta. A questão no 17 sobre o dia do Senhor é dedicada à uma só pergunta e resposta: “Pergunta: Como a ressurreição de Cristo nos beneficia? Resposta: primeiro, por meio de Sua ressurreição, Ele venceu a morte, de modo a tornar-nos participantes na justiça que conquistou para nós em Sua morte”. O Catecismo prossegue tratando dos outros benefícios redentores da regeneração e da glorificação, mas vamos restringir-nos aqui à justificação. Entretanto, isso não significa que nosso estudo será restrito, já que a doutrina da justificação pela fé é como Atlas, sustenta o mundo em seus ombros, todo o conhecimento evangélico da graça redentora” (J. I. Packer).

A justificação é o benefício sotereológico primário da ressurreição de Cristo. Isso está claramente ensinado nas Escrituras: “o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Rm.4:25). No entanto, a natureza exata da conexão entre a ressurreição de Cristo e a nossa justificação precisa de alguma explicação.

Vamos começar nos certificando de que compreendemos o significado do versículo em si mesmo. O ponto central de Paulo não é difícil de ser entendido. Em Sua morte, Cristo foi “entregue”, de forma judicial, por causa de nossos pecados. Nossos pecados foram a base jurídica de Sua morte. Ele foi condenado por causa de nossas transgressões. Mas na Sua ressurreição, o relacionamento jurídico muda. Sua ressurreição tornou-se a base judicial de nossa justificação. Sendo ressuscitado dentre os mortos, Cristo foi vindicado, absolvido, libertado de todas as acusações. Ele foi declarado justo e aceito como tal, no tribunal celeste. No entanto, em última instância, isso foi feito para nossa justificação.

É um erro presumir que a repetição das frases preposicionais (“por nossos pecados...para nossa justificação”) foi colocada para expressar um paralelismo. Quando examinado mais de perto, fica claro que este versículo tem sua força na própria inversão da relação judiciária. Nossos pecados causaram a morte de Cristo. Mas a vida de Cristo nos levou à libertação da culpa de nossos pecados. A preposição “por, para” é usada com dois significados diferentes: “Ele foi morto por causa dos nossos pecados e foi ressuscitado com o propósito de justificar-nos”.

Paulo gosta de fazer este tipo de coisa. Ele gosta de tratar habilidosamente os paralelismos antitéticos de forma a expressar o coração do evangelho de forma resumida. Por exemplo: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co.5:21). Ou então: “...pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que por sua pobreza vos tornásseis ricos” (2 Co.8:9). Estes versículos são diamantes reluzentes lapidados com tal precisão de forma a permitir que a luz da incrível graça de Deus confunda o olho da fé. Todos esses textos possuem algo em comum: Paulo deseja enfatizar a “troca maravilhosa” de nossos pecados pela justiça de Cristo. Da mesma forma, Romanos 4:25 ensina que, se nossos pecados mataram a Cristo, então Sua ressurreição nos coloca em liberdade. Ele recebeu o castigo para que nós pudéssemos receber a bênção. Nossos pecados (que deveriam ter resultado em juízo para nós) foram a causa de Sua morte e Sua ressurreição (a qual poderíamos imaginar que Ele merecia desfrutar sozinho) fez com que fôssemos declarados justos diante de Deus.

Isto é a idéia da representação judicial. Falando genericamente, a maioria de nós compreende essa idéia quando aplicada à morte de Cristo. Ele nos representou judicialmente sobre a cruz pagando por nossos pecados. Mas quantos de nós aplicariam essa mesma verdade à ressurreição de Cristo? Paulo diz que Cristo nos representou não somente em Sua morte vicária, mas também em Sua ressurreição: “E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co5:15). Se a morte de Cristo foi substitutiva, então Sua ressurreição também o foi. Da mesma forma que podemos dizer que Cristo foi condenado em nosso lugar, podemos, da mesma maneira dizer que Ele foi justificado em nosso lugar.

À primeira vista, isso pode parecer herético. “Se você diz que Jesus foi justificado, você está dizendo que Ele era pecador necessitando de perdão. Somente pecadores precisam ser justificados, certo?” Errado! É imperativo que ampliemos nossa definição de “justificação” além do simples perdão de pecados. Seguindo o próprio exemplo de Paulo (Rm.5:12-21), vamos fazer um pequeno retorno ao Jardim do Éden para que essa afirmativa venha a fazer sentido. Até mesmo antes da entrada do pecado no mundo, Adão precisava ser justificado, isto é, ele necessitava de uma declaração judicial que lhe concedesse o direito à vida eterna. Considere Adão do jeito que ele era antes da queda, inocente e sem pecado. Ele ainda não possuía vida eterna. É verdade que ele não tinha também incorrido na punição que Deus havia promulgado (“No dia em que comeres do fruto certamente morrerás”). Ele não era ainda mortal, no sentido em que nós somos, isto é, destinados a morrer. Mas, por outro lado, ele também não era imortal. Ele poderia morrer - uma afirmação óbvia, e que foi claramente demonstrada pelo fato de que claramente ele morreu. E se ele poderia morrer, então ele não tinha vida eterna.

Mas, muito embora ele não possuísse a verdadeira vida eterna no momento em que fora criado, Deus ofereceu-lhe uma forma de obtê-la. De acordo com a compreensão de Gn.1 e2 , Deus entrou em um pacto com Adão de forma a conceder-lhe a possibilidade de ganhar o direito à vida eterna. “O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida prometida a Adão e, nele, também à sua posteridade, sob a condição de perfeita e pessoal obediência” (Confissão de Fé de Westminster VII.2). Em outras palavras, Adão foi colocado sob um teste ou provação. Se este tivesse passado no teste (obediência perfeita a Deus), ele teria obtido a vida eterna - um tipo de vida superior a que ele possuía em decorrência da criação, uma vida à qual não perderia o direito. Este aspecto do acordo anterior à queda, passa, geralmente, despercebido. O lado negativo é óbvio: se Adão pecar, ele deve morrer. Mas havia também um lado positivo. A árvore da vida era uma promessa da recompensa da vida eterna que Deus oferecia a Adão tendo como condição que ele passasse no teste (Gn.2:9; 3:22-24; Ap.2:7; 22:2,14,19).

Este é o amplo panorama bíblico da justificação. Ela pressupõe a existência de um pacto baseado nas obras. É impossível conceber que alguém seja justificado a menos que haja um acordo pactual que torne isso possível. “A justificação é impossível sem um pacto” (John Girardeau). Imagine o que aconteceria se Deus não tivesse entrado em acordo com Adão, mas tivesse simplesmente exigido obediência perpétua sem uma promessa de vida eterna. Só haveria duas opções para ele. Ou ele poderia desobedecer a Deus e entrar em juízo (morte) ou continuar simplesmente obedecendo. Mas a qualquer momento ele poderia ser capaz de cair. Ele poderia permanecer nesse estado de integridade indefinidamente. Mas isso seria tudo. Mesmo depois de milhões de anos, ele ainda estaria sob “teste”. Ele jamais poderia ter um relacionamento confirmado com Deus, uma vida à qual ele jamais perderia o direito. Não haveria “perspectivas seguras” para Adão! Somente o infinito potencial para cair .

Mas um pacto torna a justificação possível. Em tal acordo, se o lado humano for bem sucedido no período probatório, então será justificado, isto é, seu relacionamento com Deus será elevado a um nível de segurança permanente. Ser-lhe-á assegurado um não apenável direito à vida eterna. Na verdade será um direito inalienável — isto é: um direito no qual o seu possuidor não pode renunciar mesmo que, teoricamente, o deseje. A justificação é o reconhecimento judicial de Deus de que o pacto das obras foi cumprido e que, portanto, foi obtido o direito à vida eterna.

Conforme esta definição de justificação, é legítimo dizer que Cristo foi justificado. Pois como o último Adão Ele entrou num pacto de obras em nosso favor (Rm.5:12-21; 1Cor.15:22,45). O primeiro Adão falhou miseravelmente. Mas o último Adão triunfa gloriosamente! O primeiro Adão quebrou o pacto trazendo assim a morte. Mas o último Adão cumpre o pacto, trazendo assim vida e vida em abundância! Todo o evangelho sustenta-se nestes dois Adões.

Mas existe, é claro, diferença entre eles dois. Primeiro, por causa da introdução do pecado no mundo, a fase probatória do último Adão incluía algo que o primeiro Adão nunca teve de fazer, isto é: satisfazer a ira de Deus pela quebra do pacto das obras. Ao submeter-se ao pacto das obras em nosso favor, o último Adão tem de submeter-se ao julgamento que cai com justiça sobre todos nós por causa da rebelião do primeiro Adão. Sua prova envolve toda Sua vida de obediência ao Pai, começando ao humilhar-se a Si mesmo na Sua encarnação. Mas alcança o clímax de sua expressão na Sua obediência “até à morte, e morte de cruz” (Fil.2:5-8).

A segunda diferença é que o último Adão — que não é somente verdadeiro homem mas é também verdadeiro Deus — recebeu uma recompensa maior do que o primeiro Adão. Por causa da Sua fidelidade ao pacto, Deus O exaltou sobremaneira levantando-O da morte e assentando-O no trono do domínio universal. Deus Pai deu ao Seu Filho o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus dobre-se todo joelho e toda língua confesse que Jesus Cristo é o “Senhor” (i.e. Jeová), para a glória de Deus Pai (Fp.2:9-11). Por isso Cristo recebe adoração e autoridade divinas, algo que Adão nunca teria, mesmo que tivesse cumprido a sua prova. Assim, diferentemente do primeiro Adão, a provação do último Adão é uma humilhação maldita, e Sua confirmação uma exaltação divina.

Mas apesar destas diferenças o padrão básico permanece o mesmo. Para ambos a provação é seguida de confirmação. E para ambos a base da confirmação é a obediência meritória. Isto é claramente ressaltado na passagem que citamos (Fp.2:5-11). A humilhação de Cristo (vv.5-8) é seguida pela Sua exaltação (vv.9-11); e o elo judicial que conecta as duas encontra-se na expressão chave “pelo que”. Cristo obedeceu totalmente à vontade do Pai, tornando-se obediente até à morte. “Pelo que”, Deus O exaltou sobremodo. Com base na Sua obediência meritória até à morte, mesmo numa cruz, Deus transcendentemente, gloriosamente, e cosmicamente justifica o último Adão cumpridor da lei. É impossível conceber um Cristo que cumpriu o pacto das obras mas que permanece não justificado no sepulcro. Se o servo do pacto (Cristo) cumpriu totalmente o estipulado, então o Senhor do pacto (Deus Pai) está obrigado a honrar os seus termos — termos os quais Ele, na eternidade, a Si mesmo obrigou-se num auto-comprometimento imutável (Jo.17:4-5). Graças a Deus que Cristo cumpriu os termos do pacto ganhando assim Sua recompensa!

Por estas razões podemos dizer que a ressurreição de Cristo foi a Sua justificação. E isto não é apenas uma dedução teológica. Um dos antigos credos da igreja apostólica declara que Ele “foi justificado em espírito” (1Tm.3:16), o mesmo Espírito que é descrito freqüentemente como o agente da ressurreição de Cristo (Rm.1:4;8:11). E, embora não tão explicitamente, o versículo com o qual começamos nossa discussão afirma que assim como Cristo foi condenado em nosso lugar, assim Ele será justificado em nosso lugar (Rm.4:25). “A suposição implícita é que a ressurreição de Jesus é a Sua justificação”. 4

Por isso não se pode compreender a nossa justificação primariamente como algo que cada crente recebe individualmente pela fé no momento da salvação. Pelo contrário, ela é em primeiro lugar a justificação do representante dos pecadores — Cristo o último sob justiça condicional. E pela virtude da união com esta Cabeça exaltada e justificada, temos uma total e gratuita justificação. Em Cristo, nossa provação acabou! Em Cristo somos considerados como aqueles que cumpriram o pacto! Em Cristo a vida eterna não se perde nem é confiscada pelo pecado! Há “horizontes seguros” para nós que pela graça fomos transferidos do primeiro para o último Adão! Não é de se admirar o que Paulo escreveu com gozo exuberante: “Pois não me envergonho do evangelho […] visto que a justiça de Deus se revela no evangelho” (Rm.1:16-17). Que justiça é esta? “[…] Cristo Jesus, O qual se nos tornou da parte de Deus, […] justiça” (1cor.1:30).

Talvez a melhor prova de que nossa justificação e a ressurreição de Cristo vêm juntas é o fato de que ambas produzem a mesma “alegria triunfante” em nossos corações. João de Damascus, teólogo oriental do oitavo século, escreveu um dos mais gloriosos hinos da igreja cristã celebrando a alegria redentiva e a benção judicial que flui da ressurreição de Cristo:

Vinde, fiéis, entoai a canção da alegria triunfante;
Deus trouxe o Seu Israel da tristeza para o júbilo;
Filhos e filhas de Jacó, libertos do amargo jugo de faraó;
Conduziu-os com os pés enxutos através do mar vermelho.

Hoje é a primavera das almas; Cristo, como um sol nascente,
rompeu Sua prisão após três dias no sono da morte;
O inverno de nossos pecados, prolongado e escuro,
foge da Sua luz, dAquele a quem damos louvor e adoração imortal.

Agora a rainha das estações, cintilante no dia do esplendor,
vem derramar sua alegria na régia festa das festas;
Vem para alegrar Jerusalém, que em verdadeira afeição saúda
em cânticos infatigáveis a ressurreição de Jesus.

Nem o poder das portas da morte, nem o escuro portal do sepulcro,
nem a guarda, nem o selo prendeu-Te como um mortal:
Mas hoje entre os Teus Tu verdadeiramente estás,
concedendo Tua própria paz, que excede para sempre
o entendimento humano.

A última instância refere-se a Cristo abençoando seus discípulos quando ascendia aos céus. Apenas Lucas registra isso. “Então os levou para Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu” (Lc.24:50,51). O nosso estudo teológico concluiu que a ressurreição e a exaltação de Cristo foram para a nossa justificação. Mas os discípulos experimentaram isto de um modo tangível, concreto, histórico. O Cristo ressurreto parte para assumir o Seu trono celestial, e quando vai, Suas mãos estão levantadas na bênção aarônica da paz — o shalom divino que procede apenas do conhecimento de que o pacto das obras está completo. Em Cristo eles agora estão do outro lado da prova, em paz com Deus na felicidade eterna de um firme relacionamento que nunca, nunca pode ser rompido pelo pecado. Portanto não ficamos surpresos que os discípulos “adorando-O voltaram para Jerusalém, tomados de grande júbilo; e estavam sempre no templo, louvando a Deus”.

Nunca negaremos que a morte de Cristo é central para a fé cristã. De fato o apóstolo diz aos crentes de Corinto que ele decidiu “nada saber […] senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (1Cor.2:2). Mas aquilo que o Senhor uniu não o separe o homem. Nosso estudo concluiu que a humilhação de Cristo por si mesma e isolada da Sua exaltação não possui absolutamente valor algum para nós. Se Cristo não ressuscitou, então ainda permanecemos em nossos pecados (1Cor.15:17). “Um Cristo morto é um Cristo não justificado, e um Cristo não justificado significa um crente não justificado”.5 Sim, é verdade que somos “justificados por Seu sangue” (Rm.5:9). Mas tão importante quanto possa ser esta verdade central do evangelho, não podemos extraí-la de modo nenhum do seu contexto pactual mais amplo. Pois o mesmo Paulo que declarou não pregaria nada exceto “Jesus Cristo e este crucificado” urgia para com Timóteo: “lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho” (2Tm.2:8).


Sobre o autor: Lee Irons é formado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles e no Seminário Teológico Westmister na Califórnia. Um dos pastores da Igreja Presbiteriana Ortodoxa em Los Angeles.


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