Cristo, A Plenitude do Tempo

por

Fábio Ito


“No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Ef 1.7)

Paulo é um dos grandes escritores bíblicos que consegue, com maestria, sintetizar a salvação em Cristo de forma objetiva e transparente. No verso de Ef 1.7 Deus nos fala, através de Paulo, sobre o que Cristo fez por nós “redenção... remissão dos pecados”; sobre o preço que pagou para que a salvação fosse possível ao homem “pelo seu sangue”; e, por fim, sobre a origem da redenção em Cristo “segundo a riqueza da sua graça”.

Lendo um texto como este de efésios 1.7 fico pensando como pode algumas pessoas a lerem sem se comoverem e refletirem sobre sua própria existência. Poucos textos sintetizam a essência do cristianismo como este.

Cada palavra deste verso merece atenção, a começar pela primeira expressão “no qual”. Temos visto nos versos anteriores, analisados anteriormente, que somos amados de Deus, por isso, ele nos escolheu “antes da fundação do mundo” para sermos “santos e irrepreensíveis” no “Amado”, em Cristo Jesus. Ou seja, Deus nos escolheu para sermos amados no Amado. E, tudo isso “para louvor da glória de sua graça”. Portanto, “no qual” refere-se ao Amado de Deus, aquele que derramou o sangue pelos amados do Altíssimo, Cristo Jesus o nosso Redentor.

Quando Deus criou o homem foi para se relacionar intimamente com ele por isso o criou a sua imagem e semelhança. Porém, o pecado degenerou esse relacionamento e se abriu um abismo entre o homem e o Altíssimo. Isaías diz assim: “Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não o possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus” (Is 59.1,2). Porém, aquilo que fazia separação entre nós e Deus foi eliminado quando Cristo se fez homem e se deu por nós na cruz do Calvário. A seguir vem a segunda palavra importante a ser considerada “redenção” .

Em Cristo temos redenção. Essa expressão significa libertação pelo pagamento de um resgate . No Brasil é quase que cotidiano notícias sobre seqüestros. Por isso, se torna mais fácil a compreensão desta expressão. Quando uma pessoa é seqüestrada os seqüestradores exigem um resgate, geralmente, em dinheiro. Quando é pago o valor exigido, então, a pessoa seqüestrada é libertada e volta ao convívio familiar. É a mesma coisa com os cristãos. O pecado aprisionava o homem não o deixando se relacionar com seu Criador e era exigido um resgate para sairmos dessa prisão. Cristo pagou o preço da nossa libertação e, por isso, em Cristo temos redenção, ou seja, a remissão dos nossos pecados.

Entendendo que a obra de Cristo na cruz resultou na nossa redenção, remissão dos pecados, também, entendemos que preço a nossa redenção custou. Neste ponto é importante salientar a terceira expressão “pelo seu sangue”.

Já dissemos que Deus criou o homem para se relacionar intimamente com ele e por isso o criou a sua imagem e semelhança. Na criação tudo era perfeito, ou seja, “muito bom”, era a perfeita harmonia. Nessa perfeição Deus dá uma ordem ao homem para que não comesse do fruto do conhecimento do bem e do mal . Após essa ordem Deus dá a primeira promessa: “porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). A primeira promessa de Deus ao homem foi a promessa de morte se caso desobedecesse. Infelizmente, o homem desobedeceu. Após, isso Deus faz uma segunda promessa em Gn 3.16, de que o descendente da mulher (Jesus) pisaria na cabeça da serpente. A segunda promessa era de vida.

Jesus Cristo derramou o seu sangue dando a sua vida por causa dessas duas promessas. Em Cristo foi cumprida a primeira promessa, a de morte e também a segunda, a de vida. Cristo tomou sobre si a nossa morte e nos deu sua vida. Essas duas promessas que são cumpridas em Cristo é o que percorre toda a Escritura até chegar em Cristo. É o que diz Gl 4.4-7 referindo-se o cumprimento dessas duas promessas de “plenitude dos tempos”: “Vindo, porém, a plenitude do tempo Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”. O cumprimento dessas promessas em Cristo é o que podemos dizer de essência do cristianismo. Isso é maravilhoso e enche o nosso coração de regozijo!

Somente entendendo o que foi o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário é que podemos entender a última expressão “a riqueza da sua graça”. Entender como Deus nos amou, mesmo sendo pecadores; de que forma maravilhosa toda Escritura converge para o sacrifício vicário de Cristo; como os planos de Deus são perfeitos; tudo isso deve fazer com que honremos ao Senhor de toda Glória. Sabendo que “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as cousas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém” (Rm 11.36). Deus os abençoe.


›› Agradecemos o autor pelo envio e permissão da publicação do presente artigo no Monergismo.com.



http://www.monergismo.com/

Este site da web é uma realização de
Felipe Sabino de Araújo Neto®
Proclamando o Evangelho Genuíno de CRISTO JESUS, que é o poder de DEUS para salvação de todo aquele que crê.

TOPO DA PÁGINA

Estamos às ordens para comentários e sugestões.

Livros Recomendados

Recomendamos os sites abaixo:

Monergism/Arquivo Spurgeon/ Arthur Pink / IPCB / Solano Portela / Spurgeon em Espanhol / Thirdmill
Editora Cultura Cristã /Editora Fiel / Editora Os Puritanos / Editora PES / Editora Vida Nova