Mr. Scrooge, Vivo e Bem!

por

Fred G. Zaspel

 


Comumente sou uma pessoa feliz de verdade! Especialmente no Natal. Confesso porém, que nesses últimos anos tem-se tornado crescentemente comum ouvir cristãos condenar esse feriado. E essas pessoas tendem a tornar a alegria um pouco mais difícil pra mim.

Por favor, não me entendam mal. Se você simplesmente não gosta de toda excitação que envolve nossos costumes natalinos modernos, é lógico que não tem obrigação alguma de usar os enfeites – Papais Noéis, presépios ou seja o que for. O que me aborrece é o espírito legalista de um número crescente de cristãos que condenam aqueles que gostam dessas tradições.

Agora, eu não sou uma pessoa muito ligada a tradições. Na verdade, quando ela se torna obrigatória, eu me rebelo como qualquer pessoa! Mas do outro lado da mesma moeda está a liberdade de escolher. Nós a temos?

É verdade que a celebração do Natal não traz autenticação bíblica. Igualmente não é proibida. Parece que a liberdade cristã permite alguma escolha aqui!

Por exemplo, Jesus participou dos festejos de datas judaicas que não tinham origem bíblica – a festa da dedicação (Chanucá). Essa era uma data religiosa de origem extra-bíblica; contudo, nosso Senhor não achava errado observá-la.

O apóstolo Paulo foi muito enfático a esse respeito. Esse campeão da liberdade cristã chegou a dizer, de fato, que observar tais práticas era uma parte auxiliar, se não necessária, de seu ministério! Sempre que possível, ele cumpria com os costumes e tradições da comunidade na qual ministrava (1Co 9.19-23). Tais tradições, que não trazem em si nem o bem nem o mal, são perfeitamente permissíveis e até mesmo auxiliares no testemunho cristão.

Não é que eu queira ser negativo – embora esses “Mr. Scrooges” por aí nos tentem a isso! Mas é um pouco perturbador ver cristãos bem intencionados criar problemas onde não existe nenhum. Eles fazem o Cristianismo parecer um sistema legalista de “não toques!” (Cl 2.21). O resultado é um nome ruim para outros cristãos e uma situação mais difícil no testemunho – tudo por um negativismo desnecessário.

É fascinante ver quanta liberdade as Escrituras concedem aos cristãos. É mais impressionante ver quantos cristãos não estão dispostos a permiti-la (alguns parecem mortalmente amedrontados de que alguém, em algum lugar, está se divertindo demais!).

Sim, para nós o Natal é muito mais que meias compridas e homens gordos em trajes vermelhos. Mas esses costumes e tradições não precisam ser vistos como inimigos da piedade verdadeira.

Agora, que eu disse tudo isso, me sinto muito melhor!


NOTA DO TRADUTOR:

[1] - O autor usa o nome “Mr. Scrooge”, que é um personagem conhecido no Brasil. Scrooge é uma gíria inglesa que significa “avarento, sovina, pão-duro”, devido ao protagonista avarento do livro A Christmas Carol (Um Cântico de Natal), Ebenezer Scrooge, de Charles Dickens.


Tradução livre: Nahum Pereira
São Paulo-SP, 15 de Dezembro de 2004.

 


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