Pós-Milenismo

por

Loraine Boettner, D.D.a

 


Capítulo 1 - Teólogos Representativos
nos Diferentes Sistemas



Nós dissemos que cada uma das visões mileniais tem sido sustentada por homens de inquestionável sinceridade e habilidade. Entre os Pós-Milenistas deve ser mencionado em primeiro lugar o grande Agostinho, de quem a eminentemente sã interpretação das Escrituras fixou a regra para a Igreja por aproximadamente mil anos. Nos últimos tempos houve o Rev. David Brown, um ministro Presbiteriano Escocês, e um considerável número de teólogos sistemáticos, os Hodges em Princeton (Drs. Charles, Archibald A., e Caspar Waster Hodge Jr., o último tendo sido o reverenciado professor do escritor), Dr. W. G. T. Sheed, Dr. Robert L. Dabney, Dr. Henry B. Smith, Dr. Augustus H. Strong, e Dr. Benjamim B. Warfield. Provavelmente os livros mais influentes do ponto-de-vista pós-milenar tenha sido “O Segundo Advento”, de David Brown (1848, revisado em 1849), que por muitos anos foi reconhecido como a obra padrão no assunto, e “A Teologia Sistemática” do Dr. Charles Hodge (1871). Em tempos mais recentes, o Dr. Warfield (falecido em 1921) foi reconhecido como o proeminente teólogo pós-milenar. Sua influência foi exercida através de um período de mais de trinta e três anos como Professor de Teologia Sistemática no Seminário Teológico de Princeton e como Editor do Presbyterian Reformed Review [Revisão Presbiteriana Reformada] e mais tarde como um dos contribuidores da Princeton Theological Review [Revisão Teológica de Princeton]. Um livro de Dr. James H. Snowden, “A Vinda do Senhor” (1919), tem provado ser de especial valor. Este último livro contém uma vigorosa refutação do Pré-Milenismo, embora o Dr. Snowden não tenha distinguido claramente entre Pré-Milenismo e Dispensacionalismo.

A posição pós-milenar foi muito negligenciada durante a terceira parte do século passado; a maioria das discussões foi centralizada em torno de Pré-Milenismo e Amilenismo. Isto conduziu alguns a concluir que o Pós-Milenismo não é tão digno de séria consideração. Alexander Reese, por exemplo, um Pré-Milenista, em seu livro “A Aproximação do Advento de Cristo” (1937), expressou sua opinião nestas palavras: “Aqui alguém pode senão fazer a arbitrária declaração de que a interpretação pós-milenar de Orígenes, Jerônimo, Agostinho, e da maioria dos teólogos da Igreja desde então, está agora tão morta como a Rainha Ana, e da mesma forma honoravelmente enterrada” (p. 308). Dr. Lewis Sperry Chafer em uma Introdução ao livro do Dr. Charles Feinberg, “Pré-Milenismo ou Amilenismo?” (1936), disse: “O Pós-Milenismo está morto”; uma declaração que ele mais tarde qualificou, dizendo que está morto no sentido que ele [o Pós-Milenismo] não oferece nenhuma voz viva em sua própria defesa quando a questão milenar está sob discussão. Isso, todavia, não é verdade hoje, e isso foi no mínimo discutível no tempo em que foi feita. Semelhantemente também, a opinião do Dr. Feinberg foi indicada pelo título de seu livro, e por sua quase completa ignorância do Pós-Milenismo.

Mas semelhantes declarações são, o mínimo que se pode dizer, prematuras. Visto que o Pós-Milenismo tem sido tão habilmente sustentado por proeminentes teólogos e ministros, cujas influências continuam até o presente tempo, e visto que ele ocupa do mesmo modo um proeminente lugar em um número de obras teológicas padrão, parece bastante curioso encontrar Pré-Milenistas tentando atribuir a ele meramente um interesse antiquário. Alguém pode não apoiar, mas perceber que nestes casos o desejo é pai para o pensamento. Dr. Warfield, o qual na opinião do presente escritor é para ser classificado com Agostinho, Calvino, e Charles Hodge, como um dos quatro proeminentes teólogos em toda a história da Igreja, foi um Pós-Milenista, e seus escritos coletados, reimpressos em dez largos volumes, continuam a exercer uma forte influência em círculos teológicos. O Pós-Milenismo, como o próprio Cristianismo, tem freqüentemente sofrido reveses. Mas após cada semelhante período de negligência ou mal-entendimento, ele tem sido re-afirmado com até mais poder e convicção. Sem dúvida, tal será o caso depois que o presente período de negligência tiver tomado seu curso. Nós devemos nos lembrar também que o Pré-Milenismo esteve em quase total eclipse por mil anos, entre o tempo de Agostinho e a Reforma, e que durante o período da Reforma e por um longo período mais tarde, ele foi sustentado por somente umas poucas e pequenas seitas, as quais foram consideradas totalmente heréticas. Além disso, o Amilenismo, como um sistema, não foi claramente desenvolvido nem rigorosamente exposto até tempos mais recentes. Quatro livros recentes foram escritos do ponto-de-vista pós-milenar. São eles: “Uma Escatologia de Vitória” (1955), por J. Marcellus Kik; “Israel e a Nova Aliança” (1954), por Roderick Campbell; “Venha o Teu Reino” (1974), por R. J. Rushdoony; e “A Esperança Puritana” (1971), por Iain Murray (Inglaterra). Nós cremos que o verdadeiro sistema escatológico pode ser exposto somente sobre o fundamento do Pós-Milenismo, e que um estudo cuidadoso das Escrituras estabelecerá este fato.

Entre os Amilenistas encontramos um considerável número de homens habilidosos, quase todos em tempos recentes: Dr. Louis Berkhof, “Teologia Sistemática” (Edição Revisada, 1941); Dr. Geerhardus Vos, “A Escatologia Paulina” (1930); Dr. Albertus Pieters, “Estudos na Revelação de São João” (1937), e “A Semente de Abraão” (1950); Professor Floyd E. Hamilton, “A Base da Fé Milenar” (1942); Dr. George L. Murray, “Estudos Mileniais” (1948); Dr. William H. Rutgersm “Pré-Milenismo na América” (1930); Dr. Abraham Kuyper, “Chiliasm ou a Doutrina do Pré-Milenismo” (panfleto); Dr. Martin J. Wyngaarden, “O Futuro do Reino” (1934); Dr. William Hendriksen, “Mais do que Vencedores” (1939); Dr. William Masselink, “Por que Mil Anos?”; Rev. William J. Grier, “O Momentoso Evento” (1945); e Prof. Everett I. Carver, “Quando Jesus Voltar Novamente” (1979). Entre estes, o presente escritor tem encontrado nos livros de Pieters, Hamilton e Carver particular ajuda.

Proeminentes escritores do ponto-de-vista do Pré-Milenismo Histórico incluem: Rev. Alexander Reese, “A Aproximação do Advento de Cristo” (1937); Dean Alford, “O Testamento Grego” (1874); Dr. Nathaniel West, “Os Mil Anos em Ambos Testamentos” (1880); Dr. E. B. Elliott, “Hora Apocalíptica” (4 vols., 5ª edição, 1862); Dr. H. Grattan Guinness, “A Aproximação do Fim dos Tempos” (1880); Dr. S. H. Kellogg, “Os Judeus”, ou “Profecia e Cumprimento” (1883); Dr. Henry W. Frost, “A Segunda Vinda de Cristo” (1934); e Dr. George E. Ladd, “Questões Cruciais Sobre o Reino de Deus” (1952), e “A Bem-Aventurada Esperança” (1956).

Proeminentes escritores dispensacionais incluem: John N. Darby, “Sinopses dos Livros da Bíblia” (5 vols.), e outros escritos; Dr. C. I. Scofield, “A Bíblia de Referência Scofield” (1909, revisada em 1967); Dr. William E. Blackstone, “Jesus Está Vindo” (1878, revisado em 1908); Dr. Jesse F. Silver, “O Retorno do Senhor” (1914); Rev. James M. Brookes, “Maranatha” (1870); Dr. James M. Gray, “Profecia e o Retorno do Senhor” (1917); Dr. Arno C. Gaebelein, “O Retorno do Senhor” (1925); Dr. Lewis Sperry Chafer, “Teologia Sistemática” (1948); Dr. Charles L. Feinberg, “Pré-Milenismo ou Amilenismo?” (1936, ampliado em 1954); Dr. John F. Walvoord, “A Questão do Rapto” (1957); e Dr. J. Dwight Pentecost, “Coisas Futuras” (1958).

Há também outros escritores que trataram com especial aspectos da Segunda Vinda, como por exemplo, Dr. Oswald T. Allis, cujo valioso livro, “Profecia e a Igreja”, trata particularmente com a visão dispensacional. Dr. Allis é um “Anti-Chiliast”, mas não é classificado como Pós-, nem tampouco como Amilenista.

 


Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 14 de Novembro de 2002.


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