A Carreira Cristã - Parte 1
(Filipenses 3:12-16)

Perfeccionismo Espiritual?

por

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa


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INTRODUÇÃO:

A doutrina da santificação pode ser definida como o ato sobrenatural que se inicia com a regeneração, consistindo no progressivo abandono do pecado em direção a Deus.[1]

A santificação começa com o nosso novo nascimento; todavia, ela jamais terá fim nesta vida. Nós não somos perfeitos, nem o seremos, enquanto estivermos neste modo de vida terreno; mas, buscamos a perfeição; caminhamos em sua direção. Paulo declara: “Não que eu o tenha já recebido, ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma cousa faço: esquecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.12-14).

O pecado continuará em toda a nossa peregrinação terrena a exercer influência sobre nós; por isso, qualquer conceito de perfeccionismo espiritual que declare que o crente não mais peca, é antibíblico. A Palavra de Deus ensina enfaticamente que nós pecamos, mesmo após o nosso novo nascimento. O que nos distingue da nossa antiga condição é que não mais temos prazer no pecado; podemos até dizer que o pecado é um acidente de percurso na vida dos regenerados. Antes o pecado comandava o nosso pensar e agir, agora ele ainda nos influencia, todavia não mais reina. "O pecado deixa apenas de reinar, não, contudo de neles habitar.”[2] “Ainda que o pecado não reine, ele continua a habitar em nós e a morte é ainda poderosa.”[3] John Murray (1898-1974) ilustra bem este ponto: “Há uma total diferença entre o pecado sobrevivente e o pecado reinante, o regenerado em conflito com o pecado e o não-regenerado tolerante para com o pecado. Uma coisa é o pecado viver em nós; outra bem diferente é vivermos em pecado. Uma coisa é o inimigo ocupar a capital; outra bem diferente é suas milícias derrotadas molestarem os soldados do reino.”[4]

Isto indica a necessidade do convertido adquirir novos hábitos pela prática da verdade em amor (Ef 4.15). A graça de Deus é educadora (Tt 2.11-15), agindo através das Escrituras, corrigindo e educando-nos na justiça para o nosso aperfeiçoamento (2Tm 3.16,17). "A santificação é um processo contínuo pelo qual Deus, por sua misericórdia, muda os hábitos e o comportamento do crente, levando-o a praticar obras piedosas";[5] todavia, continuaremos sendo pecadores até o fim desta existência.

Ao povo da Aliança que se desviara do caminho do Senhor, Este lhe diz: “Aprendei a fazer o bem” (Is 1.17). A santificação é justamente isto; um santo aprendizado guiado pelo Espírito, tendo como constituição normativa e legislativa do nosso pensar, agir e sentir, a Palavra de Deus. Portanto, a santificação envolve uma nova “alfabetização” espiritual guiada pela Palavra de Deus.

O Apóstolo João, inspirado por Deus, escreve aos crentes: "Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1Jo 1.10/1Jo 2.1).


1. Contexto da Carta:

1) Paulo em Filipos:

Paulo chegou em Filipos em companhia de Silas, Timóteo e Lucas (At 16.1-3,10,11; 1Ts 2.2), por volta do ano 49, durante a Segunda Viagem Missionária. Lembremos as circunstâncias:

Paulo desejava ir para a Bitínia, porém o Espírito de Deus não o permitiu (At 16.7). Depois ele teve a visão “na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa a Macedônia, e ajuda-nos” (At 16.9). Ele concluiu corretamente que Deus o havia chamado (proskale/omai)[6] para aquela região (At 16.10).

Foi para Filipos. Assim, juntamente com Silas, pôde pregar naquela colônia romana, evangelizando a Lídia, a vendedora de púrpura, e a todos os seus familiares (At 16.14,15). Poucos judeus residiam na cidade. At 16.13 implica que não havia nenhuma sinagoga. O “lugar de oração” (At 16.13) indica a presença de alguns judeus, porém, em número inferior a dez homens, quantidade mínima considerada para se formar uma sinagoga. De acordo com a lei da Mishná, era permitido que dez homens judeus formassem, em qualquer lugar, uma sinagoga.[7] Havia cidades, inclusive, que possuíam várias. Estima-se que em Jerusalém houvesse cerca de 500 sinagogas.[8]

Depois Paulo expulsou o demônio de uma jovem adivinhadora, dando prejuízo aos seus senhores; ele foi acusado, açoitado e preso... Na prisão, testemunhou sua fé aos outros companheiros de cela; teve também a oportunidade de pregar ao carcereiro que foi convertido juntamente com os seus familiares (At 16.25-34).

2) A Igreja de Filipos:

Quando Paulo foi embora, ao que parece a Igreja ficou se reunindo na casa de Lídia (At 16.40). Os filipenses permaneceram em contato com Paulo, auxiliando-o em seu ministério, provendo recursos para as suas necessidades (2Co 11.9; Fp 1.5; 4.15-19). Paulo visitou a Igreja em pelo menos duas outras ocasiões antes de sua prisão em Jerusalém e a redação da carta (2Co 2.12,13; 7.5-7; At 20.1,3,6),


3) A Epístola:

O tema desta Carta pode ser resumido nestas palavras: Alegria e unidade. Paulo a escreveu acompanhado de Timóteo (Fp 1.1). Paulo, na prisão de Roma (Fp 1.7,13,17), recebera uma doação dos filipenses trazida por Epafrodito (2.25; 4.14,18). No entanto, Epafrodito, que estivera mortalmente enfermo, se recuperara e estava voltando a Filipos por solicitação de Paulo (Fp 2.25-30). Provavelmente, ele foi o portador da Carta.

A Carta, juntamente com a palavra pessoal do portador, iria explicar a situação de Paulo na prisão e suas possíveis conseqüências.

Mais tarde Paulo enviaria Timóteo para fazê-los saber como o julgamento estava progredindo (Fp 2.19,23). O próprio Paulo esperava em breve poder ir até eles (Fp 2.24).

Paulo escreveu por volta do ano 61 AD em Roma.

No texto lido, ele fala da sua carreira, que também é a nossa. Aqui, como transição para o nosso estudo, alguns aspectos devem ser destacados:

1) Ele trabalha com o princípio de que não somos perfeitos. Supõe-se que o apóstolo combatia determinados grupos sectários – talvez judaizantes e gnósticos –, que tinham como lema a afirmação da sua perfeição espiritual. Paulo demonstra que isso não ocorre: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição (teleio/w);[9] mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus” (Fp 3.12);

2) Paulo cria numa eleição responsável:[10] Ele foi plenamente alcançado (katalamba/nw)[11] primeiramente por Cristo (Fp 3.12/Ef 1.4);[12] no entanto, ele sabia que a nossa eleição eterna não exclui a nossa responsabilidade de crescimento espiritual. “É uma atitude ímpia dissociar a santidade de vida da graça da eleição.”[13] Deus se antecipa a nós e nos capacita a responder-Lhe com fé e obediente amor (Rm 5.8; 1Jo 4.19).[14] Por isso, prosseguia para o alvo, em busca dessa perfeita maturidade em Cristo Jesus: “....mas prossigo para conquistar (katalamba/nw) aquilo para o que também fui conquistado (katalamba/nw) por Cristo Jesus” (Fp 3.12).

Considerando isso, ele faz uma coisa: “.... uma cousa faço” (Fp 3.13). Notemos que Paulo não se distrai entre vários objetivos como que “montando num cavalo e partindo em todas as direções”; antes, faz uma coisa. As distrações podem ser fatais na carreira cristã.

2. A Carreira Cristã: (Fp 3.12-16)

1. Exige Vocação: (14)

“.... Para o prêmio da soberana vocação (klh=sij) de Deus” (Fp 3.14).

Ninguém veio a Cristo porque simplesmente quis, teve vontade ou, porque livremente escolheu este caminho. A vida cristã é resultado da vocação divina; depende de Deus, misericordiosa e eficazmente nos chamar.

A vida cristã tem início com o chamado irresistível de Deus. Deus nos escolheu na eternidade (Ef 1.4) e nos chamou no tempo, com santa vocação, por graça: “Que nos salvou (kale/w) e nos chamou com santa vocação (klh=sij); não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos” (2Tm 1.9).

A vocação realizada por Deus no tempo, é a concretização de nossa predestinação eterna: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou (proori/saj)[15] para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou (proori/zw) esses também chamou (kale/w) e aos que chamou (kale/w), a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.29-30) (Ver: Gl 1.15).

Tornamo-nos povo de Deus pela Sua vocação: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou (kale/w) das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1Pe 2.9-10).

Notemos também, que a nossa vocação não tem nada em si mesma que possa motivar o nosso orgulho já que o próprio Senhor diz: “....Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar (kale/w) justos, e sim pecadores” (Mc 2.17). Somos chamados na “graça de Cristo” (Gl 1.6).

Deus nos atrai para Si, visto que Ele “.... nos chamou (kale/w) para a sua própria glória e virtude” (2Pe 1.3); à comunhão de Seu Filho e à “koinonia” da Igreja (1Co 1.26; Ef 4.1; Cl 3.15): “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados (kale/w) à comunhão (koinwni/a)[16] de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1Co 1.9). Na vocação de Deus, vemos a concretização do Seu propósito sábio, amoroso e eterno: “Nele [Jesus Cristo], digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados (proori/zw) segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1.11).

2. Abnegação: (13)

“....esquecendo-me (E)pilanqa/nomai)[17] das coisas que para trás ficam ....” (Fp 3.13).

Na sua trajetória, Paulo teve de deixar muitas coisas para trás. Enfatizando o quão irrelevante tornaram-se as outras coisas diante da magnitude do conhecimento de Cristo, diz: “Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo (sku/balon),[18] para ganhar a Cristo” (Fp 3.7-8).

Paulo não sofria de nenhum tipo de amnésia; o que diz é que não ficava a considerar os seus supostos méritos e conquistas passadas, visto que isso poderia se transformar num obstáculo ao seu desempenho espiritual. “O (bom) corredor não olha para trás. Ele sabe que se o fizer, perderá a velocidade, a direção e, finalmente, a própria corrida. Ao voltar a vista enquanto avança é por demais perigoso.”[19] Não podemos simplesmente descansar em nossas conquistas, acomodando-nos espiritualmente, vivendo do passado. Temos uma carreira pela frente.

Façamos um paralelo a partir das palavras de Jesus Cristo. Ele nos instrui: "Buscai (zhte/w = buscar ardorosa e constantemente), pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça (dikaiosu/nh),[20]e todas estas cousas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). Deste modo, a busca da justiça de Deus deve ser prioritária entre as nossas prioridades. O Reino de justiça é que deve normatizar o que de fato é "essencial" para nós, não as nossas supostas necessidades prementes.

Podemos desejar ardentemente alguma coisa. Todavia, mesmo que não tenhamos condições concretas para estabelecer com precisão a intensidade de nosso desejo, é justo que perguntemos: Até que ponto desejamos a justiça de Deus? Jesus nos ensina a dar prioridade sobre todas as coisas, ao Seu reino de justiça. Uma de nossas dificuldades está no fato de que muitas vezes, as nossas escolhas não estão entre aquilo que nos parece bom e a opção do que nos parece mal; agradável e desagradável, doce e amargo... Se assim fosse, as nossas decisões seriam mais fáceis. O problema é que, na maioria das vezes, nos deparamos com opções legítimas, justas e necessárias, contudo, temos de escolher. Por certo, todos já tiveram e têm de quando em vez a experiência de se deparar com o conflito de desejos. Quando este conflito é entre um que nos parece, já a primeira vista, preponderante, não há problema; é fácil de se decidir. A questão se torna grave quando nos encontramos diante de desejos irreconciliáveis e, ao mesmo tempo, "prioritários"... Como decidir? No caso, temos que escolher o mais importante entre os importantes. Todavia, esta escolha pode ser apenas circunstancial; ou seja: hoje, neste momento, podemos optar por um deles, amanhã, em situação análoga, talvez a nossa escolha fosse diferente. Com isto, quero dizer que as nossas prioridades variam muitas vezes, conforme as circunstâncias. Dentro de nossa meditação, queremos chamar a atenção para o fato de que Deus deve ser a nossa prioridade, não em determinadas situações, mas sempre. Com demasiada freqüência, o "bom" pode ser o maior inimigo do "melhor".

Um caso ilustrativo temos no Livro do profeta Ageu: Por volta do ano 538-537 a.C., sob a liderança de Zorobabel – da linhagem de Davi –, um grupo de judeus começou a regressar à Palestina, para reconstruir o templo que fora destruído em 586 a.C., por Nabucodonosor, cujo império permaneceu até 539 a.C.

Este regresso foi autorizado pelo rei Ciro, rei da Pérsia, então o rei mais poderoso de todos. (2Cr 36.22,23; Ed 1.1ss). Nesta autorização de Ciro, vemos a manifestação a Soberania de Deus, visto que isto fora profetizado por Isaías há mais de duzentos anos (Is 44.28) e por Jeremias há cerca de 90 anos (Jr 29.10).

Se, por um lado, o povo teve todo o apoio de Ciro (Ed 1.1-11), enfrentou séria oposição dos samaritanos, que num primeiro momento tentaram se juntar à obra de reconstrução, no que não foram permitidos devido a sua corrupção espiritual (Ed 4.2,3); não conseguindo, não pouparam meios para impedir a reconstrução do templo: Desanimaram o povo, subornaram oficiais do rei para frustrarem os seus planos... Escreveram cartas a Ciro, o Grande, (559-530) e depois a Dario (522-486) alegando que os judeus pretendiam se revoltar contra o rei, não mais pagando impostos, dízimos, pedágios... (Ed 4.4ss). (É significativo o uso sistemático de particípios neste texto indicando a sua contínua atividade). A passagem de Ed 4.6-23, é um longo parêntese que reflete a persistência dos samaritanos em impedirem o trabalho dos judeus.

Num primeiro momento, os samaritanos conseguiram o seu intento; a reconstrução do templo foi interrompida, ao que parece, ainda nos seus alicerces (Ed 3.11/4.24). A obra ficaria suspensa por cerca de 16 anos.

Agora é que vem a nossa questão: Neste período, os judeus foram se acomodando, e canalizaram a sua atenção para a construção de suas casas, esquecendo-se da casa do Senhor... Deus levanta dois profetas, Ageu (cujo nome ou apelido significa, “minha festa”, “festivo) e Zacarias (“O Senhor se lembrou”) (Ed 5.1;6.14)[HMPC1] para conduzir o povo de volta à reedificação do templo. A Ageu (520 a.C) Deus dá uma mensagem de advertência, comparando as casas dos judeus com as ruínas da casa de Deus, para a qual eles sempre deixavam para depois (Ag 1.2,4,9). O povo atende à 1ª mensagem de Deus através de Ageu e reinicia a obra (Ag 1.12-14/Ed 4.24). (520 a.C.). “Nenhum profeta provocou uma reação tão imediata como ele”.[21] Notemos então, que a construção de suas casas não era algo pecaminoso; antes, era até natural a tentativa de reconstrução de sua vida e, para outros – aqueles que nasceram no exílio babilônico –, começarem vida nova na Terra da Promessa, ainda desconhecida dessa geração. Contudo, o problema estava na escala de prioridades estabelecida. As suas casas, com todas as sofisticações advindas com o tempo, ocuparam em seus corações o lugar que deveria pertencer prioritariamente a Deus e à Sua casa. Quando Deus levantava profetas que falavam sobre isso, o povo simplesmente dizia que ainda não era tempo de tornar à construção do templo (Ag 1.2). Havia aqui uma inversão total de valores.

Do mesmo modo, na vida cristã precisamos ter valores definidos; precisamos saber o que é mais importante. “Somente quando se dá a Deus seu lugar próprio tudo o mais passa a ocupar o lugar que lhe corresponde”.[22]

Paulo teve de renunciar família, amigos, status, sabedoria, etc. Ele considerou tudo isso como esterco, diante da sublimidade do conhecimento de Cristo.

A sua prioridade era fazer a vontade de Deus: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20.24).

Esta é uma exigência do Senhor: “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24).

A orientação do escritor de Hebreus: “....,visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1).



NOTAS:

[1] Ver: Hermisten M.P. Costa, O Pai Nosso: A Oração do Senhor, São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2001.

[2]João Calvino, As Institutas, III.3.11.

[3]João Calvino, Efésios, São Paulo, Paracletos, 1998, (Ef 1.20), p. 44.

[4]John Murray, Redenção: Consumada e Aplicada, São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1993, p. 162.

[5]A. Booth, Somente pela Graça, São Paulo, PES., 1986, p. 44-45.

[6] A palavra tem o sentido de “convocar”. Entre outros textos, ela ocorre também em At 13.2,7.

[7]Vd. Philip Schaff, History of the Christian Church, Peabody, Massachusetts, Hendrickson Publishers, 1996, Vol. I, p. 456.

[8] Broadus B. Hale, Introdução ao Estudo do Novo Testamento, Rio de Janeiro, JUERP., 1983, p. 17. Variando as estimativas entre 394 e 480. (Cf. Philip Schaff, History of the Christian Church, Vol. I, p. 457).

[9] Teleio/w tem o sentido de “perfeição”, “consumação”, “completado”, “terminado”.

[10] Ver: William Hendriksen, Exposição de Filipenses, São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1992, (Fp 3.12), p. 222-223.

[11]Katalamba/nw tem o sentido de “agarrar”, “apanhar”, “apreender”, “atingir”, “tomar como seu”, “tomar posse” (*Mt 9.18; Jo 1.5; 8.3,4; 12.35; At 4.13; 10.34; 25.25; Rm 9.30; 1Co 9.24; Ef 3.18; Fp 3.12,13; 1Ts 5.4).

[12] “Paulo foi conquistado por Jesus Cristo; é possessão de Cristo e, portanto, na luta da fé, prossegue para o alvo da soberana vocação.” (B. Siede, Tomar: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, São Paulo, Vida Nova, 1981-1983, Vol. IV, p. 638).

[13]João Calvino, Efésios, São Paulo, Paracletos, 1998, (Ef 1.4), p. 26.

[14]Deus sempre se antecipa a nós com a Sua graça misericordiosa. "Deus jamais encontrará em nós algo digno de seu amor, senão que Ele nos ama porque é bondoso e misericordioso." [João Calvino, As Pastorais, São Paulo, Paracletos, 1998 (Tt 3.4), p. 347].

[15] proorivsa, aoristo de proori/zw, «predestinar», «predeterminar», «preordenar», indica, no texto, o ato completo, feito por Deus na eternidade. (*At 4.28; Rm 8.29,30; 1Co 2.7; Ef 1.5,11).

[16]A palavra Koinwni/a é derivada de koino/j, cuja idéia básica, bem como de todos os seus cognatos (koino/w, koinwno/j, koinwne/w, koinwni/a e koinwniko/j), é de “comum”, “comunhão”, “companheirismo”, “compartilhar”, etc. [* At 2.42; Rm 15.26; 1 Co 1.9; 10.16 (2 vezes); 2 Co 6.14; 8.4; 9.13; 13.13; Gl 2.9; Ef 3.9 (aqui, somente no Textus Receptus; em Scholz e Tischendorf: oi)konomi/a) Fp 1.5; 2.1; 3.10; Fm 6; Hb 13.16; 1Jo 1.3,6,7].

Koinwni/a, no Novo Testamento, às vezes denota uma comunhão participante independentemente do conhecimento pessoal (Rm 15.26. ARA: “coleta”). Esta comunhão é resultante da comunhão que todos temos com o Pai e com o Filho (1Jo 1.3,6,7) e da comunhão do Espírito (Fp 2.1). A nossa comunhão com Cristo antecede ao tempo, visto que fomos eleitos nEle antes da fundação do mundo (Ef 1.4). O espírito de “koinonia” é agradável a Deus: “Não negligencieis igualmente a prática do bem e a mútua cooperação (koinwni/a); pois com tais sacrifícios Deus se agrada” (Hb 13.16).

[17]* Mt 16.5; Mc 8.14; Lc 12.6; Fp 3.13; Hb 6.10; 13.2,16; Tg 1.24.

[18]Esta palavra só ocorre aqui em todo o Novo Testamento. Refere-se ao excremento humano, ao lixo de uma festa e à comida que cai da mesa. “O nojo e a decadência são os elementos comuns do seu significado; é uma palavra grosseira, feia e violenta que dá a entender algo sem valor, inútil e repulsivo. Os gnósticos aplicavam a palavra ao corpo humano, para expressar o baixo conceito que dele tinham, como túmulo da alma” [J.I. Packer, Sujeira: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, Vol. IV, p. 539].

[19] William Hendriksen, Exposição de Filipenses, (Fp 3.13), p. 224-225. Do mesmo modo, ver: Ralph P. Martin, Filipenses: introdução e análise, São Paulo, Vida Nova/Mundo Cristão, 1985, (Fp 3.13), p. 153.

[20] A palavra "justiça" adquire na Bíblia o sentido de "retidão". Proceder justamente significa agir conforme o caráter de Deus, Aquele que é justo absolutamente: "...Deus é fidelidade, e não há nEle injustiça: é reto e justo (LXX: di/kaioj)” (Dt 32.4). (Ver: Hermisten M.P. Costa, O Pai Nosso: A Oração do Senhor, São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2001).

[21]Joyce G. Baldwin, Ageu, Zacarias e Malaquias, São Paulo, Vida Nova/Mundo Cristão, ã americana, 1972, p. 25. Do mesmo modo, Gleason L. Archer Jr., Merece Confiança o Antigo Testamento, São Paulo, Vida Nova, 1974, p. 480 e Samuel J. Schultz, A História de Israel no Antigo Testamento, São Paulo, Vida Nova, 1977, p. 393.

[22]William Barclay, El Nuevo Testamento Comentado, Buenos Aires, La Aurora, 1973, (Mateo I), Vol. I, p. 212.

[HMPC1] “Há um contraste marcante entre Ageu e Zacarias, seu contemporâneo. Se Ageu foi o construtor, responsável pela estrutura sólida do novo templo, Zacarias foi mais o artista, acrescentando vitrais coloridos cheios de simbolismo, alegria e luz.” J.G. Baldwin, Zacarias, p. 44).


Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa
Pastor da I.P. Ebenézer, Osasco, SP e professor de Teologia Sistemática e Filosofia no Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição, São Paulo, Capital.


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