O que é Open Theism?

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Open theism, também chamado "teologia da abertura" e "a visão aberta", é uma posição teológica que trata com o livre-arbítrio humano e sua relação com Deus e a natureza do futuro. É o ensino de que Deus concedeu o livre-arbítrio à humanidade, e isso de uma forma que o livre-arbítrio seja verdadeiramente livre e as futuras escolhas do livre-arbítrio dos indivíduos não possam ser conhecidas de antemão por Deus. Eles sustentam que se Deus sabe o que iremos escolher, então, não podemos ser verdadeiramente livres quando é apenas uma questão de tempo o fazermos aquelas escolhas, visto que uma escolha contrária não pode ser feita por nós, porque já sé "sabido" o que iremos fazer. [1] Em outras palavras, não somos realmente capazes de fazer uma escolha contrária à que Deus "sabe" que iremos escolher, implicando, assim, que não somos livres.

No open theism, o futuro é tanto conhecível como não conhecível. Os "teístas abertos" que sustentam que o futuro é conhecível por Deus, alegam que Deus voluntariamente limita Seu conhecimento das escolhas do livre-arbítrio, de forma que as pessoas possam permanecer verdadeiramente livres. [2] Outros "teístas abertos" alegam que o futuro, não existindo ainda, não é conhecível, até mesmo para Deus. [3] Gregory Boyd, um famoso advogado do open theism diz,

"Muito dele [o futuro], os "teístas abertos" admitiram, está determinado de antemão, tanto pela vontade predestinador de Deus como pelas causas terrenas existentes, mas isto não está exaustivamente determinado de antemão. Todavia, em qualquer que seja o grau, o futuro está aberto, para ser decidido pelos agentes livres; ele não está determinado. [4]

Mas os "teístas abertos" não querem dizer que Deus seja fraco ou impotente. Eles dizem que Deus é capaz de predizer e ordenar certos eventos futuros porque Ele é capaz de operar no mundo e trazer certos eventos à existência, quando o tempo é necessário. Portanto, Deus podia inspirar os escritores do Antigo Testamento para profetizar certos eventos e, então, Ele poderia simplesmente assegurar que aqueles eventos ocorreriam no momento certo.

Além do mais, os "teístas abertos" reivindicam que eles não negam a onisciência de Deus. Eles, como os teólogos clássicos, declaram que Deus conhece tudo. Mas a diferença é que Deus pode saber somente o que é conhecível e, visto que o futuro ainda não aconteceu, ele não pode ser exaustivamente conhecido por Deus. Ao invés disso, Deus conhece somente o presente exaustivamente, incluindo as inclinações, desejos, pensamentos e esperanças de todas as pessoas.

No open theism Deus pode cometer enganos porque Ele não sabe todas as coisas que ocorrerão no futuro. De acordo com eles Deus também Se arrisca e Se adapta às escolhas do livre-arbítrio das pessoas. Eles reivindicam sustentação bíblica para a sua posição citando passagens da Escritura onde Deus muda Sua opinião (Êxodo 32:14), é surpreendido (Isaías 5:3-7) e testa as pessoas para ver o que eles farão (Gênesis 22:12).

Finalmente, o open theism tende a descrever o Deus da ortodoxia como distante, controlador e inflexível, enquanto promove o Deus da "abertura" como envolvido, Se importando, adaptando, amando e interagindo com a humanidade.


Cristianismo Ortodoxo

O Cristianismo Ortodoxo Histórico declara que Deus conhece todas as coisas, mesmo a inteireza do futuro, exaustivamente. 1 João 3:20 diz, "...maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas". Da forma semelhante, Pedro disse a Jesus em João 21:17, "...Tu sabes todas as coisas; Tu sabes que te amo...". A soberania de Deus é claramente ensinada na Escritura e Sua soberania está atada à Sua onisciência. O Cristianismo Ortodoxo ensina que Deus é muito amoroso, muito envolvido e até mesmo condescende ao nosso nível e interage conosco de uma maneira que possamos entender. Isto significa que veremos o que parece ser exemplos de Deus mudando Sua opinião, testando ou Se adaptando. Mas, tudo isto é devido ao fato de Deus Se comunicar com criaturas que têm uma visão limitada, curtos períodos de vida, e que são pecadores. Deus deve trabalhar com o nosso nível, visto que não podemos trabalhar com o Seu.

Deus e tempo

A questão sobre o conhecimento de Deus do futuro é muito importante porque ela trata com a definição real da natureza de Deus em relação à natureza do futuro. Deus conhece ou não conhece tudo sobre o futuro? Está Deus existindo no futuro ou não? É Deus limitado ao presente ou não? As respostas a estas questões refletem a própria natureza e o escopo da existência de Deus. Os "teístas abertos" estão promovendo uma descrição de Deus que O reduz de conhecer todas as coisas, passado, presente e futuro, a não conhecer todas as coisas no futuro. A onipresença está também em risco no open theism, visto que os "teístas abertos" negam a existência do futuro e, através disso, negam a onipresença de Deus no futuro.


Conclusão

Minha opinião é que a "teologia da abertura" é um ensino perigoso que diminui a soberania, majestade, infinitude, conhecimento, existência e glória de Deus e exalta a natureza e a condição do livre-arbítrio do homem. Embora os "teístas abertos" indubitavelmente dirão que eles não fazem tal coisa, nem é preciso dizer que o Deus do open theism não é tão entendido ou sempre presente como o Deus da ortodoxia.


Livros e Websites Consultados

 


1. Defesa do Open Theism

A. Livros

i. Boyd, Gregory A., God of the possible, (Grand Rapids, Michigan: Baker Books), 2001.

ii. Pinnock, Clark, et. al., The Openness of God, (Downers Grove, Illinois: Intervarsity Press), 1994.

iii. Sanders, John, The God who Risks, (Downers Grove, Illinois: Intervarsity Press), 1998.

B. Websites

i. www.gregboyd.org

2. Contra o Open Theism

A. Livros

i. Frame, John, No Other God, a response to Open Theism, (Phillipsburg, New Jersey: P & R Publishing), 2001.

ii. Ware, Bruce A., God's Lesser Glory: The diminished God of Open Theism, (Crossway Books), 2001

B. Websites

i. http://www.antithesis.com/index.html
ii. http://www.founders.org/FJ46/article2_fr.html

_____________
1. Para mais sobre isto, por favor, veja Se Deus conhece as escolhas de nosso livre-arbítrio, ainda temos livre-arbítrio?

2. Para mais sobre isto, por favor, veja Deus escolhe não saber o futuro das escolhas do livre-arbítrio das criaturas.

3. Para uma tentativa de uma refutação lógica desta posição, por favor, veja Uma refutação lógica do open theism.

4. Boyd, Gregory A., God of the possible, (Grand Rapids, Michigan: Baker Books), 2001. p. 15

5. ibid., p. 24

 


Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 01 de julho de 2004.


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