Os Nobres Bereanos (5)

por

Vincent Cheung




Ora, os bereanos eram de caráter mais nobre do que os de Tessalônica, pois receberam a mensagem com grande avidez, e examinavam todos os dias as Escrituras, para ver se o que Paulo dizia era verdade” (Atos 17:11).

 

Contudo, essa “mente-aberta” é ao mesmo tempo específica e restrita. É nesse ponto que deveríamos proceder para a parte final do versículo, que nos diz que, embora os bereranos fossem ávidos para ouvir a palavra de Deus, eles não eram de forma alguma pessoas tolas ou crédulas. E porque já temos considerado o ponto principal do versículo, que é dizer que eles eram ensináveis e receptivos ao evangelho, estamos prontos agora para considerar como essa abertura é qualificada.

Eles não eram como o povo de Atenas, que “não se preocupavam com outra coisa senão falar ou ouvir as últimas novidades” (v. 21). Eles não eram ávidos para ouvir os apóstolos por causa de uma mera curiosidade ou para estímulo ou entretenimento intelectual, e eles não estavam simplesmente abertos para qualquer nova teoria ou doutrina que pedisse sua atenção. Antes, eles estavam interessados em aprender a verdade, e, verificar se “aquelas coisas eram assim” (KJV), e não simplesmente em ouvir algo que soasse interessante ou incomum. E para determinar se “aquelas coisas eram assim”, ou seja, as que Paulo pregava, eles “examinavam as Escrituras”.

Assim, eles mostraram que eles tinham “mente-aberta” não no sentido de que eles eram tolos ou crédulos, e ainda menos relativistas ou pluralistas. Eles não estavam abertos para qualquer coisa ou qualquer um. Mas, aspirando a verdade, eles mostraram que sua abertura era racional, e por examinar as Escrituras, eles mostraram que sua abertura era bíblica, de forma que todas as teorias e doutrinas não-bíblicas eram excluídas logo no início. Isso também é parte de seu caráter nobre, e isso é também o que os crentes hoje devem imitar.

Além do mais, visto que é dessa maneira e sobre essa base que “muitos deles creram”, isso mostra também que a sua resposta “não era uma mera resposta emocional ao evangelho, mas uma baseada na convicção intelectual” [5]. A fé deles era uma fé genuína, uma convicção intelectual sobre a verdade revelada, e uma vida espiritual fundamentada nessa convicção bíblica e racional pode sobreviver aos testes de perseguição e tentação.


NOTAS:

5 - I. Howard Marshall, Acts (Wm. B. Eerdmans Publishing Company, 1980), p. 280.

[Leia a Parte 1]
[Leia a Parte 2]
[Leia a Parte 3]
[Leia a Parte 4]
[Leia a Parte 5]
[Leia a Parte 6]



Nota sobre o autor: Vincent Cheung é o presidente da Reformation Ministries International [Ministério Reformado Internacional]. Ele é o autor de mais de vinte livros e centenas de palestras sobre uma vasta gama de tópicos na teologia, filosofia, apologética e espiritualidade. Através dos seus livros e palestras, ele está treinando cristãos para entender, proclamar, defender e praticar a cosmovisão bíblica como um sistema de pensamento compreensivo e coerente, revelado por Deus na Escritura. Ele e sua esposa, Denise, residem em Boston, Massachusetts. http://www.rmiweb.org/

 


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 09 de Agosto de 2005.


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