A Força da Oração

por

João Crisóstomo

 

 

Muitas vezes Deus parece ficar como que acanhado, quando vê uma multidão que tem um só coração e uma só voz para o implorar. Apressemo-nos, pois, a unir nossas preces, oremos uns pelo outros, como faziam os coríntios pelos apóstolos. Assim, cumprimos o preceito e nos estimulamos à caridade; e, quando digo caridade, encerro nessa palavra todos os bens. Mostremos também mais solicitude em dar graças.

Pois, se agradecermos a Deus os dons concedidos ao próximo, com maior razão devemos agradecer-lhe os benefícios por nós recebidos. É o que fazia Davi ao dizer: Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! (Salmos 33,4). É o que reclama constantemente o Apóstolo; sigamos esse conselho, publiquemos por toda parte os benefícios de Deus para associar todos os irmãos às ações de graças que lhe rendemos.

Quando publicamos os benefícios que recebemos dos homens, não aumentamos sua benevolência para conosco? Publiquemos os benefícios de Deus e atrairemos de sua parte maior benevolência. E, se depois de termos obtido dos homens alguns favores, convidamos os outros a unirem seus agradecimentos aos nossos, não devemos, com maior razão, convidar nossos irmãos a se unirem a nós para agradecer ao Senhor? Paulo o fazia, ele que se aproximava de Deus com tanta confiança: com maior razão somos nós obrigados igualmente a fazê-lo.

Imploremos também às pessoas santas, conjuremo-las a agradecerem a Deus por nós e agradeçamos também a Deus uns pelos outros. Isso é dever, sobretudo, dos sacerdotes; não existe função mais elevada do que essa. Quando subimos ao altar, começamos por dar graças ao Senhor em nome do mundo inteiro pelos benefícios comuns que todos receberam de sua generosidade. Certamente, todos juntos gozam desses benefícios, mas não tens também tua parte? Assim sendo, por essa parte que recebes, deves associar-te às comuns ações de graças e é justo também que, particularmente, agradeças a Deus por ter estendido seus benefícios a todos os homens. Não foi somente por tua causa que ele iluminou o sol do firmamento, mas visando a todos em geral; no entanto, usufruis dele tão completamente, como se tivesse sido criado exclusivamente para ti. Foi para utilização de todos que Deus o fez tão grande, e tu sozinho o vês tão imenso quanto todos os mortais juntos. Por conseguinte, tua gratidão deve igualar a comum gratidão do gênero humano inteiro. Deves agradecer pela virtude dos outros.

Os benefícios que Deus nos concede são também para o proveito dos outros. Se tivesse havido somente dez justos em Sodoma, não cairiam sobre eles as calamidades que sofreram.

Agradeçamos a Deus com liberdade e confiança os méritos de nossos irmãos; é uma antiga lei que se arraigou na Igreja. Assim, Paulo dá graças pelos romanos, pelos coríntios, pelo mundo inteiro.

 



Fonte: Das Homilias de São João Crisóstomo sobre a 2ª Epístola aos Coríntios.


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