A Primazia do Intelecto

1 Coríntios 14:1-25

por

Rev. Dr. Robert S. Rayburn



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1 Coríntios 14:1-25]


Comentário do Texto

Lembre-se, estamos numa longa seção que trata com os abusos dos dons espirituais no culto da igreja cristã. A grande declaração sobre o amor, que consideramos anteriormente, foi feita nesse contexto específico. O argumento geral dos versículos que iremos ler é esse: se o amor motivar e controlar o exercício dos dons espirituais na igreja, então claramente o dom de profecia, que edifica toda a igreja, deve ser considerado como superior ao dom de línguas, que somente algumas vezes, e num grau menor, tem o objetivo e alcança a edificação da congregação.

v.2 Agora, nós já vimos que línguas na Bíblia refere-se à capacidade sobrenatural de falar num idioma humano que nunca foi estudado. Isso é certamente o que línguas eram no único exemplo no qual elas são realmente descritas no NT, em Atos 2. É interessante, a propósito, que Lucas mencione o falar em línguas mais duas vezes em Atos, uma no capítulo 10, na casa de Cornélio, e outra no capítulo 19, entre alguns homens em Éfeso. É muito improvável que devamos supor que Lucas quis dizer algo inteiramente diferente naquelas duas ocasiões de falar em línguas do que ele quis dizer no capítulo 2, na descrição mais completa do dom, dada em seu relato do Pentecoste. Contudo, alguns gostariam de nos fazer crer que as línguas em Coríntios eram uma coisa muito diferente daquela nessas três ocasiões. Eles pensam que elas eram algum tipo de expressão estática, diferente de idioma humano. Tudo o que eu posso dizer é que o peso da prova certamente reside muito mais naquele que deseja estabelecer esse caso. Nós sabemos o que línguas eram em Atos, em Jerusalém, em Cesaréia, e em Éfeso. Sobre que base devemos crer que as línguas em Coríntios eram um tipo de dom diferente? De qualquer forma, aquele que orava em línguas era levado em êxtase pelo Espírito Santo e embora isso fosse, aparentemente, uma experiência maravilhosa de comunhão com Deus, um sentimento de ser tomado pela presença e poder do Espírito Santo, ele ou ela não sabiam o que estava sendo dito e ninguém que não conhecesse aquele idioma o teria entendido também. Nesse sentido, as palavras são faladas a Deus somente, enquanto o indivíduo é tomado por essa experiência magnificente de comunhão com Deus.

v.5 Paulo admite que, se o que é dito por aquele que fala em línguas for interpretado ou traduzido, então ele pode edificar a congregação.

v.8 Assim como um instrumento que toca apenas uma nota ou notas aleatoriamente, o falar em línguas que não é interpretado não transmite nada aos outros, não importando quão esplêndido a experiência de êxtase possa ser para aquele que é dominado pelo Espírito e cuja voz é tomada pelo poder de Deus.

v.9 Uma vez mais, o contraste que ele está desenvolvendo é entre um dom espiritual que não edifica a congregação e um que edifica.

v.11 A simples implicação desse texto é que Paulo entendia o falar em línguas como sendo o falar de idiomas humanos reais, assim como em Pentecoste. Em Pentecoste, estrangeiros” ouviram o evangelho em seu próprio idioma. O milagre era que o evangelho estava sendo falado naqueles idiomas por pessoas que não conheciam e nunca tinham estudado tais idiomas. Não havia nenhuma necessidade de interpretação ou tradução em Pentecoste, visto que havia pessoas presentes que conheciam os idiomas que estavam sendo falados. Contudo, ninguém mais presente naquele momento entenderia o que estava sendo dito.

v.19 Que Paulo fala de palavras aqui confirma ainda mais que Paulo está falando sobre idiomas humanos reais, com gramática e vocabulário, quando ele fala do que é falado por aqueles que falam em línguas. A inteligibilidade vem da interpretação ou tradução daquelas palavras. Essa forma de falar torna ainda mais duvidoso que Paulo pensasse que o que estava sendo falado por aqueles que falavam em línguas fosse algum idioma angélico, que não tinha nenhuma relação com os idiomas desse mundo. Durante toda a passagem ele fala da expressão daqueles que falavam em línguas em termos que sugerem um idioma ordinário, o tipo de idiomas ordinários que foram falados miraculosamente pelo poder do Espírito Santo no dia de Pentecoste. Isso, certamente, é uma conclusão muito importante, pois é admitido por ambos os lados hoje que os dons produzidos pelas pessoas que agora reivindicam falar em línguas não são idiomas humanos, tal como um idioma falado por pessoas em alguma parte do mundo: árabe, japonês ou cantonês, por exemplo.

v.22 O ponto de Isaías 28:11-12, que Paulo cita, é que o idioma estrangeiro dos invasores assírios representava um julgamento sobre o povo de Israel. Deus estava, como antes,  lhes falando num idioma estrangeiro, pois eles não ouviriam a verdade em seu próprio idioma.

v. 22 é um versículo difícil, amplamente considerado como um dos mais difíceis de se interpretar em toda a carta. Como as línguas eram um sinal para os incrédulos? Contudo, o significado de Paulo pode não ser essa dificuldade. Baseando-se na citação de Isaías 28, onde Deus falando à Israel numa língua assíria era um final da incredulidade deles, entendemos que Paulo quis dizer simplesmente que as línguas sem tradução deixam o incrédulo exatamente onde ele está: elas não o podem ajudar. Ele não pode entender o que está sendo lhe dito. Contudo, a profecia lhe traz uma mensagem que ele pode entender e pela qual ele pode ser salvo. Como Bengel colocou há séculos atrás: a profecia transforma incrédulos em crentes, mas o falar em línguas entrega o incrédulo a si mesmo”.

v.24 Profecia, certamente, não é simplesmente a predição do futuro. Raramente esse é o seu significado no AT ou no NT. Ela era uma entrega, com autoridade, da palavra de Deus com respeito ao pecado, graça, juízo e salvação. E, aparentemente incluía alguma demonstração de sua origem sobrenatural, tais como desvendar os segredos da vida de uma pessoa, para que ela soubesse que Deus estava falando e falando com ela.


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Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 26 de Outubro de 2005.

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