O que o Pacto Envolve

por

Paul Mizzi

 


O conceito de pacto envolve as doutrinas de Deus, do homem, da salvação por Cristo, da igreja e das últimas coisas.

A teologia do pacto representa a circunferência inteira da Escritura como sendo coberta por dois pactos, a saber, o pacto das obras, estabelecido com o homem em sua justiça original, como criado por Deus, e o outro, iniciado pelo amor de Deus para com os pecadores, denominado de maneira apropriada de “o pacto da graça”.

Deus, como o Supremo e Soberano Senhor de todos, o Criador do homem, necessariamente toma a iniciativa em todo e qualquer acordo que Ele queira entrar com Sua criatura. Nós entendemos, então, o porque a Escritura consistentemente refere-se ao pacto como diatheke , e não como suntheke. Embora similares, o último termo enfatiza a igualdade entre as duas partes do pacto: isto seria totalmente inapropriado para descrever um pacto entro o Deus infinito e o homem finito, que é, em sua própria natureza, completamente dependente do seu Criador, seja ele visto como justo ou ainda como caído.

Diatheke, então, descreve de uma maneira mais convincente a relação pactual entre Deus e o homem. Em Paulo, especialmente, o pacto é entendido fortemente em termos da divina operação e da validade incondicional. O lado divino governará a história da salvação e o seu clímax em Cristo, que é tanto o fim da lei (Romanos 10:4), como o cumprimento de toda promessa (2 Coríntios 1:20).

O arranjo do pacto redunda para a glória de Deus na manifestação de Sua bondade e fidelidade, Sua graça e misericórdia. E, ainda, ele é sempre para o bem do homem. Desde a Queda, Deus tem sempre e necessariamente tratado com o homem através do Mediador, Jesus Cristo. Em Hebreus, particularmente, o diatheke, juntamente com outros termos legais, é usado a modo de ilustração no sentido popular de “última vontade e testamento” (9:16,17). Todavia, mesmo aqui o novo pacto do qual Cristo é o mediador traz o senso distintivo do Antigo Testamento. Isto envolve redenção dos pecados cometidos sob o primeiro pacto. A idéia de uma vontade é introduzida somente como uma comparação para mostrar porque a morte de Cristo é necessária para o cumprimento do pacto.

Embora as partes do pacto de obras tenham sido Deus e Adão, o pacto da graça tem como suas partes Deus e o último Adão, Jesus Cristo. Nisto é visto a validade da afirmação de John 'Rabbi' Duncan, de que: “Teologicamente, há somente dois homens, Adão e Cristo”.

O pré-requisito ou condição deste pacto é a perfeita obediência do Filho, mesmo no Seu sofrer a penalidade da desobediência do homem, a saber, a morte; a promessa é a salvação de todos crentes.

É aqui que a igreja entra no pacto e participa dele. O pacto é para o eleito, para a sua felicidade, para a sua bem-aventurança eterna e para uma maior declaração da glória de Deus. Cristo mereceu a vida eterna para todos os crentes, a vida que foi perdida por Adão. Para os filhos dispersos de Deus serem reunidos e experiencialmente desfrutarem de comunhão com Deus e conhecê-Lo como “seu Deus”, eles devem chegar à fé em Cristo.

Como o plano inteiro de salvação é revelado em termos de um pacto (Romanos 5:12-21; 1 Coríntios 15:22; João 5:30,43; 6:38-40; 17:4-12), então, deve ser destacado que esta salvação adquirida é por toda eternidade. Cristo “obteve por nós redenção eterna”. Ele mereceu para a igreja o seu perdão e assentou-se a destra de Deus (Hebreus 10:5ss). Ele graciosamente 'pactua' com o Seu povo “um reino” (ver Lucas 22:29), um reino que não passará.

O aspecto escatológico salienta a maravilha do pacto de Deus: ele não é meramente para um tempo e espaço, mas para gerações sem fim. “E a vontade do que me enviou é esta: que Eu não perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que Eu o ressuscite no último dia” (João 6:39). Salmos 89:3 dá um retrato vívido disto: “Fiz um pacto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi: Estabelecerei para sempre a tua descendência, e firmarei o teu trono por todas as gerações”.

A semente prometida, freqüentemente reiterada através dos profetas, e declarada por Paulo (2 Coríntios 6:16, é ainda mais proeminente em Apocalipse 21:3: “Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles”.

 


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 10 de Outubro de 2004.

 


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