Quando considerando se alguns pecados são maiores do que outros, devemos fazer uma distinção. Em termos absolutos, todo pecado gera uma culpa infinita merecedora de castigo eterno, pois todo pecado é uma transgressão contra o Deus infinito. Contudo, dentro do sistema revelado de leis morais, alguns pecados são deveras mais severos do que outros.
Mas primeiro, Tiago diz:
Pois quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la inteiramente.
Pois aquele que disse: “Não adulterarás”, também disse: “Não matarás”. Se você não comete adultério, mas comete assassinato, torna-se transgressor da Lei. (Tiago 2:10-11)
Se você quebra até mesmo apenas uma lei, então você é um pecador. Algumas pessoas têm me negado que elas sejam pecadoras, mas quando elas foram pressionadas sobre isso, o que elas queriam dizer era que elas nunca tinham cometido o que elas consideravam como transgressões grosseiras tais como estupro e assassinato. Assim, contar mentiras “inocentes”, abrigar má-vontade para com outras pessoas, praticar adivinhação e outras coisas não contam como pecados para elas. Antes, para elas “pecado” designa uma categoria especial de ações que elas nunca devem cometer. Se elas cometem algo que não esteja nessa categoria, então o mesmo não deve ser pecado; e assim, elas são impecáveis por definição.
Tiago rejeita essa forma de pensamento e diz que qualquer transgressão da lei de Deus é pecado, e que uma pessoa está gravemente enganada se ela pensa que nunca pecou, e que Deus lhe dará boas vindas no céu por essa razão.
Com isso em mente, Mateus 23:23 diz: “Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas”. Embora a transgressão de qualquer lei divina seja pecado, algumas das leis de Deus são mais importantes do que outras, de forma que na lei de Moisés alguns pecados eram punidos mais severamente do que outros.
Em adição, a quantidade de conhecido também tem algo a ver com como o pecado é julgado:
“Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o realiza, receberá muitos açoites.
Mas aquele que não a conhece e pratica coisas merecedoras de castigo, receberá poucos açoites. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido”. (Lucas 12:47–48)
Note que até mesmo aqueles que “não a conhecem” serão julgados pela mesma lei e punidos; a única diferença é que a punição será menos severa.
Para aprender mais sobre a relação entre a lei de Deus e o nosso pecado, por favor, veja The Sermon on the Mount e Systematic Theology.
Nota sobre o autor: Vincent Cheung é o presidente da Reformation Ministries International [Ministério Reformado Internacional]. Ele é o autor de mais de vinte livros e centenas de palestras sobre uma vasta gama de tópicos na teologia, filosofia, apologética e espiritualidade. Através dos seus livros e palestras, ele está treinando cristãos para entender, proclamar, defender e praticar a cosmovisão bíblica como um sistema de pensamento compreensivo e coerente, revelado por Deus na Escritura. Ele e sua esposa, Denise, residem em Boston, Massachusetts. [http://www.rmiweb.org/]
Traduzido por: Felipe
Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 12 de Julho de 2005.