Objeções à Perseverança dos Verdadeiros Crentes

por

Rev. Ewerton Barcelos Tokashiki




Neste tópico estaremos expondo as objeções à doutrina Perseverança do Verdadeiros Crentes, e refutando-as logo em seguida. Estas objeções não são novas, Calvino em suas “Institutas” já lutava contra elas. [1]


VI.1. Primeira objeção

Os arminianos afirmam que a doutrina da perseverança invalida as advertências sobre a necessidade que os crentes tem de se esforçarem para permanecerem na fé (Mt 10:22; Lc 13:24; Jo 8:31; Jo 15:5; 1 Co 16:13; Cl 1:29; Hb 3:14; Tg 2:5; Ap 2:10; Ap 3:11). Para não cairmos no erro arminiano precisamos entender qual é o verdadeiro propósito dessas advertências. O propósito dessas advertências não é para que nos preservemos, mas para agradarmos àquele que graciosamente nos preserva.

Notemos que Deus não se relaciona conosco como se fôssemos máquinas, nem anula a nossa responsabilidade, mas pelo seu poder nos desperta com uma renovada disposição implantada pelo seu Espírito, advertindo-nos pela sua santa Palavra, e apresentando o padrão pelo qual os seus filhos devem viver.


VI.2. Segunda objeção

A segunda objeção arminiana à doutrina da perseverança na salvação, são “os casos de apostasia” que se encontram registrados na Bíblia. O que é “apostasia” e quem são os apóstatas?

Geralmente, são citados por exemplo Judas Iscariotes (Mc 3:14,19; Jo 18:2), Simão o mago (At 8:9-24) e Demas (2 Tm 4:10). Podemos responder a esta objeção fazendo as seguintes observações. Primeiro, a respeito de Judas Iscariotes, a Palavra de Deus é bem clara ao dizer que ele não foi escolhido para a salvação, senão para a perdição (Mt 26:23-25; Jo 6:70-71; 13:18; 13:10-11; 17:12; At 1:16); e quando Jesus “escolheu doze, designando-os como apóstolos”(Mc 3:14, NVI), Ele não os escolheu simultaneamente para a salvação, porque a eleição para salvação já havia ocorrido “antes da fundação do mundo”(Ef 1:4), logo, Jesus escolheu Judas somente para o apostolado, e não para a salvação. Gleason L. Archer concluí acerca de Judas Iscariotes

nenhum esforço extraordinário da imaginação poderia fazer dele, em tempo algum, um crente nascido de novo, pouco importando quão convincente tenha sido seu desempenho perante os seus colegas apóstolos. [2]

O segundo caso de apostasia bíblica usado pelos arminianos para expor a sua tese, é o de Simão o mago. Lucas diz que Simão o mago creu em Jesus (At 8:13), contudo esse “crer”, não deve ser interpretado como resultado da fé salvadora, mas da fé temporal ou histórica, que é uma “pura e simples apreensão da verdade, vazia de qualquer propósito moral e espiritual.” [3] A declaração do apóstolo Pedro evidencia que, Simão o mago não possuía a fé salvadora, “porque o seu coração não é reto diante de Deus”(vs.20-21).

O terceiro caso de apostasia bíblica usado pelos arminianos para provar a sua errônea tese, é o caso de Demas (2 Tm 4:10). Demas é mencionado em outras epístolas (Cl 4:12; Fm 24) como colaborador de Paulo, J.N.D. Kelly comentando este verso declara que

o motivo da deserção dele não era, aparentemente, a apostasia no sentido rígido, mas, sim, porque amou o presente século. Trata-se, segundo, supõe, de um desejo pela vida mansa e pelo conforto, juntamente com uma declinação de compartilhar das privações de Paulo. [4]

 

O fato de não querer compartilhar dos sofrimentos de alguém, embora sejam ansiedades legítimas, não deixam neste caso de ser também um pecado de omissão. Mas isto não significa que Demas tenha perdido a sua salvação. Quanto a Judas e Simão o mago, os escritores bíblicos não fazem referência a eles como pessoas regeneradas, nem usam a terminologia comum para dizer que eles em algum momento creram em Cristo como salvador. Dabney acerca estes casos de apostasia observa que “os termos usados aqui, se de fato são um meio para descrever a ordem comum da salvação, poderiam no mínimo ser únicos e incomuns.” [5]


VI.3. Terceira objeção

A terceira objeção que os arminianos usam para evidenciar a sua tese são os textos bíblicos, que segundo eles, ensinam que o verdadeiro crente pode perder a sua salvação. Estudaremos alguns desses textos que aparentam apresentar tal ensino, e verificaremos o que de fato eles ensinam. E se estes textos ensinam esta inverdade arminiana teremos que aceitar que a Palavra de Deus se contradiz, e que de fato ela não é inerrante.

O texto de Mt 13:20-21 acerca do “terreno pedregoso”, é usado pelos arminianos para reforçar a sua tese. Eles afirmam que este é o exemplo de pessoa que se converte, mas que logo em seguida cai da graça! Devemos observar que o tipo do terreno é interpretado por Jesus como sendo “aquele que ouve a palavra e imediatamente a recebe com alegria”(vs.20). Mas Jesus quando interpreta esta parábola para os seus discípulos ele não afirma que este tipo de “solo” é a boa terra, senão que é o terreno pedregoso, inadequado para o plantio.

A semente do evangelho não progride neste terreno, “visto que não tem raiz em si mesmo”(vs.21). Este é caso daquele que possuí uma fé temporal, ou seja, uma “persuasão das verdades religiosas que vem acompanhada de algumas incitações da consciência e de uma agitação dos afetos, mas não tem suas raízes num coração regenerado.” [6] Este não pode cair da graça, pois nunca esteve nela, mas apenas se alegrou em conhecê-la. [7]

Em Gl 5:4 encontramos o termo “cair da graça”, onde os arminianos extraem a expressão do seu contexto, e a enchem de seus pressupostos errados, para ensinar que um crente verdadeiro pode “cair da graça.” Para interpretar este texto com propriedade devemos perguntar o que Paulo quis dizer com “cair da graça”?

O contexto histórico era de que os crentes da Galácia estavam recebendo um ensino diferente do que o apóstolo lhes havia dado (1:9; 5:7-12); judaizantes haviam se infiltrado na igreja, e estavam ensinando uma salvação pelas obras da lei, negando a suficiência da salvação em Cristo Jesus pela graça.

Paulo não fala de “permanecer salvo”, mas de obter a salvação pela graça de Cristo, e não pelas obras da lei. O apóstolo não está falando da possibilidade de se perder a salvação, ou de que os crentes da Galácia perderam a sua salvação. A expressão “caíram da graça” é usada por Paulo para indicar a inútil tentativa de se obter a salvação pela justificação das obras da lei. [8] Murray analisando Gl 5:4 concluí que

Paulo não está aqui tratando acerca da questão se um crente pode cair do favor de Deus, e finalmente perecer; antes, ele está falando acerca do distanciamento da pura doutrina da justificação da graça em contraste com a justificação pelas obras da lei. O que Paulo está dizendo na realidade é que se tratamos de nos justificar pelas obras da lei em qualquer modo ou grau, temos abandonado a justificação pela graça, ou caído dela totalmente. Não podemos admitir uma mistura de graça e obras de justificação, é uma ou outra. Se incluímos obras em qualquer grau, então temos abandonado a graça e somos obrigados a praticar toda a lei (Gl 5:3). [9]

A bem conhecida passagem de Hb 6:4-6 é usada pelos arminianos para ensinar que é possível um verdadeiro crente perder a sua salvação. [10] O problema que surge ao interpretar este texto como se referindo aos crentes, é que além da descrição dessas pessoas diferir das expressões usadas no Novo Testamento, seria incomum aplicá-las a pessoas salvas. [11] Analisemos as seguintes expressões, tomando como exemplo Judas Iscariotes:

a) Aqueles que uma vez foram iluminados. [12] Judas foi iluminado, mas não era crente (Mt 22:14; At 17:12). Iluminação não regenera, seu propósito é conceder entendimento acerca das verdades eternas.

b) Tornaram-se participantes do Espírito Santo. O Espírito Santo opera no inconverso através da graça comum, sem todavia, regenerá-lo.

c) Provaram da boa Palavra de Deus. Isto é comum entre aqueles que são aculturados no evangelho. Fazem muitas coisas como o povo de Deus, falam, vestem, e de certo modo até se comportam adotando alguns princípios bíblicos, todavia a Palavra de Deus não habita em seus corações, apenas adorna a suas vidas. Judas durante três anos conseguiu passar como sendo um discípulo, ouvindo o ensino do próprio Senhor. Esteve no evangelho, mas o evangelho nunca esteve nele.

d) Provaram dos poderes do mundo vindouro. Judas ainda participou da missão dos setenta, pregando o evangelho, e até expulsando demônios (Lc 10:17).

e) É impossível renová-los para arrependimento. Se admitirmos que Hb 6:4-6 se refere aos crentes, e da sua possibilidade de perder a salvação, então teremos que aceitar, a afirmação que “é impossível que sejam reconduzidos ao arrependimento”(vs.6). Nem mesmo os arminianos aceitam que isso possa ocorrer. [13]

Tudo o que foi estabelecido não se refere aos crentes, porque no verso 9 ocorre a conjunção (humon), que indica uma mudança de pessoas “eles” (vs.4-8), e “vós outros”(9-12). Sobre os texto de Hb 6:4-6 podemos resumidamente dizer que

as pessoas em vista nunca foram regeneradas. Elas apenas provaram a verdade e a vida, só foram expostas à palavra de Deus, mas não experimentaram plenamente essas dádivas celestiais. Elas de fato apostataram, mas das proximidades da verdade espiritual, não do seu centro. [14]

O texto de 2 Pe 2:20-21 é usado pelos arminianos para afirmar que além de caídas da graça, era melhor que essas pessoas nunca estivessem desfrutado dela. Os arminianos pressupõe que o apóstolo Pedro esteja falando dos crentes, contudo, o texto se refere aos falsos profetas e não as pessoas que estavam sendo prejudicadas por eles. [15]

Estes falsos profetas não eram pessoas que desfrutavam da graça da salvação. Primeiro, o apóstolo se refere a eles como pessoas que estavam sob o juízo de Deus (vs.1,3, 10, 12-14, 17). Segundo, porque estes falsos profetas “são escravos da corrupção, pois o homem é escravo daquilo que o domina”(vs.19). E no verso 20, o apóstolo diz que estes falsos profetas estavam “dominados” pelas contaminações do mundo num estado pior do que no princípio, ou seja, antes de conhecerem a Jesus. Eles conheceram apenas intelectualmente a verdade acerca de Jesus, mas não foram transformados por ela.

Pedro descreve estes homens indo de mal a pior, numa crescente corrupção, pois até mesmo o conhecimento de Cristo que eles receberam, somente ampliou o juízo sobre eles (2 Co 2:14-17). Esse conhecimento que tiveram acerca de Jesus, certamente não era um conhecimento salvador. Os dois provérbios usados por Pedro expressam que

os pecados a que os falsos mestres haviam tornado eram nojentos, e o fato de haverem caído neles mostrava que, no íntimo, ainda eram maus. A natureza das tais pessoas, em que o pecado se entranhara tão profundamente, não havia sofrido mudança. [16]

Estes textos que foram analisados, ensinam os resultados positivos da Graça Comum na vida de pessoas não regeneradas. [17] Por Graça Comum entendemos “as operações gerais do Espírito Santo pelas quais Ele, sem renovar o coração, exerce tal influência sobre o homem por meio da Sua revelação geral ou especial.”[18] Essas pessoas que experimentam os efeitos da graça comum recebem graciosamente virtudes de Deus (Lc 6:33; Rm 2:14-15; Tg 1:17), sofrem restrições em sua capacidade de pecar (Gn 20:6; 31:7), e a ordem social é mantida, e a justiça civil promovida, sem contudo, serem regeneradas.


VI.4. Quarta objeção

A quarta objeção arminiana à doutrina da perseverança dos santos afirma que esta doutrina torna fútil toda exortação e mandamento bíblico. Respondemos à essa objeção que a doutrina da Perseverança dos Verdadeiros Crentes é um desafio à santidade incessante aos salvos. O fato de sabermos que é pelo poder de Deus que somos mantidos salvos, não produz um sentimento de desobrigação, mas de gratidão sendo traduzido em serviço. Hoekema coloca que “ensinar essa doutrina de modo a apresentar apenas o seu conforto e não o desafio, só a segurança e não a exortação, é ensinar um só lado.” [19]


VI.5. Quinta objeção

A quinta objeção arminiana à doutrina da perseverança, afirma que esta doutrina pode nutrir um sentimento de segurança carnal numa pessoa não convertida. Embora já expomos sobre a segurança (ou certeza) da salvação, nos cabe responder esta objeção. Essa certeza é um aspecto de uma consciência santificada, como resultado de uma vida coerente com a Palavra de Deus.

É impossível que uma pessoa não convertida possua a certeza da salvação como um salvo possuí. Primeiro, porque o Espírito Santo não testemunha no coração de um não convertido a real filiação, perdão, nem comunica as demais bençãos divinas da salvação. Segundo, porque a Palavra de Deus possuí um gritante testemunho de reprovação da vida dos inconversos, porque eles são todo pecado. Essa certeza real somente pode desfrutar quem se identifica com Cristo, salvo nele.


VI.6. Sexta objeção

Uma sexta objeção arminiana à doutrina da perseverança dos santos afirma que esta doutrina conduz à uma vida indolente e imoral. (Rm 6:14; Ef 1:4) Um modo popular de se apresentar essa doutrina seria usando a expressão “uma vez salvos, salvos para sempre”. Mas, devemos tomar o devido cuidado para não cairmos na mesma conclusão errônea de R.T. Kendall, que se apresenta como um teólogo calvinista. Kendall acerca desta doutrina coloca que

eu afirmo categoricamente que a pessoa que é salva, “que confessa que Jesus é Senhor e crê no seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos,” vai para o céu quando morrer, não importando que obras (ou falta de obras) possam acompanhar tal fé. Em outras palavras, não importa que pecado (ou ausência de obediência cristã) possa acompanhar tal fé. [20]

Essa expressão pode facilmente ser entendida como “uma vez salvos, salvos para sempre, a despeito de como vivemos”. Se não formos bíblicos na exposição dessa doutrina, daremos verdadeira razão para que os arminianos nos acusem de ensinarmos uma doutrina antibíblica que conduz a lassidão moral. John L. Dagg é feliz ao dizer que

os que pensam que a doutrina da perseverança implica em o povo de Deus obter a coroa sem esforço estão totalmente enganados. A doutrina da perseverança dos santos afirma que o povo de Deus perseverará na batalha. Supor que a coroa será obtida sem luta é contradizer a doutrina. Torna-se uma fatal e infame perversão da doutrina, quando os homens concluem que, uma vez convertidos, serão salvos, não importando o curso que tomem na vida. [21]

Somos salvos eternamente, do pecado e de suas conseqüências finais. Não salvos para pecar! Quando pecamos não perdemos a nossa salvação. Mas isso não significa que pecamos sem punidade. Todos pecados, mas somente os verdadeiros crentes são disciplinados e restaurados de seus pecados (Hb 12:4-13).


VI.7. Sétima objeção

Uma sétima objeção é que a doutrina da perseverança não se harmoniza com a liberdade humana. Deus não viola a liberdade do ser humano, enquanto este exerce a sua livre agência. Uma não anula a outra, mas harmonizam-se pela perfeição de Deus. Os calvinistas entendem que essa aparente contradição da perseverança, como uma obra de Deus preservar o crente, não anula a liberdade humana, porque na mente de Deus tudo se harmoniza na doutrina do “paradoxo bíblico”.

Podemos ilustrar o relacionamento harmonioso da soberania de Deus com a liberdade humana a partir da doutrina inspiração da Bíblia, crida e aceita pelos evangélicos em geral. O Espírito Santo não consultou os autores para inspirá-los. Ele não forçou-lhes para escreverem. Nem violentou seus sentidos, como a vontade, os sentimentos e pensamentos. E nem mesmo o Espírito de Deus frustrou-se com o resultado da inspiração. Mas houve uma harmonia entre o Espírito de Deus e todos os escritores sacros.

Como a liberdade humana e o decreto de Deus se relacionam é algo não revelado (Dt 29:29). Nossas mentes diminutas não conseguem alcançar os infinitos pensamentos de Deus (Sl 139:6; Rm 11:33-36). Este mistério é uma verdade tão real e oculta quanto a encarnação de Cristo, os milagres, a origem do mal, e a própria santíssima Trindade! A Palavra de Deus não nos revela como a liberdade humana e o decreto de Deus em preservar os crentes, total e finalmente, podem se relacionar de forma harmônica, simplesmente diz que é assim.


VI.8. Oitava objeção

Uma última objeção é que a doutrina da Perseverança dos Verdadeiros Crentes anula a responsabilidade humana. W.E. Best analisando as implicações do conceito arminiano acerca da soberania divina e responsabilidade humana, conclui que

aqueles que crêem que a soberania absoluta de Deus e a responsabilidade do homem são contraditórias, tem que aceitar uma das duas perspectivas como errada. Ou, eles fazem ao homem o criador dos eventos, e põe a história em suas mãos; ou eles fazem da história um jogo divino no qual os seres humanos, vazios da responsabilidade, são empurrados como no jogo de damas. [22]


Aceitarmos que tanto a soberania de Deus em preservar, como a responsabilidade humana em obedecer se harmonizam. J.I. Packer sabiamente observa que “Deus não nos ensinou a realidade de Seu governo, a fim de proporcionar-nos uma desculpa para a negligência de Suas ordens”. [23]

Cremos que a perseverança é tanto uma graça, quanto um dever diante da nossa responsabilidade. Por isso A.A. Hodge conclui dizendo que

a graça dela [perseverança] deve ser proclamada para o encorajamento à diligência. O dever e a absoluta necessidade dela para a salvação devem ser proclamados para vivificar os indolentes e aumentar em todos o senso do dever. [24]

 

VI.9. Considerações Finais

Poderíamos perguntar aos arminianos porque Deus não leva para si os salvos, antes que eles percam a sua salvação? Certamente nenhum arminiano ousará afirmar que Deus em sua onisciência não sabe quem há de cair de seu estado de graça, e que Ele não o possa fazê-lo! Ou será que Deus se omitiria diante deste fim tão trágico. [25] Qual seria o mal menor, abreviar o tempo de vida de um salvo, ou deixá-lo ir perecer no inferno?

Se Deus sabe que determinado indivíduo será salvo, e logo depois ele por sua vontade determinante decidir desistir de sua salvação, será que Deus dispensaria à ele o seu precioso amor para se frustrar? Sendo Deus onipotente, realizaria uma salvação, que lhe custaria tamanho sofrimento, e a vida de seu próprio Filho na cruz, sem nenhuma garantia, sem nem ao menos poder fazer nada para impedir que aqueles que Ele tanto amou, caiam do seu amor!

Uma terceira questão que os arminianos não podem se esquivar dela, é como eles podem provar que aquela pessoa que eles afirmam ter perdido a salvação, de fato foi regenerada? Isso é impossível de se constatar, o fato dela ter crido historicamente em Cristo, não significa que ela creu salvadoramente nele (Tg 2:19). Demonstrar virtudes como sinceridade, admiração, respeito, e até mesmo zelo pelas coisas de Deus, pode ser apenas uma cultura adquirida, ensinada, ou imitada, que se traduz numa mera religiosidade sem nunca ter ocorrido o que leva o Cristianismo além dos portões da religiosidade, ou seja, a regeneração!

Com estas considerações finais, como também os pressupostos, e todas as refutações sustentadas pelos arminianos percebemos o quão distante está a mensagem do antigo evangelho deste sistema teológico.

NOTAS:

[1] - Institutas, III. XXIII.

[2] - Gleason L. Archer, Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas (São Paulo, Ed. Vida, 1997) p. 451

[3] - Louis Berkhof, Teologia Sistemática, p. 504

[4] - J.N.D. Kelly, 1 e 2 Timóteo e Tito (São Paulo, Ed. Vida Nova, 1986) p. 194

[5] - Robert L. Dabney, Lectures in Systematic Theology, p. 696

[6] - Louis Berkhof, Teologia Sistemática, p. 505

[7] - Berkhof concluí que “a fé temporal se baseia na vida emocional e busca satisfação pessoal, em vez da glória de Deus. p. 505

[8] - John R.W. Stott, A Mensagem de Gálatas (São Paulo, ABU Ed., 1997) p. 122

[9] - John Murray, La Redención Consumada y Aplicada, p. 166

[10] - I. Howard Marshal, Kept by Power of God, pp. 140-147

[11] - Norman Geisler & Thomas Howe, Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia (São Paulo, Ed. Mundo Cristão, 1999) p. 520

[12] - F.F. Bruce seguindo uma versão antiga, e a interpretação de Justino, o Mártir, entende a expressão “iluminados” como sendo “batizados”, La Epístola a los Hebreos (Buenos Aires, Nueva Creación, 1994) p. 121-122. Embora seja possível essa interpretação aqui, não parece que a perícope envolva uso dos sacramentos, mas trata da influência comum da graça.

[13] - Norman Geisler & Thomas Howe, Manual Popular p. 520

[14] - Millard J. Erickson, Introdução à Teologia Sistemática (São Paulo, ED. Vida Nova, 1997) p. 427

[15] - A conjunção subordinativa gar (portanto) liga o verso 20 ao anterior, dando continuidade ao assunto, portanto, o sujeito é o mesmo.

[16] - Andrew MacNab, As Epístolas Gerais de Pedro in: O Novo Comentário da Bíblia, p. 1425

[17] - A.A. Hodge, Outlines of Theology, p. 545

[18] - Louis Berkhof, Teologia Sistemática, p. 437

[19] - A.A. Hoekema, Salvos pela Graça, p. 262

[20] - R.T. Kendall, Once Saved, Always Saved, citado por Paulo Anglada, A Confissão de Fé de Westminster é Realmente Calvinista? Uma Avaliação Crítica de “A Modificação Puritana da Teologia de Calvino,” de R.T. Kendall in: Fides Reformata, vol. III, N. 2, Julho-Dezembro 1998, p. 09

[21] - John L. Dagg, Manual de Teologia (São José dos Campos, Ed. Fiel, 1989) p. 236

[22] - W.E. Best, La Libre Gracia en Contra del Libre Albedrío (Houston, W.E. Best Book Missionary Trust, 1992) p. 56

[23] - J.I. Packer, Evangelização e soberania de Deus, p. 26

[24] - A.A. Hodge, Confissão de Fé Westminster – Comentada, p. 320

[25] - Loraine Boettner, La Predestinación, p. 156



Fonte: Este artigo é um pequeno excerto da tese de Bacharelado do Rev. Tokashiki sobre "A Perseverança dos Verdadeiros Crentes".

 


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