Monólogo de Ananias

por

Prof. Isaías Lobão Pereira Jr.




Shalom, gostaria de me apresentar, meu nome é Ananias, eu moro em Damasco, uma importante cidade da Síria. Meu nome significa agraciado por Yahweh, e desde criança eu aprendi a confiar em Deus, lendo na Torah as histórias dos Patriarcas, da libertação do meu povo do Egito sob a direção de Moisés e sempre gostei de ouvir a leitura na sinagoga dos livros dos profetas, especialmente dos profetas Isaias e do profeta Jeremias.

Sempre se destacou para mim a promessa do Messias. Eu esperava, com ansiedade, a sua chegada. E muitos de nossos compatriotas de Jerusalém nos contavam histórias de líderes que apareceram dizendo ser o Messias, mas nenhum deles me chamou a atenção. Sempre preferi confiar na Torah e nas palavras santas dos profetas, do que nas histórias mirabolantes dos meus irmãos.

Até que um dia, tudo mudou... Foi quando ouvi falar de João Batista. Minha cidade, Damasco, é uma importante cidade comercial. Governada pelos romanos, como, aliás, todo mundo civilizado. Existem muitas sinagogas em minha cidade, por causa disto, as notícias de Jerusalém chegam com uma rapidez impressionante. E a notícia de que João Batista aparecera na Judéia incentivou a muitos irmãos na confiar na vinda iminente do Messias. Muitos até acharam que ele era o Messias, mas diversas vezes João afirmou que ele não era. Ele esperava pelo Messias também. E eu observava tudo, de longe. Queria ter certeza antes de tomar alguma decisão.

Eu estava em casa, quando recebi uma notícia alvissareira, um homem chamado Jesus, de Nazaré, estava pregando com uma autoridade nunca vista antes. Muitos já estavam afirmando ser ele o Messias, por causa das diversas curas que atribuíram a ele, mas eu estava cauteloso, queria saber mais sobre este estranho Messias carpinteiro de Nazaré.

E muitas histórias foram sendo contadas, uma multidão foi alimentada com cinco pães e dois peixes, o cego Bartimeu recobrou a vista, e mais impressionante, uma viúva da cidade de Naim teve seu filho ressuscitado! Eu comecei a pensar seriamente nas obras que Jesus estava fazendo. Mas, tudo mudou, quando eu soube da perseguição que ele sofreu. Nossos líderes acharam no ensino de Jesus erros terríveis e blasfêmias horrendas ao nosso Deus. E nestes casos, a condenação é a morte.

O foi o que aconteceu, na semana da Páscoa, quando comemoramos a libertação do Egito, ele foi morto, numa cruz romana, e ao lado de dois ladrões. Histórias desconexas chegaram até Damasco. Muitos afirmam que no dia da sua morte, o céu se escureceu, houve um terremoto e pessoas correram para suas casas e encontraram entes queridos que haviam morrido, agora vivas, esperando-as dentro de casa. Fiquei impressionado com a imaginação destas pessoas!

Mas, algo aconteceu comigo, quando fui para Jerusalém, comemorar a festa do Pentecostes, uma festa que comemoramos cinqüenta dias depois da Páscoa. Alguns dos seguidores de Jesus, estavam pregando perto do templo, anunciavam que Jesus estava vivo. Ele não estava mais morto, havia ressuscitado. Um deles, chamado Pedro, começou a falar, e eu o ouvia falando na minha língua materna, e não em aramaico. E vi que muitos davam o mesmo testemunho, pardos, elamitas, árabes, todos ouviam as grandezas de Deus em suas próprias línguas. O discurso de Pedro me arrebatou, e eu senti a verdade de Deus na suas palavras. Naquele dia, depois de ouvir falar de Jesus, meu coração se compungiu e eu lhe perguntei:

“Que faremos irmãos?” Sua resposta foi que nós nos arrependêssemos, fôssemos batizados e receberíamos o dom do Espírito Santo. Naquele dia, eu fui batizado e voltei para Damasco crente que Jesus era o Messias.

Mas, houve uma reação dos nossos líderes religiosos. Eles enviaram um homem chamado Saulo, de Tarso, com cartas de recomendação para caçar os crentes do Caminho e arrastá-los para a prisão. Eles queriam acabar com a nossa fé. Eu temi muito e comecei a orar. E o Espírito Santo me inundou com uma sensação diferente, uma paz que acalmou o meu coração.

Na viagem para Damasco, Saulo ouviu uma voz. Era a voz de Jesus, ele me contou depois, que o confrontou e fez com que ele caísse da sua montaria. Todos ao redor de Saulo ouviram a voz, mas não viam ninguém. E Saulo foi levado para Damasco e ficou na casa de Judas, um comerciante conhecido da cidade, que mora na rua Direita. Lá ele ficou por três dias, sem comer e sem beber. Contaram-me que ele estava cego.

Eu estava orando, quando Deus me disse: “Vá até a casa de Judas e encontre a Saulo”. Eu fiquei admirado, porque nunca tinha ouvido a voz de Deus, mas também muito preocupado porque Saulo era um homem perigoso. Tentei retrucar com Deus, mas Ele me afirmou que seu plano iria se cumprir na vida de Saulo.

Eu fui para a casa de Judas, e encontrei Saulo orando. Foi impressionante para mim, irmãos, ver aquela cena. E com uma profunda convicção eu afirmei a Saulo, que eu fora enviado por Jesus, para impor as mãos sobre ele para recobrasse a vista. Depois de orar, senti minhas mãos quentes e vi que algo aconteceu. O sorriso estava nos lábios de Saulo e ele olhava para mim. Seus olhos estavam sarados.

Ele me abraçou, e sorrindo pediu a Judas que trouxesse comida e água. Uma refeição que eu graciosamente compartilhei com ele.

Depois disto eu ouvi falar que ele começou a anunciar a palavra de Jesus. Muitos começaram a perseguí-lo, mas ele foi auxiliado por alguns irmãos, entre eles Barnabé, de Antioquia.

Hoje, eu sei que Saulo, agora chamado Paulo, está na Arábia. Estudando mais a Escritura, orando e se preparando para a obra que Deus o chamou.

Minha oração é que ele seja sustentado pelo Senhor Jesus.

Amém.


 


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