Mal e Privação

por

Vincent Cheung



(O que se segue é uma resposta editada a um inquiridor sobre o assunto)

Conversamos há um tempo atrás sobre Deus ser o autor do mal no sentido de que Deus é a causa de todas as coisas. Todavia, o mal é uma privação e não realmente uma essência, não é? Eu pergunto por que ouvi alguém, num programa de rádio, argumentando com um homem, e esse disse, “O mal não é uma essência ontológica em e por si mesmo. Ele é uma privação, ou falta do bem”.


Devemos primeiro definir claramente o problema ou questão. Deixe-me ver se entendi o que você está tentando insinuar. Você parece implicar que, visto que o mal é uma privação, e visto que ele não é uma “coisa” em si mesmo, então, isto é inconsistente com Deus sendo a causa ou autor de todas as coisas. Eu não estou certo de que este seja o seu ponto, mas parece ser, assim eu prosseguirei supondo que este seja o seu ponto. Se não for, você pode responder para clarificar.

Agora, nós podemos dizer que o mal não tem um status ontológico como o bem, visto que o próprio Deus é a Bondade, e não há um Mal como contraparte. Se isto é o que queremos dizer, então isso é bíblico e verdadeiro; de outra forma, estaríamos afirmando o dualismo, ou a visão de que o Bem e o Mal são dois poderes eternos auto-existentes, iguais ou quase iguais, que lutam um contra o outro. Desta perspectiva, é correto negar o Mal como tendo um status ontológico em si mesmo.

Contudo, isto não é inconsistente com a minha posição. De fato, ela é consistente somente com a minha. Que somente o Bem tem um status ontológico significa que o Bem deve ser a causa de todas as coisas, e, portanto, deve ser “bom” que exista o Mal (embora o mal não seja bom em si mesmo). Esta é apenas outra forma de dizer que Deus foi bom e justo quando Ele ativamente decretou que deveria haver o mal, e então prosseguiu para ativamente executar este decreto.

Como tenho mostrado em meus livros e artigos, não há problema bíblico ou racional com isto; por outro lado, qualquer outra visão teria tempos difíceis explicando o mal, e assim, deveria relegá-lo ao “mistério”, ou terminar no dualismo.



LEITURA RECOMENDADA:


Vincent Cheung, Commentary on Ephesians
Vincent Cheung, Ultimate Questions
Vincent Cheung, On Good and Evil
Vincent Cheung, “The Problem of Evil” [tradução]
Vincent Cheung, “The Doctrine of Hell” [tradução]
Gordon Clark, God and Evil
Martin Luther, The Bondage of the Will


Nota sobre o autor: Vincent Cheung é o presidente da Reformation Ministries International [Ministério Reformado Internacional]. Ele é o autor de mais de vinte livros e centenas de palestras sobre uma vasta gama de tópicos na teologia, filosofia, apologética e espiritualidade. Através dos seus livros e palestras, ele está treinando cristãos para entender, proclamar, defender e praticar a cosmovisão bíblica como um sistema de pensamento compreensivo e coerente, revelado por Deus na Escritura. Ele e sua esposa, Denise, residem em Boston, Massachusetts. http://www.rmiweb.org/


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 24 de Abril de 2005.


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