Comentário sobre “Piper e Justificação”

por

Vincent Cheung

 

Um leitor, Dustin Curlee, enviou uma resposta ao artigo sobre Piper de hoje. Eu reproduzirei uma versão condensada da nossa correspondência abaixo.


Curlee
:

Acabei de ler seu blog sobre Robbins, Piper e justificação. Eu penso que você pode estar interessado em ler esta pequena entrevista onde Piper explica sua visão sobre justificação. A menos que eu esteja perdendo algo, não o vejo cometendo nenhum erro.

http://www.desiringgod.org/library
/topics/justification/cb_interview.html

Por favor, deixe-me saber seus pensamentos sobre os comentários de Piper.

Cheung:

Dei uma olhada na página que você me enviou, e até onde posso dizer, não há nada de errado com o que Piper diz ali. Mas a entrevista não entra no que Robbins considera problemático.

Na página que Robbins cita, Piper diz:

“Deus nos justifica no primeiro ato genuíno de fé salvadora, mas ao fazer assim, Ele tem uma visão de todos os atos subseqüentes de fé contidos, por assim dizer, como uma semente neste primeiro ato.

O que estamos tentando fazer aqui é confessar o ensino de Romanos 5:1, por exemplo, que ensina que já estamos justificados diante de Deus. Deus não espera até o fim de nossas vidas para nos declarar justos. De fato, não seríamos capazes de ter certeza e liberdade para sobrevivermos às demandas radicais de Cristo, a menos que pudéssemos estar confiantes de que é por causa da nossa fé que já somos justos diante dEle.

“Todavia, devemos confessar também o fato de que nossa salvação final é feita contingente sobre a obediência subseqüente que vem da fé. O modo como estas duas verdades se encaixam é que somos justificados sobre a base do nosso primeiro ato de fé porque Deus vê nele (como Ele pode ver a árvore numa bolota de carvalho) o embrião de uma vida de fé. Este é o porquê aqueles que não levam uma vida de fé com sua inevitável obediência, simplesmente testemunham o fato de que seu primeiro ato de fé não era genuíno”.

(Fonte: http://www.desiringgod.org/library/topics
/doctrines_grace/tulip.html)

 

Oxalá a linguagem fosse mais clara aqui, mas eu espero que você possa ver o porquê Robbins a vê como problemática.

Também, se você ainda não percebeu, você pode querer ler o artigo “Pied Piper” de Robbins, no qual ele providencia exemplos adicionais.

Eu não sou um seguidor nem um opositor de Piper; ele apenas não tem um lugar proeminente na minha vida ou teologia. Assim, não estou interessado em Piper a pessoa mais do que estou interessado na doutrina em si, e que formulação reflete melhor o registro bíblico.

Minha posição é que meu sumário a Robbins é a visão bíblica da justificação. Se Piper se desvia dele, então ele está errado; se não, ele está certo.

A Escritura ENSINA que uma fé real (assentimento à verdade) produzirá uma vida de boas obras, e se a santificação não seguir a justificação, nunca houve justificação de forma alguma.

CONTUDO, seu ponto é que, mesmo embora seja verdade (que obras seguem a fé), AINDA ASSIM não somos justificados sobre a base destas boas obras que a fé genuína produz; antes, do princípio ao fim, somos justificados somente pelas obras de Cristo imputadas a nós.

Eu adicionarei nossa correspondência ao blog para encorajar os leitores a darem a Piper uma audiência justa.

 

Curlee:

Você diz:

A Escritura ENSINA que uma fé real (assentimento à verdade) produzirá uma vida de boas obras, e se a santificação não seguir a justificação, nunca houve justificação de forma alguma.

CONTUDO, seu ponto é que, mesmo embora seja verdade (que obras seguem a fé), AINDA ASSIM não somos justificados sobre a base destas boas obras que a fé genuína produz; antes, do princípio ao fim, somos justificados somente pelas obras de Cristo imputadas a nós.

Eu concordo de todo coração, Sr. Cheung. E o melhor que posso dizer é que assim o faz Piper também.

Aqui está outra pequena porção de Piper sobre o tópico da justificação E obras.

http://www.desiringgod.org/library/sermons/99/082299.html

Sim, a expressão foi ambígua e posso ver como alguém pode a tomar erroneamente. Talvez Piper tivesse que ser um pouco mais claro. Contudo, e novamente, eu nunca o ouvi promover algo como o que Robbins está insinuando.

Aqui está um esboço sucinto (3 pontos) da visão de Piper sobre justificação. Ele explica a analogia “semente” que ele usa. Quais os seus pensamentos sobre isto?

http://www.desiringgod.org/library
/theological_qa/justification/justification.html [tradução]


Cheung:

Eu concordo com os três pontos, e se isto é o que Piper CONSISTENTEMENTE afirma, então eu não tenho problema com ele.

Robbins está acusado Piper de negar o segundo ponto. Eu não sou um expert em Piper, assim, eu não posso lhe dizer se Piper é sempre consistente. Até aqui, eu posso certamente lhe culpar de algumas vezes ser ambíguo, de qualquer forma.

 

Curlee:

Sim, ambigüidade pode ser o seu único erro. Como disse, eu nunca ouvi Piper ensinar algo inconsistente com aqueles 3 pontos. Então, novamente, eu não tenho estado com ele por toda a parte e em todo momento para saber se ele tem sido ou não consistente. Assim, eu suponho a possibilidade de que sim.

 

Cheung:

Eu encorajo os leitores a serem cuidadosos, mas justos.

Assim, leitores, sejam cuidados, mas justos!

Se você é um seguidor do ministério de Piper, preste atenção à sua doutrina de justificação e tenha certeza de que ela está em linha com o ensino bíblico.

Mas, embora devamos zelosamente afirmar e guardar a verdade, devemos também tomar cuidado para evitar o pecado de calúnia.

Agora, basta sobre Piper!

 

 

[Leia “Piper e Justificação” ]

 


Nota sobre o autor: Vincent Cheung é o presidente da Reformation Ministries International [Ministério Reformado Internacional]. Ele é o autor de mais de vinte livros e centenas de palestras sobre uma vasta gama de tópicos na teologia, filosofia, apologética e espiritualidade. Através dos seus livros e palestras, ele está treinando cristãos para entender, proclamar, defender e praticar a cosmovisão bíblica como um sistema de pensamento compreensivo e coerente, revelado por Deus na Escritura. Ele e sua esposa, Denise, residem em Boston, Massachusetts. http://www.rmiweb.org/


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 14 de Abril de 2005.


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