Mortalidade: Os Cristãos não Precisam Temer a Morte

por

J. I. Packer

 

Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei, então, o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne (Filipenses 1:21-24).

Nós não sabemos como os seres humanos deixariam este mundo se não tivesse havido nenhuma Queda; alguns duvidam se eles teriam que deixá-lo. Mas como a Queda aconteceu, a separação do corpo e alma através da morte corporal, que é tanto fruto do pecado como julgamento de Deus (Gênesis 2:17; 3:19, 22; Romanos 5:12; 8:10; 1 Coríntios 15:21), é uma das certezas da vida. Essa separação da alma (pessoa) do corpo é um sinal e emblema da separação espiritual de Deus que primeiramente trouxe a morte física (Gênesis 2:17; 5:5) e que será aprofundada após a morte para aqueles que deixam este mundo sem Cristo. Naturalmente, portanto, a morte aparece como um inimigo (1 Coríntios 15:26) e um terror (Hebreus 2:15).

Para os cristãos, o terror da morte física foi abolido, embora o desagrado da morte permaneça. O próprio Jesus, o Salvador ressurreto deles, passou por uma morte mais traumática do que qualquer cristão jamais enfrentará, e Ele agora vive para sustentar Seus servos à medida que eles caminham neste mundo para o lugar que Ele preparou para eles no mundo porvir (João 14:2-3). Os cristãos deveriam ver sua própria morte vindoura como um apontamento no calendário de Jesus, que Ele fielmente cumprirá. Paulo pôde dizer, “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho... tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Filipenses 1:21, 23), visto que “ deixar este corpo” significaria “habitar com o Senhor ” (2 Coríntios 5:8).

Na morte, as almas dos crentes (isto é, os próprios crentes, como pessoas continuadas) são aperfeiçoadas em santidade e entram na vida de adoração no céu (Hebreus 12:22-24). Em outras palavras, elas são glorificadas. Alguns, não crendo nisso, colocam uma disciplina purgatória após a morte que é realmente um estágio adicional de santificação, purificando progressivamente o coração e refinando o caráter na preparação para a visão de Deus. Mas essa crença não é nem escriturística nem racional, pois se na vinda de Cristo os santos vivos sobre a terra serão aperfeiçoadas moral e espiritualmente no momento de sua transformação corporal (1 Coríntios 15:51-54), é natural supor que o mesmo é feito a cada dentre no momento da morte, quando a corpo mortal é deixado para trás. Outros defendem a inconsciência (sono da alma) entre a morte e a ressurreição, mas a Escritura fala de relacionamentos, envolvimentos e prazeres conscientes (Lucas 16:22; 23:43; Filipenses 1:23; 2 Coríntios 5:8; Apocalipse 6:9-11; 14:13).

A morte é decisiva para o destino. Após a morte não há possibilidade de salvação para o perdido (Lucas 16:26) — então, tanto o justo como o ímpio colherão o que eles semearam nessa vida (Gálatas. 6:7-8).

A morte é ganho para os crentes (Filipenses 1:21) pois após a morte eles vão para mais perto de Cristo. Mas a separação do corpo, como tal, não é ganho; os corpos são para expressão e experiência, e estar sem um corpo é estar limitado, deveras empobrecido. Esse é o porquê Paulo quer ser “revestido” com seu corpo da ressurreição (isto é, re-incorporado) antes do que ser “despido” (isto é, desincorporado, 2 Coríntios 5:1-4). Ressuscitar para a vida do céu é a verdadeira esperança cristã. Assim como a vida no estado “intermediário” ou “ínterim” entre a morte e a ressurreição é melhor do que a vida nesse mundo que o precede, assim também a vida da ressurreição será melhor ainda. Ela será, de fato, a melhor. E isso é o que Deus tem preparado para todos os Seus filhos (2 Coríntios 5:4-5; Filipenses 3:20-21). Aleluia!

 


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 02 de Agosto de 2005.


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