A fé somente é a causa instrumental de nossa justificação. Todas as pessoas que entram no céu, assim o fazem porque num determinando ponto do tempo de suas vidas se voltaram para Cristo e dependeram total e completamente dEle para adquirir o direito à vida eterna. Os evangélicos se referem a esta verdade essencial por um moto que remonta à Reforma Protestante:
Sola Fide
Sola fide (pela fé somente): esta foi a causa essencial da Reforma. Roma fez de Deus um mentiroso insistindo que somos justificados pela fé e algo mais. O algo mais é condenável.
A fé SOMENTE: isto é provado pelo que se segue:
1. Da própria natureza da fé, porque a fé não é de nós mesmos; ela é o dom de Deus (Efésios 2:8; Filipenses 1:29). Ela é um dos frutos do Espírito e, portanto, não pode ser meritória (Gálatas 5:22). A fé justificadora termina sobre Cristo e em Cristo, em Seu sangue e sacrifício, e nas promessas de Deus. Dessa forma ela envolve confiança e dependência, não em nós mesmos, mas objetivamente em Cristo. A fé nega nosso próprio valor justificador e afirma o único mérito sobre o qual ela deposita a sua confiança (Romanos 3:25-26; 4:20-22; Gálatas 3:26; Efésios 1:12-13; 1 João 5:10).
2. O crente é justificado sem as obras da lei, Romanos 3:28; e Deus justifica o ímpio em Cristo, Romanos 4:50.
3. A justificação é declarada descansar completamente sobre um fundamento diferente do das obras: É no nome de Cristo, 1 Coríntios 6:11; pelo seu sangue, Romanos 5:9; livremente, por sua graça, pela fé, Romanos 3:24-28.
4. Ao invés de sermos justificados pelas boas obras, tais obras são possíveis a nós somente naquele novo relacionamento com Deus no qual somos introduzidos pela justificação (Efésios 2:8-10; Romanos capítulos 6 e 7).
Os crentes são considerados justos diante de Deus através de sua simples confiança em Cristo somente. Cristo somente é o objeto da fé justificadora.
Solus Christus. Isto é provado dessa forma:
1. A competência de Cristo como Redentor e Salvador está além do limite. Seus méritos que Ele adquiriu para os crentes são infinitos em valor. Se eu tenho Cristo, não necessito de qualquer outra pessoa, ou qualquer outra coisa para justificação (1 Coríntios 1:30-31).
2. A Escritura nunca indica ou insinua qualquer outro objeto para nossa fé, exceto Ele. “Eu sou Deus e além de mim não há Salvador”. O evangelho é as boas novas sobre Cristo e o cumprimento bem-sucedido de Sua missão como Libertador: como profeta, sacerdote e rei. Não necessitamos de nenhum outro; e nenhum outro nos é sugerido. Aqueles que se voltam para outros são considerados como idólatras nas Escrituras.
3. A Escritura não somente assume, mas explicitamente afirma que nossa fé é para ser direcionada para Cristo (veja, por exemplo, Romanos 5:1; 6:23 – “através de nosso Senhor Jesus Cristo”.
4. O paralelo traçado entre Adão e Cristo prova justamente isto: que assim como morremos em Adão (que foi nosso cabeça representativo), vivemos e temos o dom da justiça em Cristo (Romanos 5:12-21). Nossa confiança deve, portanto, estar nele, e não em outro, porque foi Ele quem rendeu uma perfeita obediência como nosso Cabeça e representante do pacto, e Sua perfeita justiça, como imputada em nós, é o único e estritamente legal fundamento de nossa justificação. Assim, Ele é feito para nós o fim da lei para justificação, e somos feitos a justiça de Deus nEle (Romanos 3:24; 5:9,19; 8:1; 10:4; 1 Coríntios 1:31; 6:11; 2 Coríntios 5:21; Filipenses 3:9).
Você tem fé?
Em quem está a sua fé?
Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 21 de Abril de 2004.