A Televisão Não é a Besta, Besta é Você!

por

Raniere Menezes



Até quando, ó néscios, amareis a necessidade? E vós, escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós, loucos, aborrecereis o conhecimento? — Provérbios 1:22

O movimento neopentescostal em seus múltiplos segmentos de insanidade religiosa criou um slogan que se tornou conhecido em São Paulo: “A Televisão, imagem da Besta”. São muitos “out-doors” espalhados nos principais pontos da Grande São Paulo. Esta é idéia da seita “Deus é Amor” (IPDA) fundada pelo infiel David Miranda. Sem dúvida é uma forma eficaz de alienação dos seus seguidores. Afinal, sua doutrinação é via rádio!

Um jornalista da Revista Época, Gabriel Priolli, fez o seguinte comentário sobre esses “out-doors”: “Sim, a televisão pode ser a imagem da besta. Não de uma, mas de inúmeras bestas, verdadeira fauna de inconseqüentes, quando não delinqüentes, que poderiam usar o mais poderoso meio de comunicação já criado para promover a informação, a educação, a cultura e a cidadania das pessoas, mas preferem poluir seus sentidos e sua consciência com o exato oposto. São essas bestas que dão ao público 'o que ele quer'...” – Em sua opinião, os que fazem a TV são as bestas, no sentido que os produtores são os idiotas, e levam o público a idiotização.

Mas, biblicamente, o que há de errado com a televisão? Será que podemos extrair algum ensinamento bíblico que poderia nos esclarecer e formar um conceito sobre a televisão? Acredito que sim. Este assunto é válido e requer uma grande dose de cuidado e equilíbrio.

A TV em si não é a Besta do Apocalipse. A televisão não é tão ruim como se imagina, alguns estudos colocam até que alguns telespectadores enriquecem o seu vocabulário, que a visão de mundo se desenvolve em todos os aspectos. Há bons telejornalismos e documentarismos (“mas é chato!”). A audiência gosta da infinidade de programas de mexericos e futilidades, cada vez mais iguais entre si, gosta da falta de assunto e da supervalorização do que não edifica. A questão, aqui em pauta, não é se a imoralidade ou a violência banalizada dos filmes e desenhos influencia as crianças e os adolescentes! O problema também não está na superficialidade irresponsável da mídia, apesar de ser um fator prejudicial relevante. Então, o que há de mais errado do que essas coisas?

Um teólogo reformado chamado James Montgomery Boice (1938-2000), um cristão contemporâneo, escreveu um pequeno parágrafo sobre a televisão que vale a pena refletir. Num certo ponto ele pergunta: “o que há de errado com a televisão?”, logo responde: “o problema principal com a televisão (para aqueles que a assistem compulsivamente) é que ela arruína e destrói a habilidade de pensar”. Isto porque ela comunica PRIMARIAMENTE por imagens, não por palavras (não que a palavra esteja ausente, mas primariamente a comunicação é por imagens instantâneas e velozes).

Boice cita Kenneth Myers – um pesquisador e escritor que demonstrou em sua tese os limites e as falhas da televisão. – Myers diz: “a televisão desencoraja a reflexão...” E Boice completa dizendo que ela não desenvolve a mente, e em vez disso, “está formando pessoas que são incapazes de qualquer pensamento significante a respeito de qualquer coisa, especialmente as reivindicações do Cristianismo”.

Concluo com as palavras desse apaixonado mestre da Bíblia e defensor da ortodoxia Reformada: “O que a televisão nos oferece? Entretenimento, distração e diversão. Nós devemos lembrar que a palavra inglesa amuse (“ divertir, entreter, distrair ”) é composta de duas palavras: “a” significa “not” [“não” – uma partícula negativa] e muse significa to think (“pensar”). Em outras palavras, a televisão não está apenas nos divertindo, ela está nos ensinando a sermos tolos também” (J.M.Boice). Desligue um pouco a TV e reflita no que está escrito.


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