A Ceia do Senhor

por

Robert Lewis Dabney



A definição que os presbiterianos defendem, é aquela dos nossos catecismos, por exemplo, a questão 96 do breve catecismo: “A Ceia do Senhor é um sacramento no qual, ao dar e receber o pão e vinho, de acordo com a indicação de Cristo, a Sua morte é relembrada; e os que são dignos de receber não buscam de uma maneira corporal e carnal, mas pela fé são feitos participantes do Seu corpo e do Seu sangue, com todos os Seus benefícios, para a nutrição espiritual deles e crescimento na graça.” Isto obviamente não é mais do que a compreensão correta dos pontos de vista afirmados e indicados nas várias passagens onde a ordenança é descrita. Sua instituição era evidentemente simples e sem mistérios; e não tinha o estranho curso de superstição que estava surgindo a respeito deste assunto na igreja cristã; o leitor imparcial não mudaria nenhum conceito da narrativa sagrada, mas a simplicidade de um selo comemorativo. E estas visões populares naturais do sacramento são, sem dúvida, mais bem adaptadas para a edificação.

Eu defendo que o nosso Salvador, sem dúvida, teve a Sua última ceia na noite de páscoa, e que esta ordenança, com a qual Ele tinha a intenção de superar e substituir a páscoa (1 Cor. 7), foi introduzida silenciosamente no seu fim. Para fazer isto, Ele pegou o pão (sem dúvida o pão sem fermento da ocasião), e o copo de vinho (segundo a tradição judaica, misturado com água), que foi providenciado para a ocasião, e os introduziu a sua nova função em um ato solene de ação de graças a Deus. Então, partiu o pão e o distribuiu, e depois do pão, o vinho – sem participar de nenhum destes – dizendo: “Fazei isto em memória de mim; e todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice anunciais a morte do Senhor até que ele venha.” Estas palavras de ordenança também eram acompanhadas com algumas palavras de explicação, fazendo saber a natureza do símbolo e da promessa; declarando que o pão representava o Seu corpo, e o cálice a aliança feita em Seu sangue – o corpo dilacerado e morto, e o sangue derramado, para redenção. Os atos sacramentais, entretanto garantidos por Cristo são, o pegar, partir, e a distribuição dos elementos por parte do administrador, e sua recepção manual, e o comer e beber, por parte de quem recebe. As palavras sacramentais são as ações de graça, a explicação, a promessa, e o mandamento.

O todo então é concluído apropriadamente com outro ato de louvor (não sacramental, mas ligado a isto), tanto com uma oração, ou com cânticos, ou com os dois. E colocar qualquer outra coisa é superstição.

Para continuar este assunto; os elementos são pão e vinho. A igreja grega diz que o pão deve ser fermentado, a igreja latina diz que deve ser sem fermento, fazendo disso um ponto de uma séria importância. Nós cremos que o pão usado era pascal. Mas não era a intenção de Cristo dar ritualmente uma característica pascal ao novo sacramento; e o pão é usado como o elemento material da nutrição, o mais conhecido e universal. Então, nós deixamos de lado toda a disputa quanto ao fermento, e outras minúcias tidas como essenciais (feito com farinha de trigo, misturado com a água apropriada, não ser comido quente, etc.). Provavelmente o vinho também era misturado com água na primeira ocasião; mas, nas mesmas bases, nós deixamos isto escolhido simplesmente como o refresco mais comum e conhecido da raça humana; e a presença de água não é mais necessária. De fato a química moderna mostrou que em todo o vinho a água é o solvente e o maior constituinte.

De acordo com todos os cristãos, estes elementos são concebidos como se submetessem a algum tipo de consagração. Roma coloca isto na pronúncia das palavras da instituição, “Isto é o Meu corpo,” e ensina que isto resulta em uma transformação total da substância do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo. Mas a única transformação que os protestantes admitem na consagração dos elementos é a simples mudança do seu uso, de comum, para sagrado e sacramental. E esta consagração nós cremos que seja trabalhada, não por pronunciar as palavras, “Isto é o Meu corpo,” mas pelo ato eucarístico de adoração que introduz o sacramento. A linguagem natural de consagração é aquela de adoração; não aquela de uma sentença promissória e didática. Veja os casos de graças pelo nosso alimento, e todas as consagrações do Velho Testamento, exemplo Deuteronômio 16: 5-10. Quando Cristo diz, “Isto é o Meu corpo,” era a consagração que os papistas (católicos) supõe, que estas palavras significariam que já está feito. E por último, as palavras que supostamente são as palavras de consagração, são bem diferentes nas diferentes histórias do sacramento nas Sagradas Escrituras.

Partir do pão é simplesmente um dos atos sacramentais, e nunca deve ser feito de antemão, por outros, nem ser omitido pelo ministrante. As palavras eis artos (I Cor. 10: 17) não estão representadas corretamente na versão em inglês. O sentido correto da palavra pode ser visto em João 6: 9, que é mais propriamente bolo; e a idéia do apóstolo é que a unidade da massa do pão, e do cálice, partilhado por todos, significa a sua unidade em um só corpo espiritual. Seria melhor que o pão fosse pego pelo oficiante inteiro, e partido na frente das pessoas, depois da oração. O sentido apropriado do sacramento requer isto; o Cristo que celebramos é o Cristo dilacerado e morto.

Além disto; Cristo parte o pão e o distribui, e nos manda imitá-lo, dizendo: “Fazei isto,” etc. Terceiro; os apóstolos sem dúvida fizeram do partir um dos atos sacramentais; Paulo diz em I Cor. 10:16, “O pão que partimos” etc. e por último, quando o próprio sacramento é mais comumente chamado de “o partir do pão,” do que por qualquer outro nome, mal pode-se supor que o partir do pão não era propriamente uma parte do cerimonial.

Também há um significado em tomar do vinho depois de derramá-lo, em um ato distinto da recepção do pão; porque é o sangue separado do corpo pela morte que nós comemoramos. Portanto, molhar o pão no cálice é impróprio, assim como a alegação pela qual Roma justifica a comunhão de um tipo; já que o sangue está no corpo, o pão sozinho convém como um sacramento completo. Assim como nós devemos comemorar isto, o sangue não está no corpo e sim derramado para fora do corpo.

Os atos por parte do comungante, também são sacramentais e significativos, por exemplo: o tomar e comer. Estes atos geralmente simbolizam, fé, assim como o ato receptivo da alma, assim como os elementos distribuídos pelas instituições de Deus significam qual é o objeto de fé, a morte de Cristo pela nossa redenção. Mas a confissão 29, seção 1 declara, em maiores detalhes, e com estrita propriedade bíblica, que estes atos comemoram a morte de Cristo, constituem uma profissão e compromisso para servi-lo, mostra a recepção de uma redenção pactual, selada à nós, e indica a nossa comunhão uns para com os outros e com Cristo, o nosso cabeça em um só corpo espiritual. A primeira idéia é colocada de forma simples em I Cor. 11:24, na última parte, assim como em passagens paralelas nos versos 25 e 26. A segunda está implícita na primeira, no caráter individual do ato, em I Cor. 11:25, “aliança,” e na natureza da fé que adota Cristo como nosso Salvador do pecado para a santidade. A terceira idéia está implícita simplesmente no significado dos próprios elementos, que são os materiais da nutrição e do refresco; assim como em João 6:50 – 55. Por isso nós disputamos arduamente com Roma, que a linguagem desta passagem é uma descrição da Ceia do Senhor, é evidente que a Ceia foi planejada sobre a analogia que forneceu a metáfora da passagem. E a didática e linguagem promissória, “Este é o Meu corpo”, “Isto é o Meu sangue”, compreendido sacramentalmente, obviamente levada a idéia de nutrição oferecida para a alma. A última idéia está muito claramente estabelecida em I Cor. 10:16,17. e esta é a característica do sacramento da qual recebeu o seu nome popular, de Comunhão da Ceia do Senhor.

As partes que podem participar da Ceia do Senhor estão tão claramente definidas, I Cor. 11:27-30, que não dão espaço para nenhuma discussão. São aqueles que se examinaram com sucesso “do seu conhecimento para discernir o corpo do Senhor, e fé para alimentar nele, arrependimento, amor, e nova obediência.” Breve Catecismo questão 97, veja também no catecismo maior, questão 171 – 175. Que este sacramento deve ser dado apenas a professores confiáveis, de fato não necessariamente segue o fato que simboliza a graça salvadora; pois o batismo faz isto; mas pelas limitações expressas de Paulo, e pelas diferentes graças simbolizadas.


O batismo simboliza estas graças que iniciam a vida cristã:
A Ceia, aqueles também que continuam isto. Então, enquanto o original é aplicado aos infantes nascidos no pacto, para ratificar a sua membresia externa, na dependência da promessa graciosa que eles serão trazidos a iniciar a vida cristã mais tarde; seria errado conceder o segundo sacramento a qualquer um que não tenha demonstrado alguma indicação de um processo na vida espiritual.

Até então tudo tem sido inteligível, racional, e adaptado para nutrir e confortar a fé do crente sincero. Mas os bem informados estão cientes que esta ordenança, tão calmamente introduzida por nosso Salvador, e explicada de forma tão simples, encontrou o estranho acaso de se tornar o assunto especial de amplificação supersticiosa; até, na igreja romana, quase se tornou o motivo da adoração. Seria interessante traçar a história deste crescimento; mas o tempo só nos permite relembrar, que duas idéias de fora das Escrituras logo se associaram com isto; em conseqüência de uma percepção pagã grosseira, e uma falsa exposição das Escrituras. Uma destas foi de uma presença literal ou corporal real; a outra de um sacrifício verdadeiro pelo pecado. Mesmo assim, estes cristãos mais supersticiosos que tinham estas idéias, não definiram por um bom tempo a maneira na qual isto seria verdade. Quanto à extensão, duas teorias desenvolveram-se, aquela de Paschasius Radbert, transubstanciação; e aquela de Berengar, consubstanciação. A anterior a estas triunfou no concílio da igreja romana de 1215; o posterior foi condenado como herege, até que Lutero a reavivou, embora descartado da característica sacrificial.

De acordo com Roma, quando o padre de forma aceitável, e com a intenção apropriada, pronuncia as palavras: “Hoc est corpus meum,” o pão e o vinho são transformados no próprio corpo e sangue do Cristo vivo, incluindo, é claro, Sua alma e divindade; que a pessoa mediadora, o padre, o faz então literalmente e verdadeiramente O parte e oferece de novo, como um sacrifício apropriado para o pecado dos vivos e dos mortos; e ele e as pessoas O comem. Verdade; as qualidades materiais do pão e do vinho continuam, mas dentro e debaixo deles, a substância do pão é levada embora, e a substância que realmente existe é a pessoa de Cristo. Mas nestas condições das coisas, isto existe sem os costumeiros atributos matérias de localidade, extensão, e divisibilidade; mas Ele está não obstante no céu, e em todos os seus recebedores, ao redor de todo o mundo de uma só vez; e não importa que possa ser dividido em pequenos pedaços, cada um destes é Cristo perfeito! Portanto, para elevar, e levar estes recebedores em procissão para adorá-lo como é perfeitamente apropriado. Se alguma mente reflexiva realmente crê em tais absurdos, não cabe a nós decidir.

A base bíblica para esta superestrutura monstruosa é muito limitada, enquanto a base papal é bem ampla. Roma depende principalmente das Escrituras na linguagem de João 6:50, e na afirmação da interpretação literal absoluta das palavras da instituição das passagens paralelas citadas por nós no começo. Nós facilmente descartamos o argumento de João 6:50, pela observação, que isto não se aplica à Ceia do Senhor, mas para os atos espirituais de fé que Cristo descreve figurativamente. Pois a Ceia do Senhor não havia sido instituída ainda; e seria um absurdo supor que o nosso Salvador usaria uma linguagem necessariamente incompreensível à todos os seus seguidores, sendo que o assunto não tinha sido divulgado para eles. Pelo contrário, no verso 35, nos vemos o vir e comer como ações de fé. Se este capítulo for forçado à uma aplicação para a Ceia, então os versos 53 e 54 ensina explicitamente que todos que comerem a Ceia vão para o céu, e quem não comer não vai; e Roma não admite nenhuma destas coisas; e no verso 63, nosso Salvador coloca uma interpretação espiritual e figurativa de Suas palavras, acima de qualquer questão.

Quando nós procedemos com as palavras da instituição, nós asseguramos que o significado óbvio é tropical; e é equivalente a “Este é o meu corpo”. As evidências disto são múltiplas. Primeiro, nós citamos a freqüência de locuções semelhantes em hebraico, e em grego hebraico. Consulte Gen. 41:26, 27 Ezequiel 37:11; Daniel 7: 24; Êxodo 7:11; Mateus 8:39; Apocalipse 1:20; 17:9,12,18, et passim. Sim, nós vemos Cristo dizer sobre Si mesmo: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida,” João 14:6; “a videira”, João 15:1; “a porta”, João 10:9. Por que uma exposição tropical é mais necessária ou melhor aqui? De qualquer forma, sem isto não faz o menor sentido.

Mas, mesmo que nós não tivéssemos nenhuma utilidade para ilustrar o sentido do nosso Salvador, isto seria manifestado pelo texto e pelo contexto somente, que o sentido dEle é tropical. O touto deve ser o demonstrativo de pão, e equivalente a, este pão (é o meu corpo); porque pão é o antecedente mais próximo, toda a série de narrativas mostra isto; no caso paralelo do cálice está expresso em uma narrativa: e a alusão de Paulo, 1 Corintios 10:16, “o pão que partimos” mostra isto. Então, a soma significa evidentemente o corpo morto (cadáver), como é provado pela expressão “partido por vós”, e pelo fato de que o sangue é separado disto: assim como pelo uso de narrativas. Agora parafraseando a expressão: “este é o meu corpo”, qualquer outro sentido que não seja o sentido tropical é impossível.

Porque (a) A doutrina é contraditória; se é pão não é corpo, e se é corpo não é pão, o sujeito ou o predicado está desajustado; (b) O corpo ainda não estava morto, por muitas horas. (c) incompatíveis não podem ser predicado de cada um. Uma dada substancia A. não pode ser mudada para uma substancia B. que já existia antes da mudança; porque a mudança deve trazer B. à existência.

Outra vez: todos admitirão que o sentido apropriado é aquele que os discípulos compreenderam como foi dito primeiramente. É impossível que eles tenham entendido que o pão seja verdadeiramente o corpo. Porque eles viram o corpo manuseando o pão! O corpo estaria completamente em suas próprias mãos!

As Escrituras chamam isto de pão mesmo após ter sido dito, pelos batistas, que é transubstanciado. 1 Cor. 10:17. “Todos participamos do único pão.” Veja também 1 Cor. 11:26,27,28.

Existem variações de linguagem que são absolutamente incompatíveis com um significado estritamente literal. Nos evangelhos é dito: “E tomou o cálice... e disse isto é o meu sangue,” etc. Deve haver aqui uma mudança do cálice para aquilo que ele contém – pelo menos. Mas em 1 Cor. 11:25, as palavras são “este cálice é a nova aliança do meu sangue”, se a idéia literal for mantida, nós teremos a impossível e impopular idéia de que o cálice era a aliança.

Mas, passando do exegético para o argumento geral, uma transubstanciação literal é impossível, porque isto viola os nossos sentidos. Todos eles nos dizem que ainda é pão e vinho, pelo tato, gosto, cheiro, e visão. Os sentidos são a única entrada de informação para os fatos externos; se nós podemos não acreditar no seu testemunho deliberado, chega ao fim todo o conhecimento adquirido. Isto pode ser melhor afirmado de uma forma mais firme: é impossível que a minha mente conceba o fato de tal transubstanciação; o único canal pelo qual eu posso ser ensinado são os meus sentidos; e a transubstanciação, se fosse verdade, me ensinaria o que os meus sentidos não me levam à verdade. Isto é como se eu dissesse que eu não ouço Roma dizer que a transubstanciação é verdade, quando parece que eu ouço, assim como eu não vejo uma panqueca, mas um Cristo, quando parece que eu vejo a panqueca. E nem é uma resposta dizer que os sentidos nos enganam. Isto só ocorre quando nos apressamos; e a sensibilidade é imperfeita ou os sentidos estão doentes. Aqui todos os quatro sentidos de qualquer pessoa saudável, percebe unanimemente somente pão e vinho.

E em segundo lugar, é impossível ser verdade; porque isto viola a nossa compreensão. Nossas intuições mentais nos levam a reconhecer substâncias pelos seus atributos sensitivos. Estes atributos são inerentes apenas na substância, e só podem estar presentes com a sua presença. É impossível evitar esta referência. Um atributo ou acidente é relativo à sua substancia; tentar conceber separadamente destrói isto. Mais uma vez: é impossível para nós abstrair da matéria, os atributos de localidade, dimensão, e divisibilidade. Mas a transubstanciação requer que nós compreendamos o corpo de Cristo sem tudo isto. Mais uma vez: é impossível para a matéria estar em todos os lugares ao mesmo tempo; mas o corpo de Cristo deve estar, para esta doutrina ser verdadeira.

E é em vão tentar uma evasão destes dois argumentos de sentido e razão, alegando um grande e misterioso milagre. Pois a onipotência de Deus não trabalha com o impossível e com a contradição natural. E qualquer milagre que já tenha acontecido, foi necessariamente dependente dos sentidos humanos, para a consciência do homem de sua ocorrência, como qualquer evento. Desta forma, se a lei fundamental dos sentidos é ultrajada, o homem é incapaz de diferenciar um milagre de qualquer outra coisa.

Mais uma vez a doutrina da transubstanciação contradiz a analogia da fé. Isto é incompatível com a atitude e a intenção professa de nosso Salvador, para instituir o sacramento. Mas Roma por si própria define o sacramento como um sinal externo da graça invisível. Então, a atitude e a intenção de Cristo naturalmente nos levam a considerar os elementos apenas como sinais. Isto é verdade em todos os sacramentos do Aantigo e do Novo Testamento, a menos que isto seja uma exceção: e especialmente da páscoa onde a Ceia foi realizada.

A transubstanciação destruiria totalmente a natureza do sacramento; porque se os símbolos se transformam em Cristo, então não há sinal algum.

Isto contradiz também a doutrina da ascensão de Cristo e a segunda vinda. Porque isto nos ensina, que Ele está à direita do Pai agora, e só voltará na consumação final.

Isto contradiz a doutrina da expiação, substituindo uma forma carnal de sagrado canibalismo (literal), por aquela fé da alma, que recebe os efeitos legais da expiação dos sofrimentos de Cristo assim como a sua justificação.

A transubstanciação sendo desaprovada, toda a elevação e adoração ao anfitrião, assim como se ajoelhar no sacramento, é desaprovada.

As razões episcopais deste último exemplo são, que enquanto nenhuma mudança de pão e vinho é admitida, e nenhuma adoração a eles é designada, ainda assim a reverência, contrição e o respeito do crente por seu Salvador crucificado o leva a se ajoelhar a Cristo.

Nós respondemos que a adoração de Cristo é apropriada a qualquer hora. Mas a atitude de adoração não é apropriada no momento em que Cristo expressamente nos manda fazer outra coisa que não se ajoelhar. Teria o paralítico, por acaso, em Mateus 9:5,6. quando ele recebeu a ordem, “Levanta, toma o teu leito e anda”, ao invés disto se ajoelhado, isto seria desobediência, e não reverência. Então, quando Cristo nos chama para comunhão ao comermos juntos a Sua ceia sacramental, a postura adequada é a de um convidado, naquele momento. Se qualquer cristão deseja demonstrar o seu respeito ao chegar-se a mesa de joelhos, e retornar de joelhos, muito bem. Mas que ele não se ajoelhe, no mesmo ato em que Cristo manda a ele que coma.

A Consubstanciação ensina que não há uma transformação literal dos elementos, mas que eles continuam simplesmente como pão e vinho. Ainda assim, de uma maneira misteriosa e miraculosa, há uma presença real, neles, de toda a pessoa de Cristo, a qual é literalmente, embora invisível, comida com eles. Comungantes infiéis também recebem isto, para a sua própria maldição. Enquanto esta doutrina não se preocupa com os resultados ímpios da transubstanciação, é responsável por quase todas as objeções exegéticas, sensitivas racional e doutrinária. De fato, em certo sentido, as objeções exegéticas são mais fortes, porque se a literalidade deve ser retida nas palavras da instituição, é uma menor violação da linguagem dizer que o pão é o corpo do que dizer que o pão acompanha o corpo.

A exegese luterana, enquanto ostenta a sua preservação fiel da linguagem do nosso Salvador, na verdade não faz isso literalmente, nem interpreta isto de qualquer forma aceitável. Isto não ultraja tanto a nossa compreensão, ao querer que nós creiamos que a substância possa ser separada de todos os seus acidentes; pois isto professa que a substância do pão é deixada intocada. Nem é ofensiva à ultima cabeça de objeções que surge contra a transubstanciação, nisto não se destrói o sinal sacramental. Mas todos os meus outros argumentos se aplicam contra isto, e precisa ser recapitulado.

 


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