A Propósito dos Tsunamis e do que Disseram por Aí

por

Presb. Anamim Lopes da Silva

 


O encerramento de 2004 ocorreu sob o profundo impacto da violência dos tsunamis, arrasando em especial alguns países do Sudoeste Asiático. A perda é hoje estimada em 150 mil pessoas, sem contar o numero incalculável de desaparecidos! Pesa ainda mais o fato de que essas ondas vitimaram grande número de crianças.

Como se não bastasse a magnitude das perdas humanas, quantitativamente e qualitativamente, os prejuízos materiais podem chegar a dezenas de bilhões de dólares, fora a perda de qualidade de vida em conseqüência do perigo do alastramento de epidemias dadas as condições ambientais a que ora são submetidas as populações envolvidas.

Não sem motivo, a Mídia tem qualificado esses incidentes como “bíblicos”, “apocalípticos” etc, razão por que se deve colocar esse acontecimento dentro do contexto das predições ou declarações bíblicas. Nesse sentido, as perspectivas retornam à escuridão dos presságios mais aterradores que marcam o tempo do fim, anunciado pela Escritura.

De fato, o Livro do Apocalipse mostra, Capítulos 8 e 9, o impacto dos julgamentos divinos recaindo por sobre uma determinada “terça parte” de toda Criação. Em dado momento, o seu autor olha, vê e ouve a ave agourenta voar pelo meio do céu dizer com grande voz: “Ai, ai, ai dos que habitam sobre a terra!” (8:5). Enfim, o balanço final dá conta de que pelas pragas lançadas de cima “foi morta a terça parte dos homens” (Ap. 9:18).

Isso é o que nos esperaria no futuro? Mas o passado das visitações dos “anjos da morte” não é também desprezível em termos de proporções dos infaustos. O livro de Gênesis narra em três capítulos a exterminação de toda a humanidade e todo o “ser vivente”, exceto uma família e uma amostra de bichos. Os livros históricos nos dão conta do extermínio de famílias, como a de Jô, de tribos, nações e até povos inteiros.

Outrossim, em tempo algum a crônica secular excedeu em termos de magnitude o “holocausto” do povo de Israel, que começa a ser narrado nas páginas da Escritura: desde a perseguição pelos midianitas, pelos filisteus, perpassando pelos sucessivos impérios mundiais - assírio, medo-persa e caldeu-babilônico. Esse “holocausto” sai das páginas bíblicas e crônica secular mostra o povo de Israel submetido à sanha do império greco-romano e até chegarmos ao tacão do nazismo nos últimos tempos. Isso sem contar das perseguições movidas pela Igreja nos tempos medievais, existentes ainda nos Séculos XVIII, XIX... da Era Cristã. Quantos milhões de pessoas, homens, mulheres e crianças, foram trucidados? Incalculável. Somente na Segunda Guerra Mundial foi possível estimar o numero de 6 milhões de vidas!

Fica assim delineado o caráter “bíblico” dos acontecimentos absolutamente incontroláveis pela racionalidade humana.

A propósito da Natureza, importa dizer que, hoje mais do que em qualquer época passada, ela está cada vez mais estudada, conhecida e interpretada. Em face disso, o homem que sempre sofreu debaixo de sua inclemência, ficou cada vez mais convencido de que podia controlá-la pela técnica e tecnologia, bem como pela previsão que delas decorre.

O avanço das chamadas “ciências naturais” pode ter levado o homem do Século XX, das sucessivas ondas de avanço cientifico e tecnológico a posturas arrogantes, a ponto de se considerar o senhor da saúde e da doença, dos cataclismos e da defesa civil, tanto quanto da guerra e da paz, da pobreza e da riqueza.

Alguns estavam entendendo que o Século XX tinha de fato encerrado no marcante acontecimento da derrubada das Torres Gêmeas pelos terroristas suicidas de Osama Bin Laden. Agora, talvez, esse fato de dois atrás pode até causar uma revisão por parte dos historiadores. Afinal, se por um lado, a derrubada do World Trade Center pode ter abalado a confiança do homem do Século XX em seus sistemas econômicos-políticos, os tsunamis desmoralizam esse homem estereotipado que pensava poder controlar remotamente toda a revolta da natureza expressa em epidemias e cataclismos, anunciando para tudo existir vacinas, “sistemas de defesa” etc.

De certa forma, o Século XX, devido a sua complexidade, está se mostrando um século difícil de morrer! Aliás, como o Século XIX, que só veio acabar em 1914 com a declaração da Primeira Guerra Mundial pondo um fim na presunção humana de conseguir a unidade dos povos em torno dos ideais do Iluminismo de progresso constante da raça humana, no sentido de conseguir uma duradoura Paz e Harmonia mundiais.

É compreensível que os lideres religiosos reajam à tragédia com colocações que sugerem a consolação de quem fica e, de certa forma, tentam defender a causa de Deus por sua ausência na hora “h” dos fatos e, tanto quanto possível, ressuscitar a mania que os pensadores tem de culpar ou responsabilizar o “quase-ente” que acaba por centralizar todo o ônus pelos acontecimentos: a humanidade.

Nesse sentido, entendo, que esses pensadores refletem ainda a mentalidade do Século XX que acabou cronologicamente, mas insiste em continuar vigendo e colocando em incógnita um Século que ainda não mostrou a que veio, o Século XXI, que ainda podemos chama-loi de “Século Vindouro”.

Lendo o artigo do pastor assembleiano Ricardo Gondin, saudado pela Revista Eclésia, como um dos pensadores mais respeitados do meio evangélico brasileiro, e colocando as suas posições em comparação com as do editorialista de um dos jornais diários mais respeitados do País, Folha de São Paulo, não dá para deixar de constatar o fato de que as pessoas ainda vão insistir muito em pensar com a mentalidade do “século passado” e demonstrar total perplexidade ante as incertezas do Século XXI, ainda vindouro.

O Século Passado foi caracterizado pela “previsão”. Não sem motivo o próprio Pastor Gondim, na ressacada dele previu o “fim do evangelicalismo”. De fato, o fim dele veio para este Pastor Pentecostal que adota a teologia moderna, receitada para o Século XXI, que ainda não veio, do Open Teism, propugnada pelo “neo-evangélico”, Clark Pinnock. O pastor parece que só estava esperando “mais” este pretexto para fazer valer a sua profecia autocumpridora! (Veja a entrevista dele na edição de dezembro/2004 da Revista Eclésia) .

Vamos então colocar algum teor do texto do autor, alinhado à teologia do “teismo aberto” que faz a ponte entre a “teologia clássica” e a teologia do processo de cunho modernista ou liberal, lado a lado às colocações do editorialista da Folha de S. Paulo, secular, que escreveu em 28/12/2004, sob o título “Tragédia na Ásia”.

Este começa dizendo que “catástrofes como a que atingiu a Ásia neste fim de semana,... nos fazem perguntar pelo propósito desses desastres”. É interessante que é o Editorialista, secular, quem afirma que o ocorrido no Sudoeste Asiático leva o homem de qualquer credo, ou nenhum dele, a argüir ou perquirir sobre o propósito de tudo isso. Será que isso será uma marca dominante no homem do Século XXI, resgate ao pensamento clássico cristão, agostiniano, por exemplo? Espero que sim!

O pastor entretanto parece não se libertar do século passado. O seu questionamento é ainda “porque Deus...”, ou outra “força”, que poderia ter evitado a hecatombe não o fez. Não o fez por que não quis, ou não porque não pode? Pensamento que ao final se decide pela ausência de Deus.

O secular, mais do que religioso, sabe, que, em primeiro lugar, se houve, ou há, um Criador “na parada”, este fez tudo com um propósito muitas vezes abscôndito. Um ser grandioso como o do Criador de tudo não revelaria de uma vez todo o seu propósito ao ser criado. O certo é que havendo o Criador há propósito. Em segundo lugar, ao se fazer seres morais, Ele os faz responsáveis, numa justa medida, pelos seus atos, omissões, pensamentos...

Todos sabem que essa criação pressupõe o contexto aparente duma natureza, para os humanos, indomável. Natureza que pode ser dominada, sustentada ou controlada por princípios e forças que vemos em equilíbrio notório, tal que podemos perceber, seja com os olhos de simples admiradores ou com os de pesquisador cósmico, a ponto de pensar: “como é que pode” isso ser governado por um Deus pessoal? Diante de tamanha área de influência!. É a ordem e não a desordem que comove, perturba e enche de perplexidade e ceticismo o secular. Não deveria causar êxtase ao religioso?

Ocorre que em meio a tanta ordem, pontos de desordem enchem agora de perplexidade não apenas ao secular mas ao religioso que agora olha suspeitoso o “seu” Deus, estanha o “seu” Deus “do passado”, a “Rocha dos Séculos”, e está a ponto de dizer que o “seu” Deus, do presente, está mudado. Nada mais característico do Século XX e das teologias e filosofias surgidas com o propósito de se atualizar a religião às idéias humanísticas da modernidade ou da própria pós-modernidade!

Mas será que mudou a ordem cósmica ou mudou a ordem do universo mental de alguns? Que impacto deve ter causado algo na Pessoa de Deus que o fez mudar? Será que algo em nós é que causou esse impacto que fez com que mudássemos a nossa visão de Deus?

Caberia ao teólogo, a partir dos dados da Revelação, contrapor o pensamento de “como é que pode”. Caberia ponderar que se tudo está tão certo, se tudo está tão dominado por forças, por leis ou até por “inteligências” ou “lógicas”, “como é que pode” essas serem totalmente impessoais? Se as coisas todas estão em movimento e revelam tanto equilíbrio em meio a situações caóticas, pontuais, há, deve haver, o Ser imutável que governa o cosmo. Já que pode governar o cosmo, também pode governar abaixo dele todas as coisas. Como mestres será que devamos contradizer a Jesus que disse que dentre outras coisas até “os cabelos de vossas cabeças estão contados” ? (Mt. 10:30) O ensinamento bíblico parece informar que tudo no universo pode ser contingencial, menos Deus, o criador e mantenedor de todas coisas.

Pensemos, por exemplo, na quantidade de meteoros, e outros corpos celestes, de todo tamanho, que circulam ou cortam por vezes perpendicularmente a órbita da Terra. Bastaria que um deles, dos bilhões gigantescos que existem, penetrasse a atmosfera da Terra, como alguns cientistas têm dito que já ocorreu no passado, para termos um choque com a crosta terrestre que provocaria aquele “Impacto Profundo”, retratado por Hollyhood, que faria emergir das profundezas das águas tsunamis que poderiam engolir Estados inteiros! É razoável se crer que Deus-Criador providenciou sistema de defesa ou manutenção de equilíbrio que preveni algo ao ocorrer comprometeria, dizem, o futuro da nossa civilização e quem sabe até o da espécie humana. Se há um propósito nisso, da manutenção da ordem cósmica. “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos”. (Sl. 19:1)

Tudo isso requer ainda o mundo razoavelmente perfeito, em que as pessoas “se casam e se dão em casamento”. Mas, e quando para nós as coisas parecem não estar dando tão certo nessa ordem cósmica? Quando dezenas de milhares de vidas são ceifadas, enquanto imaginávamos que essas deveriam de qualquer modo ser salvas? Neste momento é que começam as turbações da nossa mente. Então em meio a tanta tragédia não somos capazes de discernir o cuidado de Deus em pequenos atos de “micro-gerenciamento”. Famílias ou pessoas individualmente são salvas de modo mais improvável. No caso, alguns dos próprios protagonistas de pequenos milagres apressam em dizer "foi por pura sorte, nada mais do que sorte". Ao atribuir tudo, bom ou mau, à obra do acaso, resolve-se de vez o problema do propósito da seguinte maneira: “Não ha propósito nenhum”. Nada faz sentido.

Mas haverá quem ainda insista nessa questão do propósito, mesmo quando as coisas parecem dar errado. Buscando “encontrar sentido em episódios desse gênero e deles tirar lições demonstra o quanto nos inquietam. É como se nos recusássemos até a admitir a hipótese de que tamanha destruição e tanto sofrimento possam ocorrer por acaso” (Folha de São Paulo, Editorial de 26/12/2004).

O pastor, curiosamente, vai por outro lado ao pensar “Deus”, ou seguramente poderia dizer com mais propriedade, até o “acaso”, “podia e pode se fazer presente no meio da tragédia”. Forças invisíveis aos olhos nus e humanos poderiam ser benfazejas, cooperando com forças visíveis de um ente poderoso chamado Humanidade. Poderia mas não pôde por que a humanidade falhou na hora “h”. Com essa colocação fica demonstrado que não apenas o o pastor não consegue se desvencilhar do Século XX, como se comprova que o Século XX não conseguiu encontrar mentor melhor do que o filósofo Georg W. F. Hegel que ainda na primeira metade do Século XIX morreu afirmando a teoria da “dependência” do Espírito Absoluto, de Deus, do espírito da humanidade, do homem, do mundo, conforme desenvolvido e percebido no decurso da história.

É feita a afirmação de que Deus “podia ter evitado muitas mortes, se....” Não há espaço nenhum para o agir de Deus agir fora da iniciativa humana? Ah, “se... déssemos ouvidos aos seus princípios e verdades e a humanidade usasse o dinheiro gasto em armas e bombas para viver num mundo mais justo. Bastava que um sistema de alarme, construído pelos homens, tivesse soado e muitas vidas teriam sido poupadas. Agora, o rosto de Deus se evidenciará nos pés e nas mãos de cada voluntário que acudir aos que choram”.

Segundo entende Gondin, fora e independente da humanidade, será que há alguma chance de Deus poder vir na hora “h” e ter evitado a calamidade? Parece que diz que não pôde. Agora, pobre Deus, Ele terá que se contentar em demonstrar a sua face “nos pés e nas mãos de cada voluntário que acudir aos que choram”.

A pergunta é, quem fica melhor nesse papel de Sétima Cavalaria, o próprio Deus, ainda chamado na Liturgia de “Todo-Poderoso”, o Senhor Acaso ou a Senhora Humanidade? Quem fica melhor na cara de quem aparecesse somente depois do infortúnio para remediar os acontecimentos?

O fato é que o Acaso ou Deus poderia ser reconhecido nos “pequenos” milagres enquanto se dava a tamanha e horrenda “tragédia”. Essa força, pessoal ou impessoal, não pôde ser de fato canalizada. Mas a tese do teólogo “open-teísta” é a de que essa força poderia ser canalizada “se” a “humanidade usasse o dinheiro gasto em armas e bombas para viver num mundo mais justo”. Um mundo mais justo se consegue apenas mediante aa ausência de armas e bombas? E esse mundo mais justo estaria infenso às mais graves conseqüências dos “impactos profundos” das tragédias? Para quem critica a “teologia clássica” pelas teorias ou fórmulas prontas, temos um belo exemplo do cachorro correndo atrás do rabo. Ora, se a humanidade fizesse isso, toda a imensa tragédia seria evitada? Olha só o pontifício: “Bastava que um sistema de alarme, construído pelos homens tivesse soado...” Isso está tão longe da realidade. É o que imediatamente se ocorre tão logo após o caso passado, mas não suporta a uma análise mais acurada.

O fato é que mesmo se canalizássemos todo o dinheiro do mundo em objetos de gastos diametralmente opostos aos objetivos de guerra, gastos os quais somos contra, isso não seria suficiente para tirar a maldade do coração do homem.

Também curiosamente é do secular e não do religioso a expressão de que “a verdade é que existem aspectos da natureza que não somos capazes de controlar”. Nós, a “humanidade”, não somos mesmo capazes de controlar tudo. Nunca seremos. Talvez a conclusão da teologia do neo-evangelicalismo é que se estivermos em comunhão “mística” com Deus seremos como Deus é. Contrafaríamos tudo, com nossas técnicas, estratégias, esforços, competências, recursos que Deus disponibiliza, mas deixa que a nossa iniciativa faça essas coisas mais e mais efetivas. No limite, considerando que Deus se mostra tão drástico em impor esse sistema cego de ação e reação, ou em deixar ao acaso ou à imprevisibilidade as forças indomáveis latentes da natureza, ou se torna um Ente ocupa demais com mesquinharias, para agir independentemente, na qualidade de semelhantes aos "deuses", “como seus pés e mãos”, na Terra, seremos mais “sentimentais” do que Deus. Por meio de nós Deus sentirá melhor o mal e os seus impactos e será por nosso intermédio mais proativo! Então seremos melhores do que Deus, pelo menos do aquele Deus “imutável” do Antigo Testamento. O Deus ortodoxo da teologia clássica. Estaremos mais próximos do Deus encarnado em Jesus, um Deus, digamos... mais “liberal”, mais gracioso... O Deus para a partir de 2005. .

Esse pensamento afina-se ao Século XX ressacado das ondas do Iluminismo e da tentativa malograda de defender a honorabilidade divina promovida pela filosofia idealista do Século XIX.

Mas esse pensamento não corresponde à idéia da “Rocha dos Séculos”. O Soberano Deus do Cristianismo Bíblico é quem controla e governa tudo sim. A ordem do nosso pensamento põe isso em teoria e a comprova pela experiência, e não faz movimento em sentido contrário. Isso é verdade em que pese todas as catástrofes desde as hordas dos bárbaros do tempo de Agostinho, perpassando pela queda de Roma e Bizâncio, invasão e dominação otomana, tragédia das Cruzadas, Peste Negra, grandes terremotos que se abateram sobre Lisboa (1855) e Los Angeles (1905), a erupção do vulcão de Crakatoa etc. Os aderentes do Cristianismo Bíblico crêem nisso e vê que não por acaso atos providenciais particulares mostram também a Sua presença. Sobretudo por que isso é basilar à fé no Deus também da Redenção a qual insistimos em vê-la particular e não universal em termos efetivos!

Resta ao pregador “open-teísta”, ante a possibilidade de alguma coisa sair do nosso controle, da humanidade, “elaborar complicados esquemas teológicos que possam emprestar alguma finalidade a tanto horror." E haja complicação nessa história de Deus ser esse Deus independente apenas antes de formar homem e mulher e depois só vir a ser ou tornar-se Deus na presença desses homens e mulheres, que se fazem presentes, mostram a cara, sendo os “seus pés e suas mãos”!

Isso nos leva a argumentar que caso mesmo “só” ficou “uma réstia da revelação” que “brilha em minha alma” e é a que “o Deus da Bíblia soberanamente criou o universo, mas ao formar mulheres e homens, abriu mão de sua Soberania para estabelecer relacionamentos verdadeiros”, não é por isso ser verdade que o pastor não dorme há três dias, está mais perplexo mais do que deveria. É que ele se coloca no lugar de Deus, ainda que não seja Deus!

Por que ao invés de se fazer teologia, aliás má-teologia, não agimos? Sobretudo, enquanto viger o cristianismo bíblico que o pastor profetiza o fim a partir do próximo Século XXI, temos adiante de nós, quem sabe, ainda uma “réstia” do “princípio das dores” e, quem sabe, da “grande tribulação”. Pensando assim alguém acaba de tão cansado apelando para o ateísmo!

Note bem que a “solução” proposta é a compreensão de que Deus passou pelo processo de kénosis, esvaziamento, e não pode fazer mais nada, caso não parta uma iniciativa da humanidade! Agora, na medida que humanidade cresce e aparece, Deus cresce e aparece: na medida soam alarmes, pessoas sejam avisadas, populações se mobilizam e seja salvas de tragédias... Deus não teria a “escolha” de dar uma ordenada nos fenômenos de forma amolda-los a um plano que traduz propósitos? É questão de dar um refresquinho à humanidade. Não será demais para a humanidade esse exercício de bancar ser Deus? Deus age, quando a humanidade age. Então quem é o Deus do Open Theism? Então Deus se faz presente quando o homem sente o que Deus sentiria, se estive por aqui, e age em consonância a esses sentimentos?

E quando se chegar à conclusão de que “nem todo o dinheiro, organização e tecnologia do mundo teriam evitado uma tragédia de grandes proporções”?. E se se souber que o “terremoto” no fundo do mar “de 9 graus na escala Richter” ... “libera energia equivalente à da explosão de 31,8 bilhões de toneladas de TNT, segundo cálculos do US Geological Survey. A título de comparação, a bomba de Hiroshima tinha 15 mil toneladas”?

“Quando a energia equivalente a 2,12 milhões de bombas de Hiroshima é liberada na forma de ondas gigantescas, não há muito o que se possa fazer para impedir a devastação. Podemos atribuir a tragédia seja aos insondáveis mistérios da Providência, seja à indiferença da natureza diante do homem, o resultado é o mesmo: algumas dezenas de milhares de mortos”.

E diante dessas muitas dezenas de milhares de mortos? Não acham desproposito muito grande fazer teologia num momento desses? É justo agora como crentes que vamos culpar Deus ou a humanidade? Pergunto ainda. É hora de se questionar a expressão “soberania”, ou argüir se por acaso o nosso Deus é a imagem dos reis despóticos e absolutistas do passado, ou se os reis despóticos e absolutistas do passado eram uma contrafação da imagem de Deus revelada especialmente na Escritura? É hora de destronar Deus, e entronizar a humanidade, justamente agora, que para muitos Sua crença é a única tábua de salvação? É hora de colocar a esperança toda na humanidade quando sabemos que ela é decaída? Seguramente a ajuda da “humanidade” não chegará a todos, mas ajuda por meio da oração pode? É hora do que?

1. De pensar que tragédias nos colocam diante tanto de juízos divinos precedidos de ameaças, que envolvem desde desastres naturais não causados até os causados pela mão do homem, quanto de oportunidades de oferecimento e exercício de atos de misericórdia necessários à salvação de pessoas de engrossar o numero de flagelados, configuradores da missão integral da igreja.

2. De orar e agradecer a Deus pelas nossas vidas e pelas vidas que Ele preservou. Pelo casal que estava há 15 metros de profundidade e que não sentiu nada senão umas trepidações. Orar para que se convertam e veja nisso o cuidado de Deus. Agradecer pela mãe que teve de escolher entre salvar um filhinho e fazer perecer o outro quando afinal viu ambos ser salvos... Agradecer pelo pai que hoje acalenta o filhinho que julgou perdido... Pela pequena multidão de turistas salvos pelo instinto de elefantes. Louvar a Deus pela vida da pequena inglesinha que salvou a sua vida e toda uma massa de banhistas por causa da aula que recentemente recebeu na escola acerca de tsunamis... Pelo bebê de 20 dias que boiou num colchão até ser salvo pela “humanidade” não sei quantas horas depois...

3. De agir. Exercer misericórdia. Encaminhar mensagens positivas e não expressar melancolia e perplexidade. As pessoas de lá precisam de pão, água, abrigo, dinheiro, remédio... consolação. Pessoas precisam daqui precisam abrir os corações para ajudar os de lá. Os de lá e os daqui precisam ter no coração a confiança em Deus e não na "humanidade". É melhor que nessa situação, Deus seja o Deus Todo-Poderoso criador do Céu e da Terra... É hora de preparar e nos preparar para a virada.

É hora de ter comichão nas mãos e nos pés e não nos ouvidos!

 


›› Agradecemos o autor, Presb. Anamim Lopes da Silva, pelo envio e permissão da publicação do presente artigo. O Presb. Anamim, pela graça de Deus, é um dos nossos colaboradores.

 


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