Perguntas Freqüentes sobre Salmodia Exclusiva
ou Dez Objeções Comuns à
Salmodia Exclusiva

por

Rev. R. J. Dodd






Copyright 1998 First Presbyterian Church Rowlett

[Extraído de A Verdadeira Salmodia, Antologia da Literatura Presbiteriana & Reformada, volume 4, 1991, Naphali Press . Embora o que segue tenha sido primeiramente publicado no século dezenove, ele é ainda muito relevante à discussão.] O seguinte sumário com respostas aos argumentos para o uso de hinos e às objeções ao uso dos Salmos no culto foram tirados de um sumário condensado sobre o assunto de Salmodia, que estava anexado à réplica do Rev. R.J.Dodd a Morton.


 

É objetado:

1 – ‘Que o cântico de composições não-inspiradas, no culto divino, não é proibido na palavra de Deus.'

Resposta: Nem estamos proibidos de observar sete sacramentos. Quer esteja ou não determinado esse ou aquele ato particular para ser desempenhado no culto a Deus, a falta de um apontamento divino, equivale, em todos os casos, a uma proibição.


2 – ‘Que bons homens compuseram hinos não-inspirados'

Resposta: (1) O melhor dos homens está sujeito a fazer aquilo que desonra a Deus e injuria a igreja. (2) Há muitos homens bons que não ousariam compor uma música para ser cantada no culto divino, nem oferecer a Deus um cântico composto pelo homem.



3 – ‘Que aqueles que usam a salmodia humana são mais numerosos que aqueles que usam somente o livro dos Salmos no cântico de louvores a Deus.'

Resposta: (1) Isso não foi sempre assim; e poderá vir o tempo em que deixará de ser assim. (2) Nem sempre é a maioria – e ainda que fosse, isso não os faria estar corretos em matéria de fé e prática religiosa.


4 – ‘Que nos é permitido compor nossas próprias orações e, segundo esse raciocínio, deve ser também permitido compormos nossas próprias canções de louvor.'

Resposta: (1) Por bem ou por mal, é um fato que muitos adoradores nem compõem nem podem compor suas próprias canções de louvor. (2) Deus nos deu, na Bíblia, um livro dos Salmos, mas nenhum livro de Orações; e prometeu à igreja um Espírito de oração, mas não um Espírito de salmodia. (3) Na oração nós expressamos nossos anseios pessoais; no louvor nós declaramos a glória de Deus. Por podermos moldar a forma apropriada das palavras para o primeiro propósito, isso não quer dizer que estamos igualmente capacitados a compor as palavras de forma apropriada para o último propósito. (4) As ordenanças da oração e do louvor diferem nisso: na primeira os pensamentos sugerem as palavras; e deveríamos, portanto, usar as palavras que eles sugerem; enquanto que, na última, as palavras são designadas para sugerir os pensamentos e, portanto, deveríamos usar as palavras, se pudermos obter as tais, que possam sugerir nada a não ser os pensamentos apropriados. (5) Nossos anseios estão sempre mudando; e, conseqüentemente, nossas orações devem variar: mas a glória de Deus é sempre a mesma; e por isso a mesma coleção de canções irá servir para expressão de seu louvor, de geração em geração.


5. ‘Que há, no Novo Testamento, autorização para cantar canções compostas pelo homem.' Primeiro: nós nos referimos ao fato de que Cristo e seus discípulos cantaram um hino, Mateus 26:30.

Resposta: (1) Prove que o hino cantado pelo nosso Salvador e os discípulos não era um ou mais dos Salmos de Davi. Os melhores comentaristas supõem que o grande Hallel, consistia, inclusive, dos Salmos de 113º ao 118º. (2) Nosso Salvador foi mais capacitado, e teve uma melhor condição de compor hinos que o Dr. Watts, John Wesley, Philip Doddridge, etc. Segundo: Argumenta-se que Paulo autorizou o uso de salmodia não-inspirada quando ele disse, Col. 3;16, “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração”. Alguns argumentam para a primeira parte do verso, “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo”; explicando a frase, “a palavra de Cristo”, como sendo toda a Bíblia ou o Novo Testamento; e alegam que o apóstolo autoriza o uso de cânticos fora da palavra de Deus como um todo, ou do Novo Testamento em particular. Resposta: (1) Prove que essa expressão significa toda a Bíblia, ou o Novo Testamento, e não simplesmente o princípio do evangelho. (2) Prove que o Apóstolo impôs sobre a Igreja o compor cânticos, extraindo o assunto deles a partir do que ele denomina ‘a palavra de Cristo.'

Outras razões para o uso desses três termos, “salmos, e hinos, e cânticos espirituais” na última parte do verso. Resposta: (1) Nenhuma boa razão pode ser atribuída, porque qualquer um dos salmos inspirados não deve, em referência a diferentes aspectos sob os quais possam ser considerados, ser denominados ‘salmos, hinos, e cânticos espirituais'. Pois o uso dessa linguagem não é incomum. Deus disse, Ex. 34:7, “...iniqüidade, e transgressão, e pecado” (2) Se esses três termos designam três tipos de devocional poética, prove que o Livro dos Salmos não contém cânticos desses três tipos diferentes. (3) Os judeus usaram os termos salmos, hinos e cânticos indiscriminadamente no Livro dos Salmos. – Veja Josephus, Filo, etc.; e o mesmo deve ter sido feito por Paulo e os cristãos primitivos. (4) Na Septuaginta, que era a tradução do Velho Testamento em uso nos dias de Paulo, muitos dos salmos são, em seus títulos, designados salmos – um salmo; outros, ode – uma canção; e outros, aleluia; esta última é uma palavra advinda do hebraico, e quando usada como um nome na linguagem grega, é equivalente a hinos – um hino. Por que não devemos supor que o Apóstolo faz alusão, nesse verso, a esses três termos usados na versão da Septuaginta, como diferentes títulos dos salmos?

Terceiro: se infere de 1 Cor. 14:26 que os coríntios entoavam em suas assembléias salmos compostos por eles mesmos, sob um impulso sobrenatural do Espírito, e, é claro, não contido no livro dos Salmos. Resposta: Prove que os salmos, pela expressão inoportuna com a qual eles disturbavam suas assembléias, eram compostos por eles mesmos sob um impulso do Espírito, e não selecionado do Livro dos Salmos.


6. ‘Que o Livro dos Salmos é difícil de se entender.'

Resposta; (1) Se há algumas passagens nos Salmos difíceis de entender, há também em outras partes da Escritura, 2 Pe. 3:16. (2) Não é difícil entender os Salmos quando nós os cantamos tanto quanto os lemos. (3) Quanto mais o usarmos, melhor iremos entendê-lo. (4) Temos mais chances de entendê-lo do que os adoradores do Antigo Testamento tiveram; e temos certeza de que o Livro dos Salmos foi a salmodia dekes. (5) Se não conseguirmos entender os Salmos, muito menos seremos capazes de compor cânticos para ocupar seu lugar. (6) Se um homem não entender os Salmos, deixe-o, sob a direção de seu Autor divino, esforçar-se para alcançar seu significado. (7) Os Salmos não são, de modo geral, difíceis de se entender. Há, certamente, uma profundidade insondável.... Pode haver mais verdade divina e verdadeiro sentimento devocional encontrado na própria superfície dos Salmos inspirados, do que se pode obter desses que não são inspirados quando eles forem usados e desgastados.


7. ‘Que os Salmos não são adequados ao culto do Novo Testamento'

Resposta: (1) Deus nunca muda, e, é claro, seu louvor é sempre o mesmo. (2) O Espírito de Deus podia, nos dias de Davi, preparar canções melhores para o culto do Novo Testamento do que as que fazem os homens hoje. (3) Os Salmos em toda parte falam muito claramente de Cristo e de sua obra mediadora, do seu reino e da sua glória; e eles são citados freqüentemente pelos Apóstolos para ilustrar o modo de salvação. (4) Eles fazem menos referência às peculiaridades da velha dispensação do que o fazem alguns livros do Novo Testamento. (5) Não temos Livro dos Salmos no Novo Testamento, nem nenhuma ordem para preparar um.


8. ‘Que os Salmos contêm sentimentos adversos ao espírito do Evangelho; abundando em injúrias severas contra os inimigos pessoais, e sendo, em muitos casos, expressão de vingança, etc.'

Resposta: Isso é blasfêmia.

 

9.'Que os Salmos não são suficientemente numerosos para fornecer um sistema completo de salmodia.'

Resposta: (1) Deus não é mais glorioso agora do que o foi nos tempos do Antigo Testamento; e se os Salmos foram suficientes para expressão de seu louvor, eles ainda são suficientes. (2) É demais um homem ousar decidir quão copioso um sistema de salmodia deveria ser. (3) O livro dos Salmos hoje contém uma incomparavelmente maior abundância e variedade de temas do que todos os hinos que foram compostos pelos homens.


10. ‘Que não temos uma boa metrificação dos Salmos'

Resposta: (1) Deixe aqueles que pensam que não temos nenhuma boa metrificação dos Salmos melhorarem alguma das versões em uso ou fazer uma melhor. É certamente mais fácil fazer uma boa tradução dos Salmos de Deus, do que compor canções melhores do que aquelas que Ele fez. (2) É melhor cantar, no culto divino, uma translação imperfeita desses cânticos que Deus compôs, do que cantar as melhores canções que os homens podem fazer. (3) Nós temos uma boa metrificação dos Salmos. Há, na versão Escocesa dos Salmos, é verdade, algumas deformidades. Eles contêm algumas forma de expressão fora de uso, e algumas palavras que hoje são obsoletas; e essa versificação muitas vezes está longe de ser concisa. Mas, na maior parte, a fraseologia e a versificação são muito boas; e deveriam ser autorizadas por aqueles que a examinaram, pois sua fidelidade ao original hebraico não é inferior àquela da tradução da prosa dos salmos, em nossa bíblia em Inglês.

Essas poucas observações estão submetidas ao julgamento do leitor honesto e inteligente. Embora elas possam não ser abençoadas como o meio de livrá-lo da prática de usar a salmodia humana, contudo, se servirem para acrescentar algo a seu entendimento dos salmos inspirados, o escritor não considerará seu trabalho perdido. Os adoradores cristãos um dia terão olhos para ver, tanto estes quanto outros pontos importantes. Enquanto isso, todos os que temem a Deus podem, com confiança, executar os interesses da verdade de Cristo, até onde eles estejam envolvidos nessa controvérsia, para a supervisão dAquele que tira ordem da confusão e luz das trevas; e orando, “Seja na terra como nos céus”, descansando assegurado que muito em breve, nas canções apontadas pela própria autoridade suprema de Jeová, os adoradores devotos por todas as partes “darão ao SENHOR a glória que é devida ao seu nome”.

 

‘Louvai ao Senhor; a Ele cantai

um cântico novo ; e o Seu louvor,

Na assembléia dos seus santos,

em doces salmos levantai.

Alegre-se Israel naquele que o fez,

e a Ele cantai louvores;

Que todos os filhos de Sião,

regozijem-se em seu REI'.

 


Traduzido por: Márcio Santana Sobrinho

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