Cristo no Período Monárquico

por

Rev. José Maurício Passos Nepomuceno



Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel”. Isaías 7.14


Em toda a Escritura
encontramos referências Àquele que haveria de nascer para libertar o povo: o Descendente prometido. Como de outras vezes, avançamos em mais um período histórico da aplicação da obra redentora de Deus e chegamos ao tempo em que a nação de Israel, que surgira da família de Abraão, Isaque e Jacó, passa a ser uma monarquia.

Como uma monarquia constituída, Israel possuía suas peculiaridades. Entre elas, o fato de que seus reis eram escolhidos e ungidos segundo os padrões teocráticos da Lei de Deus. Sem dúvida, de todos os ungidos (Cristo significa “ungido”) de Israel, o mais significativo, do ponto de vista do cumprimento da promessa do proto-evangelho, é Davi.

O período monárquico é assaz importante no contexto da revelação de Deus. Uma rápida busca nas páginas da Escritura e iremos notar que a maior parte do cânon vétero-testamentário foi escrito nesse período. Também perceberemos uma atenção especial ao período davídico. Pois, em minha opinião, os livros de Juízes, Rute, I e II Samuel, foram escritos com a preocupação central de mostrar Davi como uma figura messiânica.

Assim sendo, poderíamos nomear Davi como a figura messiânica central desse período. Contudo, foi num tempo posterior a Davi que o Senhor trouxe a lume a mais completa revelação profética sobre o nascimento do Descendente da mulher. Por isso, iremos ao tempo do profeta Isaías e veremos ali uma amostragem maravilhosa da presença do Cristo no Velho Testamento.

Isaías o profeta, cujo nome significa “a salvação é de Jeová”, foi chamado para uma tarefa grandiosa de mostrar a Israel que Deus tinha uma acusação contra a nação, pela quebra da Aliança que fora ratificada com Davi: “...farei levantar depois de ti o teu descendente, que será dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino... e o seu trono será estabelecido para sempre” (I Cr 17.11-14)I Reis 2.4).

O resultado do juízo de Jeová sobre Israel é que o povo seria encontrado em pecado diante do Senhor e, por isso, deveria sofrer as conseqüências de sua conduta. Jeová, teve de anunciar Isaías, levantará inimigos contra Israel e nos dará por presa, e seremos levados para cativeiro.

Mas, apesar de palavras tão duras de juízo sobre Israel, Isaías também tem a missão de consolar a nação e fazer renascer as suas esperanças com o anúncio de que o Senhor continuava a manter firme a sua promessa de suscitar um libertador, pertencente ao tronco davídico (Is 11.1), no caso, o Renovo de Jeová (Is 4.2). Assim, Jeová garante que a semente santa prossegue sendo a mensagem de alento para o povo que espera no Senhor: “Mas, se ainda ficar a décima parte, tornará a ser destruída... depois de derribados, ainda fica o toco, assim a santa semente é o seu toco” (Is 6.13).

No capítulo sete, Isaías, em uma conversa com Acaz, descendente de Davi e rei de Judá (reino do sul), adverte-o para o fato de que do Senhor é que vem a sua salvação e que ele não deveria temer os inimigos que se levantavam contra a nação (Síria e Israel - reino do norte), pois Deus estava com a casa de Davi, conforme a aliança que fizera.

Acaz, por sua vez, temeu a destruição da semente santa. Esquecendo-se do pacto de Jeová com a Casa de Davi e a promessa de que a santa semente seria vitoriosa, deixou-se atemorizar, e o seu povo o seguiu (Is 7.2b). Assim, o rei e todo o resto do povo desprezaram a Aliança de Deus e Suas preciosas promessas.

Isaías, vendo a perturbação do coração do povo de Judá, diz ao rei que o Senhor (Adonai, o Todo-Poderoso) daria um sinal. Isaías está dizendo ao rei que confie somente, pois Deus é o Senhor de todas as nações e ama a Casa de Davi, da qual ele era um representante/descendente.

Esse sinal viria nos moldes da continuidade do proto-evangelho: um descendente, que prefigurava o Descendente, o qual seria chamado Emanuel. Os versos que se seguem mostram as fases do desenvolvimento natural desse descendente e o fato de que, num curto espaço de tempo o Senhor destruiria os inimigos de Judá.

Certamente, esse descendente de Acaz nasceu e prefigurava Aquele que haveria de vir, Jesus. Como disse o anjo a José: “Ora, tudo isso se cumpriu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel” (Mt.1.22-23).

Há uma luta entre a semente da mulher e a semente do diabo. Essa é a luta da igreja também que, como povo de Deus, é chamada a confiar no Descendente, Jesus Cristo, que veio para completar a obra. O golpe mortal já foi dado sobre a cabeça da serpente, mas ainda resta a destruição final, quando o último dos inimigos será destruído.

Tudo isso é um chamado aos filhos de Deus a que confiem na viva promessa do Senhor e na vitória final do seu Filho Jesus.



›› Material escrito para o boletim da Igreja Presbiteriana de Vila Formosa

›› Agradecemos o autor, Rev. Maurício Nepomuceno, pelo envio e permissão da publicação do presente artigo. O Rev. Nepomuceno, pela graça de Deus, é um dos nossos colaboradores.


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