O Compromisso do Arminianismo

por

Paul Mizzi

 


O Arminianismo não é nem Agostiniano, nem Pelagiano; ele permanece com um pé sobre a verdade e outro sobre o erro.

O Arminianismo é um grande compromisso entre a ortodoxia e a heresia. Visto que até cristãos são relutantes em receber a verdade e regozijar nela, tais compromissos são mui comuns dentro da Cristandade, como eles sempre o foram durante toda a história da igreja.

O Arminianismo é o Calvinismo (a forma mais consistente de Agostinianismo) destituído de sua estrutura e de seu sistema básico. Visto que o Calvinismo é hoje, numa certa extensão, identificado com a resposta formulada pelo Sínodo de Dort ao Remonstrante (como redigido pelos discípulos de Armínio), é claro que o Arminianismo está à milhas de distância do Calvinismo clássico - ele rejeita as cinco doutrinas principais que marcam o Calvinismo como Calvinismo, e mais outras menos proeminentes e menos fundamentais.

Por outro lado, ele não vai ao extremo do Pelagianismo. Pelágio ensinou a absoluta liberdade da vontade e a neutralidade moral do homem. Armínio reconheceu que o homem necessita da graça capacitadora de Deus; ele necessita cooperar com Deus para sua salvação. O Pelagianismo afirma que o homem é santo e sem pecado, mas com a capacidade de fazer tanto o bem como o mal. O Arminianismo admite a natureza pecaminosa e a depravação do homem, mas não uma depravação total, (isto é, incluindo todas as faculdades do homem, juntamente com sua vontade). O Calvinismo diz: o homem está morto em delitos e pecados; o Pelagianismo diz: o homem está vivo e muito bem; o Arminianismo diz: o homem é um moribundo.

O Pelagianismo diz que Deus elege salvar aqueles que Ele previu que guardariam os Seus mandamentos, isto é, de uma forma ou de outra, quem se salvará. O Calvinismo afirma a absoluta e dupla predestinação de Deus, segundo o beneplácito de Deus. O Arminianismo diz: Deus elege aqueles que Ele sabe de antemão que crerão em Jesus Cristo e exercem obediência ao evangelho. Novamente, no meio entre verdade e erro.

No Pelagianismo o homem é o senhor de seu destino; no Calvinismo, os decretos de Deus determinam o destino de cada uma de Suas criaturas; no Arminianismo, Deus e o homem, juntos, traçam o destino do homem.



Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 23 de Abril de 2004.

 


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